O mosaico florestal é uma técnica de manejo sustentável utilizada por diversas empresas que cultivam eucalipto como matéria prima para produção de celulose e papel. Esse método tem como objetivo reunir diferentes usos da terra – como plantações, agricultura e reservas naturais – de uma forma que atenda às necessidades econômicas e sociais.
De forma paralela, ele mantém os tão importantes serviços ecossistêmicos e a biodiversidade. Dessa maneira, o mosaico florestal concilia desenvolvimento econômico e conservação da biodiversidade (conservação ambiental). Ou seja, uma atividade econômica ambientalmente viável.
Entre a vegetação nativa e as florestas de eucalipto, essas empresas disponibilizam corredores ecológicos para que a fauna e a flora possam circular livremente. Essas porções ecossistêmicas resultam em várias formas de vida silvestre coexistindo num mesmo ambiente.
Em outras palavras, elas proporcionam uma convivência harmoniosa que reflete em ganhos para a biodiversidade e para a produtividade. Por isso, o mosaico florestal é conhecido por favorecer a conservação dos solos, recursos hídricos e da biodiversidade que habita essas áreas de cultivo.
O conceito de mosaicos florestais sustentáveis reconhece os inúmeros papéis desempenhados pelas florestas tropicais em diferentes partes do mundo. Elas têm importância fundamental para o clima global. Isso porque contribuem para mitigar as mudanças climáticas através da absorção e do armazenamento de CO2 e da geração de oxigênio.
Além disso, as florestas tropicais também possuem outras vantagens, como:
Além disso, elas abrigam grandes plantações florestais de alto rendimento. Essas plantações oferecem uma proporção crescente da demanda mundial por papel, produtos de uso pessoal e produtos de madeira de baixo custo. Dessa maneira, é essencial aplicar técnicas de desenvolvimento sustentável e manejo florestal nesses locais.
Nesse sentido, o conceito dos mosaicos florestais sustentáveis considera a paisagem florestal como um “quebra-cabeça” de diferentes usos do solo. Assim, ele trabalha na escala de paisagens para planejar as atividades produtivas e, ao mesmo tempo, proteger os ecossistemas florestais e os serviços ambientais. Os mosaicos florestais sustentáveis encaixam as “peças do quebra-cabeça” para criar uma paisagem que satisfaça várias necessidades ao mesmo tempo.
Para aplicar a técnica de manejo sustentável, os atores envolvidos, como engenheiros florestais, consideram uma paisagem ampla e fazem perguntas como: que áreas são mais adequadas para plantações florestais, agricultura ou pecuária? Quais locais devem ser protegidos para conservar nossos recursos hídricos? Que locais são importantes para armazenamento de carbono? Que habitat é crítico para as espécies das quais dependemos?
Respondidas essas questões, os atores envolvidos trabalham juntos para planejar como os diferentes usos do solo podem se encaixar de maneira sustentável na paisagem florestal. Examinando em detalhe todos os possíveis usos da terra, procura-se garantir que sejam todas satisfeitas as demandas por:
A estratégia dos mosaicos florestais contribui para maximizar os potenciais de conservação e de geração de renda das atividades econômicas realizadas. Isso acontece a partir do planejamento do uso produtivo da terra e da conservação dentro da paisagem.
Em todo o mundo, uma área de floresta tropical igual à metade do tamanho da Flórida está sendo perdida a cada ano. Embora existam muitas reservas legais e áreas protegidas dentro das florestas, muitas carecem de proteção adequada e são afetadas pelas atividades antrópicas.
Junto com parceiros da indústria de celulose e papel, a Fibria lançou uma iniciativa para promover um movimento de toda a indústria. O intuito é garantir que todas estejam em direção a práticas que sejam ambientalmente benéficas e economicamente saudáveis. A Iniciativa Mosaicos Florestais Sustentáveis foi criada em 2007 na Mata Atlântica do Brasil.
Ela, por sua vez, reúne empresas globais e nacionais, organizações sem fins lucrativos e instituições locais. Seu objetivo é estabelecer um modelo inovador e colaborativo de produção, conservação e geração de meios de subsistência.
Essa iniciativa, que utiliza o conceito de mosaico florestal, tem uma abordagem paisagística de base científica. Ela busca garantir resultados em uma área grande o suficiente para beneficiar uma gama de espécies e ecossistemas. O projeto teve início em uma grande área de Mata Atlântica, do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo.
A ideia é expandir o modelo para cobrir o restante da Mata Atlântica e aplicá-lo em outras regiões do mundo. Principalmente onde as florestas plantadas podem trazer benefícios significativos para a paisagem.
Como resultado da iniciativa, foi formado um grupo de apoio à restauração do bioma da Mata Atlântica. Como membros desse agrupamento, pode-se citar o:
O grupo vai quantificar, coordenar e promover atividades de restauração em nove municípios da região onde estão os mosaicos.
Em 2009, as empresas parceiras protegeram mais de 8.000 hectares de floresta tropical. Já em 2011, eles haviam restaurado 2.700 hectares em suas terras. Essa restauração criou corredores para conectar fragmentos isolados de floresta tropical. Além disso, trouxe empregos e renda para as comunidades locais, melhorando a qualidade de vida.
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