Motoristas de veículos elétricos (VEs) têm maior probabilidade de se envolver em acidentes de trânsito culposos em comparação aos condutores de carros a gasolina e diesel, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Universidade de Limerick, na Irlanda, em parceria com a Universidade de Barcelona. O estudo, que analisa dados de seguros e sensores de bordo, sugere que, apesar de uma quilometragem média menor, os motoristas de VEs estão mais propensos a gerar reclamações de seguros por acidentes. Essa revelação levanta questionamentos sobre a segurança e os custos associados a essa categoria de veículos.
Um ponto central da pesquisa é a constatação de que os veículos elétricos apresentam um comportamento distinto na estrada em comparação aos modelos tradicionais. Motoristas de VEs, mesmo rodando menos, registram um número maior de acidentes culposos. Segundo o estudo, os veículos elétricos têm 4% mais chances de se envolver em sinistros culpáveis, enquanto os híbridos apresentam um aumento de 6%, em comparação com os automóveis movidos por motores de combustão interna (ICE). Entretanto, os modelos híbridos não são considerados um risco adicional estatisticamente relevante quando testados com ferramentas preditivas.
A pesquisa revela também que os VEs são 6,7% mais caros para consertar do que os carros movidos a gasolina e diesel. Esses custos incluem tanto reparos de danos à estrutura quanto trocas de baterias, tornando os veículos elétricos mais caros para manter após um acidente. Além disso, os dados sugerem que, devido à maior probabilidade de danos significativos em acidentes, os veículos de energia alternativa impõem um ônus financeiro consideravelmente superior.
Os resultados obtidos foram baseados na análise de 125 milhões de viagens de veículos comerciais na Holanda, utilizando um conjunto de 14.642 veículos durante o período de janeiro a outubro de 2022. Esses dados são complementados por informações sobre reivindicações de seguros no mesmo intervalo de tempo.
O estudo, assinado por Kevin McDonnell, Dr. Barry Sheehan e o Professor Finbarr Murphy da Universidade de Limerick, junto com a Professora Montserrat Guillen da Universidade de Barcelona, levanta um alerta sobre o comportamento de direção dos motoristas de veículos elétricos. A migração para VEs ou híbridos altera significativamente o perfil de risco, conforme destacam os pesquisadores. Segundo o Dr. Sheehan, um dos autores do estudo, os VEs, mesmo com menor exposição às estradas, não têm uma redução proporcional no risco de acidentes, o que contraria a expectativa inicial.
Com a popularização dos veículos elétricos, o aumento das reivindicações de seguros, o custo elevado de reparo e o perfil de risco diferenciado tornam-se questões importantes para serem debatidas tanto por consumidores quanto por seguradoras. Embora esses veículos sejam considerados mais sustentáveis ambientalmente, o estudo sugere que suas características de direção e seus impactos econômicos ainda precisam de uma análise mais aprofundada para garantir maior segurança no trânsito.
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