Exposição ficará disponível ao público até o mês de junho
Por Alana Gandra em Agência Brasil – A aventura dos naturalistas alemães Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e Johann Baptist Ritter von Spix (1871-1826) é o tema da exposição virtual Spix e Martius, uma viagem pelo Brasil, 1817 – 1820, que ficará disponível para o público do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) até o próximo mês de junho. A exposição pode ser acessadapela internet.
A mostra faz parte das comemorações dos 20 anos de criação da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ENBT/JBRJ).
O público interessado poderá acompanhar a expedição científica feita pelos dois naturalistas que viajaram mais de 10 mil quilômetros por terra e rios, desde o Rio de Janeiro até a selva amazônica.
Nesse percurso, eles coletaram milhares de exemplares de plantas, animais e artefatos e registraram em textos e ilustrações feitas à mão as paisagens, a flora, a fauna e os povos encontrados.
Oito ambientes
Segundo informou o JBRJ, por meio de sua assessoria de imprensa, a exposição está distribuída por oito salas, em que a história da expedição é contada e contextualizada, e nas quais o trabalho científico de Spix e Martius é apresentado. O conteúdo foi produzido por um time de pesquisadores de cinco instituições, sob a curadoria do professor e ilustrador botânico Paulo Ormindo, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da ENBT/JBRJ.
A exposição traz vídeos, em formato de breves documentários, e imagens de raras ilustrações de mais de 100 espécies de plantas e animais, de mais de 30 paisagens dos biomas brasileiros e de quatro tribos indígenas. São apresentadas de forma detalhada 59 espécies de plantas ilustradas e as fotografias de mais de 50 exsicatas, ou amostras de plantas secas, coletadas por Martius no Brasil, além das ilustrações de 48 espécies de animais.
Destaque ainda para as espécies descobertas pelos naturalistas, bem como espécies emblemáticas dos biomas percorridos por eles e algumas hoje ameaçadas de extinção. Todas são apresentadas com seus nomes populares, nomes científicos da época e nomes científicos atualizados, segundo a Flora do Brasil e o Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil. Também são fornecidas informações atuais sobre sua distribuição geográfica e a avaliação do risco de extinção, de acordo com o Livro Vermelho da Flora do Brasil e a lista global de espécies avaliadas da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN).
Acesso
A visita à exposição pode ser realizada pelo computador e celular, de modo a permitir o acesso inclusive para quem não tem banda larga. A locução é em português, com legendas em inglês e espanhol. Todo o conteúdo está disponível para ser baixado em PDF.
Segundo o JBRJ, a oportunidade de acesso de diferentes maneiras foi um dos grandes desafios enfrentados pelos realizadores. Para facilitar a navegação, uma barra lateral em todas as salas permite trocar de idioma, baixar PDFs, acessar bibliografia e links de interesse, entre outras possibilidades.
O curador Paulo Ormindo destacou, em especial, as possibilidades de utilização dos conteúdos, com o objetivo de aproximar públicos diversos, estudantes, professores e pesquisadores de diferentes lugares do país e do exterior. “Diferentes tipos de fontes, como imagens, textos, mapas do século 19, bem como links de entrevistas e de instituições, permitirão diferenciados usos dos nichos expositivos”.
A mostra é uma realização da Associação de Amigos do Jardim Botânico (AAJB), com direção de arte e design da artista Mary Paz e patrocínio da Bahia Holding.
Uma exposição física com o mesmo nome ocorreu no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2017, celebrando os 200 anos da chegada de Martius e Spix ao Brasil.
Edição: Valéria Aguiar