Monotremados: conheça os mamíferos que põem ovos

Monotremados são mamíferos que colocam ovos e que, diferente dos marsupiais e placentários, não possuem mamilos. Ao todo, existem cinco espécies de monotremados no mundo todo: o ornitorrinco e quatro grupos diferentes de equidnas. Esse tipo de animal é nativo da Austrália e Nova Guiné, apesar de ter sido encontrado na América do Sul durante os períodos Cretáceo Superior e Paleogénico.

Acredita-se que os monotremados são exemplos dos primeiros mamíferos que surgiram na Terra durante o reinado dos répteis (dinossauros). Eles teriam se separado da linha de evolução dos outros mamíferos cerca de 115 milhões de anos atrás, seguindo o seu próprio caminho evolutivo. 

O ornitorrinco e a equidna foram as únicas espécies de monotremados que restaram. Entretanto, eles são classificados como animais em perigo de extinção devido a caça ilegal e a perda de habitat. 

Quais as características dos monotremados?

Animais monotremados tem características específicas que divergem de um mamífero comum, o que faz com que sejam espécies curiosas para os humanos. Alguns do aspectos importantes desses animais são:

Monotremados não tem estômago 

Esses mamíferos não tem estômago, assim, sua refeição passa direto do esôfago para os intestinos. Estudiosos não sabem ao certo qual o motivo evolutivo para isso, mas a suspeita é que sua dieta simples (que comumente consistem em pequenos insetos e peixes) seja uma das causas. 

A ausência de estômago não é algo comum entre mamíferos, apenas em animais não vertebrados e alguns peixes. 

Os monotremados adultos não tem dentes 

Ao nascerem, os monotremados contam com um pequeno número de dentes que caem em pouco tempo. No caso dos ornitorrincos, a arcada dentária surge ainda no ovo e quando chega à fase adulta, eles perdem todos os dentes.

Para os equidnas, o dente serve apenas para rachar o ovo no momento do nascimento. Esses animais crescem como um único dente temporário que cai um pouco depois que ele deixa seu ovo. 

Entretanto, por terem uma dieta simples, essas criaturas não sentem falta dos dentes. Outros mamíferos com a mesma característica são algumas espécies de baleias, os tamanduás e os pangolins.

Não tem mamilos 

Como mencionado anteriormente no texto, os monotremados não possuem mamilos. Mas se eles são mamíferos, como alimentam os filhotes? A resposta é simples, a fêmea tem uma série de glândulas no abdômen que secretam leite, em um processo semelhante ao do suor humano. Assim, os filhotes se alimentam lambendo a pele da mãe.   

Monotremados conseguem sentir campos elétricos 

Parece um superpoder, mas os monotremados são animais que conseguem sentir campos elétricos. O único outro mamífero que tem a mesma habilidade é o golfinho-da-guiana. As equidnas usam sua eletrorrecepção para identificar formigas e cupins debaixo da terra. Enquanto os ornitorrincos usam seus 40 mil sensores elétricos para encontrar invertebrados escondidos no leito dos rios.

Eles têm cloacas, assim como as aves 

O termo “monotremado” vem do grego e pode ser traduzido como “único orificio”. Ou seja, assim como as aves, estes animais possuem cloacas, uma única saída por onde sai a urina, as fezes, os ovos e se pratica o acasalamento. A maioria dos mamíferos tem três orifícios diferentes para essas funções.

A temperatura corporal é baixa 

Como todos os mamíferos, os monotremados são endotérmicos, ou seja, mantêm a temperatura do corpo sem a ajuda da temperatura ambiente. Apesar disso, as equidnas e os ornitorrincos têm temperaturas corporais baixas, que alcançam uma média de 400 graus Celsius, o que é pouco comparado aos mais de 500 dos marsupiais e placentários. 

Monotremados brilham 

Não se sabe ao certo o motivo, mas equidnas e ornitorrincos tem biofluorescência. Isso significa que eles brilham sob luz ultravioleta. Outros mamíferos que apresentam essa característica são vombates, alguns esquilos voadores, lebres-saltadoras africanas e morcegos-fantasma.

Ornitorrincos são venenosos

Isso mesmo, ornitorrincos são monotremados que apresentam esporas venenosas. Esse aspecto é comum entre os machos, que usam o veneno para atacar outros machos durante o período de acasalamento. Mesmo que não seja mortal, os esporos podem causar uma dor excruciante em humanos, os incapacitando por meses. 

Quais as espécies de equidna existentes?

As equidnas são quatro das cinco espécies de monotremados que existem no meio ambiente. Elas são:

Equidna-de-focinho-curto: de nome científico Tachyglossus aculeatus, essa espécie tem um focinho pequeno e uma língua protuberante. Sua pele é revestida por pelos e espinhos;

Equidna-de-Attenborough: nome em homenagem ao naturalista David Attenborough, o Zaglossus attenboroughi vive nas florestas da Indonésia e não são animais sociáveis. Elas têm hábitos noturnos e se fecham em uma bola de espinhos quando se sentem ameaçadas;

Equidna-de-barton: o nome científico dessa espécie é Zaglossus bartoni. Ela existe apenas na Nova Guiné e vive em matagais, prados de alta altitude e florestas tropicais. Esse tipo de equidna gosta de tocas subterrâneas ou zonas de vegetação densa. A equidna-de-barton é considerada uma espécie em risco de extinção devido às ações humanas;

Equidna-de-bico-longo: também nativo da Nova Guiné, o Zaglossus bruijnii prefere florestas úmidas e prados alpinos como habitat. O animal é maior do que a equidna-de-focinho-curto e possui garras longas que ajudam a diferenciá-lo de outras espécies.