O aumento das emissões de dióxido de carbono pode causar um declínio na capacidade intelectual de trabalhadores em todo o mundo, indica uma nova pesquisa realizada na University College London (UCL). As maiores quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera podem afetar nossa memória, concentração e a capacidade de tomar decisões.
O aumento do CO2 em locais de trabalho sem ventilação adequada é conhecido por tornar os funcionários mais lentos e menos capazes de concluírem suas tarefas com êxito. O estudo indica que, nas próximas décadas, a mudança climática provavelmente tornará a deficiência intelectual um problema muito mais difundido.
Segundo os pesquisadores da UCL, as evidências indicam que “o desempenho cognitivo humano diminui com o aumento dos níveis de CO2”. Devido à probabilidade de aumento da concentração atmosférica de gás carbônico até o final do século XXI, os impactos diretos das emissões antropogênicas de CO2 sobre o desempenho cognitivo humano podem ser inevitáveis, explicam.
As conclusões dos pesquisadores do Instituto de Energia da UCL foram publicadas na revista científica Building Service Engineering. Assinado por Robert J. Lowe, Gesche M. Huebner e Tadj Oreszczyn, o artigo explica que as tentativas de minimizar o impacto das mudanças climáticas podem mudar a forma como os sistemas de ventilação foram projetados em edifícios e sistemas de transporte.
A equipe deixou claro que a pesquisa sobre o aumento do CO2 e sua relação com o desempenho cognitivo humano ainda está no começo, mas disse que a “natureza global” do problema em potencial significa que mais estudos são necessários.
No início deste ano, uma pesquisa da Escola de Saúde Pública de Yale descobriu que a poluição do ar causou uma queda nos níveis de inteligência. Embora as conclusões tenham sido baseadas em testes de dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre na China, os pesquisadores deixaram claro que a conexão entre a poluição do ar e as capacidades cognitivas tem implicações globais. “O ar poluído pode fazer com que todos reduzam seu nível de instrução em um ano, o que é enorme”, afirmou na época o cientista de Yale, Xi Chen.
Em maio de 2018, o nível médio mensal de CO2 na atmosfera atingiu o maior índice já registrado, superando 410 partes por milhão (ppm) pela primeira vez na história.
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