Mudanças climáticas reduziram a velocidade de rotação da Terra e a forma como lidamos com o tempo

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Um estudo publicado hoje (27) na revista Nature revelou que o derretimento do gelo polar diminuiu a velocidade de rotação do planeta Terra, atrasando em três anos a necessidade de um “segundo bissexto”.

O segundo bissexto está relacionado ao calendário e ao conceito de anos bissextos. Um ano bissexto é um ano que tem um dia extra adicionado ao final de fevereiro, geralmente no dia 29 de fevereiro. Este dia extra é adicionado a cada quatro anos para manter o calendário alinhado com as estações do ano. Dessa forma, o aquecimento global atrasará a necessidade de outro segundo bissexto de 2026 para 2029. 

Os pesquisadores examinaram minuciosamente a influência das mudanças climáticas na rotação da Terra, analisando dados de satélite, modelos climáticos e observações de campo. Uma das conclusões mais marcantes foi a revelação de que as massas das calotas polares se deslocaram para a região do Equador, ao redor do eixo de rotação.

De acordo com os cientistas, desde o início da década de 1990, com o afastamento da massa dos polos da Gronelândia e da Antártida em direção ao Equador, o planeta se tornou menos esférico e mais achatado. Assim como um patinador no gelo girando desacelera estendendo os braços para longe do corpo (e acelera puxando-os para dentro), esse fluxo de água para longe do eixo de rotação da Terra retarda a rotação do planeta.

As implicações dessa descoberta são vastas e variadas. Mudanças na rotação da Terra podem afetar uma série de fenômenos naturais e sistemas terrestres. Por exemplo, variações na duração dos dias podem ter impactos sobre os padrões climáticos regionais, os ciclos de vida das espécies e até mesmo a distribuição dos continentes.

À medida que continuamos a enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, essa nova pesquisa destaca a complexidade dos sistemas terrestres e a interconexão entre fenômenos aparentemente distintos. A compreensão dessas relações é fundamental para a formulação de políticas eficazes e a implementação de práticas sustentáveis que possam ajudar a mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Diante dessas descobertas, é imperativo que os governos, as empresas e os indivíduos tomem medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover a sustentabilidade ambiental.

Stella Legnaioli

Jornalista, gestora ambiental, ecofeminista, vegana e livre de glúten. Aceito convites para morar em uma ecovila :)

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