Mudanças nos destinos da agricultura e nos hábitos de consumo serão necessários para a alimentação humana, dizem pesquisadores

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O mundo deve atingir a marca de nove bilhões de pessoas em 2050, e existem dúvidas em relação à capacidade de se alimentar tanta gente com os padrões atuais de produção de comida. Um caminho possível para resolver esse dilema foi proposto por pesquisadores da Universidade de Minnesota: em vez de nutrir animais e produzir combustíveis, as plantações seriam voltadas para o cultivo de comida para seres humanos. De acordo com a autora principal do estudo, Emily Cassidy, se todas as lavouras passassem por essa mudança, quatro bilhões de pessoas a mais poderiam ser alimentadas.

Os estudiosos analisaram quatro países: Brasil, Estados Unidos, China e Índia. Essas nações representam metade da área usada para plantios no mundo e metade da produção de calorias.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura estima que, até 2030, o consumo de carne deva aumentar em quase 70% e o de laticínios pode crescer mais de 50%. Esses acréscimos colocariam mais pressão sobre o meio ambiente, porque produtos animais consomem mais calorias do que produzem, utilizam mais terra e são uma das maiores fontes de emissão de gás estufa.

Diferenças no consumo

Os quatro países diferem muito em relação às práticas e às destinações das calorias geradas pela agricultura.

O Brasil utiliza 79% da proteína vegetal produzida para alimentação animal. Os Estados Unidos também direcionam mais da metade da sua lavoura para este fim. Já a China e a Índia colocam mais de 80% desse nutriente para consumo humano direto.

Pequenas e grandes mudanças

A produção de comida não é limitada por terra plantada, mas por demanda. É o que defende o professor de economia da Universidade de Iowa e diretor do Centro de Indústria baseadas em Biologia, Bruce Babcock. O estudioso aponta duas alterações radicais que teriam um impacto enorme na agricultura mundial e na disponibilidade de comida para o mundo inteiro: substituir as culturas de milho voltadas para a nutrição animal para a produção de comida e uma adoção em massa de uma dieta vegetariana.

Mas os pesquisadores também apontam pequenas mudanças com maior possibilidade de aceitação por parte da população e que aumentariam a oferta de proteína. Por exemplo, dividir os grãos produzidos em partes iguais para porcos, galinhas e vacas, isso porque os bovinos recebem a maior parte do cultivo. Essa mudança causaria um maior aproveitamento energético da comida produzida e 350 milhões de pessoas seriam beneficiadas.

Equipe eCycle

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