Um ciclo sobre as utopias e o cinema militante pós-68 (com obras assinadas por grandes diretoras e diretores do cinema), uma homenagem ao diretor brasileiro Silvio Tendler, o Panorama Internacional Contemporâneo, a Sessão Infantil e o 2º Seminário de Cinema e Educação, além dos novos programas Mostra Brasil Manifesto e Realidade Virtual.
Estas são algumas atrações da oitava edição da Mostra Ecofalante de Cinema, considerado como o mais importante evento audiovisual dedicado ao tema socioambiental da América do Sul. Todas as atividades são gratuitas e acontecem de 29 de maio a 12 de junho. No total, são exibidos 133 filmes, de 32 países. A mostra celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho.
O circuito de exibição foi ampliado e as sessões acontecem na salas Reserva Cultural, Espaço Itaú de Cinema – Augusta, Centro Cultural Banco do Brasil, no Circuito Spcine com as salas do Centro Cultural São Paulo, Cine Olido, Cidade Tiradentes, Roberto Santos, 15 unidades dos CEUs, além do Sesc Campo Limpo, seis Fábricas de Cultura, seis Casas de Cultura, três Centros Culturais da Prefeitura, totalizando 39 espaços, além de estar presente na plataforma Spcine Play.
A Crise das Utopias e o Cinema Militante Pós-68 é o tema do Panorama Histórico deste ano e traz obras primas assinadas por diretores como a franco-belga Agnès Varda, o italiano Michelangelo Antonioni, o francês Chris Marker, os norte-americanos Frederick Wiseman e Robert Kramer e o brasileiro Glauber Rocha, entre outros. Inédita, a seleção reflete sobre o mundo e a sociedade que se seguiram à grande efervescência cultural dos anos 1960. Entre os destaques, estão “Zabriskie Point”, sobre o contexto cultural da época; “Uma Canta, A Outra Não”, filme militante e um musical feminista; os vencedores do Oscar “Os Tempos de Harvey Milk” e “Corações e Mentes”; “O Leão de Sete Cabeças”, que Glauber Rocha dirigiu em um país africano fictício; e “O Fundo do Ar é Vermelho”, um balanço das utopias daquele que foi um século de luta e resistência. A retrospectiva traz ainda em primeira mão a versão restaurada do clássico de Guy Debord, “A Sociedade do Espetáculo” e ainda a versão restaurada pelo Instituto Arsenal da Alemanha do filme de Ruy Guerra “Mueda Memória e Massacre”, filmado em Moçambique no momento que se seguiu à sua libertação nacional. “Abrigo Nuclear” de Roberto Pires, que será igualmente exibido em cópia restaurada também faz parte da programação.
O homenageado desta edição, o brasileiro Silvio Tendler, merece uma mostra com onze títulos, incluindo obras de referência como “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (1980) e “Jango” (1984), duas das maiores bilheterias do cinema documental brasileiro de todos os tempos. A programação inclui ainda “Dedo na Ferida”, grande vencedor da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental na categoria ‘Longas’ da Competição Latino-Americana, “O Veneno Está na Mesa” e “O Veneno Está na Mesa 2”, além do recente “O Fio da Meada”, que estréia na Mostra e que aponta alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis. Estão na programação, entre outros, “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá” e “Glauber o Filme, Labirinto do Brasil”.
Já o novo programa Mostra Brasil Manifesto traz títulos recentes assinados por diretores brasileiros de destaque, como “Amazônia, o Despertar da Florestania” da atriz Christiane Torloni e do cineasta Miguel Przewodowski; “Frans Krajcberg: Manifesto”, da realizadora Regina Jehá; a nova produção do premiado diretor Orlando Sena, “A Idade da Água”; o inédito “O Amigo do Rei”, de André D’Elia, (diretor de “Ser Tão Velho Cerrado”, vencedor em 2018 do prêmio de público da Mostra Ecofalante); e o longa-metragem, assinado por André di Mauro, “Humberto Mauro”, homenagem ao importante realizador pioneiro.
O programa Panorama Internacional Contemporâneo, um dos principais focos da programação do festival, reúne 44 obras e se organiza em sete eixos temáticos: Cidades, Economia, Povos & Lugares, Recursos Naturais, Saúde, Sociobiodiversidade e Trabalho. Entre os destaques está “Frente Atômica”, sobre cidadãos de uma cidade estadunidense que lutam contra a negligência governamental que permitiu um lixão radioativo em seus quintais, “Ecos de Istambul”, sobre vendedores ambulantes de Istambul que tem sua cultura e sua própria subsistência ameaçadas pela gentrificação; “Jane” , filme sobre a pioneira primatóloga Jane Goodall que utiliza imagens de arquivo de mais de 50 anos da National Geographic, “Antropoceno: A Era Humana”, selecionado pelos festivais de Berlim e Sundance; “Vulcão de Lama: A Luta Contra a Injustiça”, da diretora Cynthia Wade, ganhadora do Oscar em 2008; “Pra Cima, Pra Baixo e Pros Lados: Cantos de Trabalho”, que retrata uma aldeia no estado indiano de Nagaland; “A Verdade Sobre Robôs Assassinos”, que mostra como os humanos estão se tornando cada vez mais dependentes de robôs, e “Eldorado”, obra premiada no festival de Berlim inspirada com uma criança refugiada italiana.
Um total de 24 produções estão incluídas na Competição Latino-Americana deste ano, representando obras da Argentina, Brasil, Colômbia, México, Peru e Venezuela. No júri, estão os cineastas Tadeu Jungle e Lina Chamie, além do crítico Heitor Augusto.
Já o Concurso Curta Ecofalante reúne 13 títulos, com trabalhos produzidos em Alagoas, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e Santa Catarina, completando todas as regiões do país.
A Sessão Infantil traz cinco curta-metragens exibidos em grandes e importantes festivais internacionais, como o Short Film Corner do Festival de Cannes, Festival de Animação de Annecy, Animamundi e Dok Leipzig.
A nova sessão Realidade Virtual exibe projetos que se valem dessa nova tecnologia e expandem os limites da linguagem audiovisual para dar ao espectador a sensação de que ele foi transportado para um outro espaço e uma outra realidade. Participam “Mudanças Climáticas: O Preço do Banquete” (Brasil), que viaja aos confins da terra para descobrir as pessoas e os lugares mais atingidos pelas mudanças climáticas, e “Micro-Gigantes” (China), uma animação realista que permite experimentar o ecossistema a partir da perspectiva única do “micro mundo” dos insetos.
Entre as atividades paralelas, ganha destaque a segunda edição do Seminário de Cinema e Educação, uma reflexão sobre o potencial pedagógico do uso do cinema na escola, em uma realização do Sesc São Paulo e da Ecofalante. O teórico e professor de cinema Ismail Xavier ministra a masterclass “O Que o cinema ainda tem a ensinar às novas gerações”. Já o professor da Unesp de Rio Claro César Leite aborda “O que pode o cinema na escola? Experiências, corte, montagens, espacialidades e encontros”. O Seminário acontece nos dias 3 e 4 de junho, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais