O ativismo ambiental é marcado pela atuação das mulheres ao longo da história. Confira 11 grandes figuras que deixaram uma “pegada ambiental” de peso na luta pela preservação e conservação do meio ambiente.
Marina Silva (1958)
Marina Silva é uma política e ativista ambiental brasileira, nascida em 1958 no estado do Acre. Ela é conhecida por sua luta pela preservação do meio ambiente e pelos direitos dos povos indígenas.
Marina começou sua carreira política na década de 1980, quando se tornou a primeira mulher a ser eleita vereadora em Rio Branco, capital do Acre. Posteriormente, ela ocupou cargos como deputada estadual, senadora e ministra do Meio Ambiente.
Marina Silva tem uma contribuição significativa para as causas socioambientais no Brasil e no mundo, tendo liderado a criação de Unidades de Conservação, defesa dos direitos dos povos indígenas e redução do desmatamento na Amazônia.
A contribuição de Marina Silva para a redução do desmatamento na Amazônia foi significativa, especialmente durante o período de 2003 a 2008, quando foi Ministra do Meio Ambiente pela primeira vez.
Durante sua gestão como Ministra do Meio Ambiente, o desmatamento na Amazônia brasileira teve uma redução de 75%: Em 2004, atingiu o pico de 27.772 km², mas em 2008, caiu para 7.464 km².
Dorothy Stang (1931-2005)
Dorothy Stang foi uma religiosa norte-americana e ativista ambiental que dedicou grande parte de sua vida à defesa dos direitos dos povos da Amazônia e da preservação da floresta. Ela nasceu em Dayton, Ohio, nos Estados Unidos, em 7 de junho de 1931, e mudou-se para o Brasil em 1966 como missionária católica.
Dorothy Stang ficou conhecida por seu trabalho na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, dos povos indígenas e dos ribeirinhos da Amazônia, bem como pela luta contra a grilagem de terras e o desmatamento na região. Ela viveu por mais de 30 anos na Amazônia, especialmente no estado do Pará, onde trabalhou em diversas comunidades rurais.
Em 2005, aos 73 anos, Dorothy Stang foi assassinada a tiros em uma emboscada em uma estrada rural no município de Anapu, no Pará. Sua morte gerou uma grande comoção no Brasil e no mundo, e levantou a discussão sobre a necessidade de proteger as pessoas que lutam pela preservação do meio ambiente e dos direitos humanos.
Dorothy Stang é considerada uma das mais importantes ativistas ambientais da Amazônia e um símbolo da luta pela justiça social e ambiental. Sua história e legado inspiraram a criação de diversas iniciativas e projetos em defesa da preservação da Amazônia e dos direitos humanos, e ela é lembrada até hoje como uma voz corajosa em defesa dos mais vulneráveis.
Dian Fossey (1932-1985)
Dian Fossey foi uma zoóloga e primatologista americana que dedicou sua vida ao estudo e proteção dos gorilas-das-montanhas, uma espécie ameaçada de extinção na África. Ela nasceu em San Francisco, Califórnia, em 16 de janeiro de 1932, e começou a estudar os gorilas em 1963, na Floresta de Virunga, na atual Ruanda.
Dian Fossey tornou-se uma das principais pesquisadoras de gorilas do mundo, e sua pesquisa e ativismo ajudaram a conscientizar a comunidade internacional sobre a importância de proteger esses animais e seu habitat natural. Ela passou longos períodos vivendo entre os gorilas e estudando seu comportamento, hábitos alimentares e socialização.
Além de sua pesquisa, Dian Fossey também se dedicou à conservação dos gorilas-das-montanhas e do ambiente em que vivem. Ela criou a Fundação Dian Fossey Gorilla, que trabalha para proteger os gorilas e seus habitats naturais na África. Ela também lutou contra a caça e o comércio ilegal de animais selvagens, e denunciou a destruição do habitat natural dos gorilas.
Infelizmente, em 1985, Dian Fossey foi assassinada em seu acampamento na floresta, provavelmente em consequência de seu ativismo e denúncias contra a caça ilegal. Sua morte gerou grande comoção internacional e levou a um aumento da conscientização sobre a importância da conservação dos gorilas e da proteção dos ativistas ambientais.
Dian Fossey é lembrada como uma das maiores defensoras dos gorilas e do meio ambiente, e sua pesquisa e ativismo continuam a inspirar pessoas em todo o mundo a trabalhar pela preservação da vida selvagem e dos ecossistemas naturais.
Rachel Carson (1907-1964)
Rachel Carson foi uma escritora, bióloga marinha e ativista ambiental norte-americana, nascida em 27 de maio de 1907 em Springdale, Pensilvânia, e falecida em 14 de abril de 1964 em Silver Spring, Maryland. Ela é conhecida por seu livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), publicado em 1962, que denunciou os perigos do uso indiscriminado de pesticidas e herbicidas para o meio ambiente e a saúde humana.
Antes de se tornar escritora, Rachel Carson trabalhou como bióloga marinha para o governo dos Estados Unidos, onde desenvolveu sua paixão pela natureza e sua preocupação com os impactos da poluição e da degradação ambiental. Em seu livro “Primavera Silenciosa”, ela denunciou o uso de pesticidas como o DDT, que estava causando a morte de pássaros e outros animais, bem como a contaminação de alimentos e da água, e alertou sobre os riscos para a saúde humana.
O livro teve um grande impacto na sociedade americana e internacional, levando à proibição do DDT nos Estados Unidos e em outros países, e inspirando a criação de novas leis e regulamentos de proteção ambiental. Rachel Carson é considerada uma das precursoras do movimento ambientalista moderno, e sua obra é considerada um marco na história da ecologia e da proteção ambiental.
Rachel Carson faleceu em 1964, em decorrência de um câncer de mama. Mesmo após sua morte, sua obra continuou a inspirar gerações de ativistas ambientais em todo o mundo, e seu legado é lembrado até hoje como uma voz poderosa na defesa do meio ambiente e da saúde pública.
Jane Goodall (1934)
Jane Goodall é uma primatologista, antropóloga e ativista ambiental britânica, nascida em 3 de abril de 1934, em Londres. Ela é considerada uma das principais especialistas em comportamento de chimpanzés no mundo e é conhecida por sua pesquisa pioneira sobre os primatas na Tanzânia.
Goodall começou sua pesquisa em Gombe Stream National Park, na Tanzânia, em 1960, onde estudou o comportamento de um grupo de chimpanzés selvagens, observando sua comunicação, vida social e alimentação. Sua pesquisa foi inovadora, pois ela utilizou técnicas de observação participante, aproximando-se dos animais e vivendo entre eles.
As descobertas de Goodall revolucionaram a compreensão da evolução humana e da vida social dos chimpanzés. Ela descobriu que os chimpanzés utilizam ferramentas, têm personalidades distintas e uma cultura própria, além de evidenciar que o comportamento dos chimpanzés e dos seres humanos são mais semelhantes do que se imaginava anteriormente.
Além de sua pesquisa, Goodall é conhecida por seu ativismo em prol da conservação da vida selvagem e do meio ambiente. Ela fundou o Instituto Jane Goodall, que trabalha em prol da proteção dos chimpanzés e de seus habitats, além de promover programas de educação ambiental em todo o mundo.
Goodall é autora de vários livros e documentários sobre sua pesquisa e sua vida, e é reconhecida como uma das mais importantes cientistas do século XX. Ela foi condecorada com vários prêmios e honrarias, incluindo a Ordem do Império Britânico, e é uma defensora fervorosa da proteção dos animais e do meio ambiente.
Uma filmagem que mostra a reintrodução de uma chimpanzé – a primata Wounda – em seu habitat natural, emocionou o mundo. Após ser cuidada e libertada da jaula na qual foi transportada, Wounda abraça Goodall espontaneamente, como quem agradece e se despede pelo cuidado prestado.
Silvia Earle (1935)
Silvia Earle é uma bióloga marinha americana, nascida em 30 de agosto de 1935, em Gibbstown, Nova Jersey. Ela é uma das principais especialistas em ecologia marinha do mundo e uma defensora incansável da conservação dos oceanos.
Earle começou a se interessar por biologia marinha ainda na infância, quando sua família se mudou para a costa da Flórida. Ela se formou em biologia pela Florida State University e, posteriormente, obteve um mestrado em botânica marinha e um Ph.D. em fisiologia de algas.
Ao longo de sua carreira, Earle se dedicou a explorar e estudar os oceanos e seus ecossistemas, tendo liderado mais de 100 expedições e mergulhado em profundidades nunca antes alcançadas por mulheres. Ela é autora de mais de 200 publicações científicas e diversos livros sobre o tema, incluindo “Sea Change: A Message of the Oceans” e “The World is Blue: How Our Fate and the Ocean’s Are One”.
Além de sua pesquisa, Earle é conhecida por sua atuação como defensora da conservação dos oceanos e da vida marinha. Ela fundou a empresa de tecnologia marinha Deep Ocean Exploration and Research (DOER), que trabalha no desenvolvimento de veículos submarinos para pesquisa e exploração dos oceanos, e a Mission Blue, uma organização sem fins lucrativos dedicada à proteção de áreas marinhas em todo o mundo.
Earle recebeu diversas honrarias ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha Nacional de Ciência dos Estados Unidos e o Prêmio Rachel Carson, e é considerada uma das maiores defensoras dos oceanos em todo o mundo.
Wangari Maathai (1940-2011)
Wangari Maathai foi uma ativista ambiental e política queniana, nascida em 1º de abril de 1940, em Nyeri, no Quênia. Ela é conhecida por sua luta pela preservação do meio ambiente, pela promoção dos direitos das mulheres e pela democracia em seu país.
Maathai se formou em biologia nos Estados Unidos e, ao retornar ao Quênia, fundou o Movimento Cinturão Verde, que tinha como objetivo combater a erosão do solo, a desflorestação e a pobreza nas áreas rurais. O movimento incentivava a plantação de árvores e a adoção de práticas agrícolas sustentáveis, além de promover a conscientização ambiental e a educação das mulheres.
Maathai também lutou pelos direitos das mulheres e pela democracia em seu país, tendo sido presa e torturada pelo regime ditatorial do Quênia por sua atuação política. Ela foi a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2004, por sua luta pela sustentabilidade ambiental, pelos direitos das mulheres e pela paz.
Ao longo de sua vida, Maathai recebeu diversas honrarias e prêmios, incluindo o Prêmio Wangari Maathai para a Inovação Ambiental Africana, criado em sua homenagem, e é reconhecida como uma das principais ativistas ambientais e defensoras dos direitos das mulheres em todo o mundo.
Vandana Shiva (1952)
Vandana Shiva é uma ativista ambiental, ecofeminista, defensora da soberania alimentar e antiglobalista nascida em 5 de novembro de 1952, em Dehradun, Uttarakhand, Índia. Ela é conhecida por sua luta contra a globalização econômica, a degradação ambiental e a favor da justiça ambiental.
Shiva é formada em física pela Universidade de Punjab e em filosofia da ciência pela Universidade de Western Ontario, no Canadá. Ela fundou a Navdanya, uma organização que promove a biodiversidade, a agroecologia e a soberania alimentar na Índia e em outros países do mundo. A Navdanya trabalha para preservar as sementes crioulas e defender a agricultura tradicional, em oposição ao modelo industrial de agricultura e à utilização de sementes transgênicas patenteadas por grandes empresas multinacionais.
Shiva é autora de diversos livros, incluindo “Monocultures of the Mind” e “Staying Alive: Women, Ecology and Development”, nos quais critica o modelo de desenvolvimento dominante que considera a natureza e as mulheres como recursos a serem explorados e domina o meio ambiente e as comunidades locais. Ela defende a importância da biodiversidade, da justiça social e da participação das comunidades locais na tomada de decisões sobre a gestão dos recursos naturais.
Shiva recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio Right Livelihood em 1993, considerado o “Prêmio Nobel Alternativo”, e o Prêmio Sydney da Paz em 2010, em reconhecimento à sua luta pela justiça social, pelos direitos das mulheres e pela proteção do meio ambiente.
Isatou Ceesay (1972)
Isatou Ceesay, também conhecida como “rainha da reciclagem”, é uma ativista ambiental da Gâmbia, nascida em 1972, na cidade de Njau. Ela é conhecida por seu trabalho na promoção da sustentabilidade ambiental e da igualdade de gênero em seu país e em outras partes da África.
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Ceesay cresceu em uma família pobre e teve que abandonar a escola aos 16 anos para ajudar a sustentar sua família. Ela trabalhou como empregada doméstica e vendedora ambulante antes de se tornar uma líder comunitária. Em 1997, ela e um grupo de mulheres da sua aldeia fundaram a Associação de Mulheres de Njau para combater a poluição plástica na área.
Ceesay é conhecida por ter desenvolvido um processo de reciclagem de sacolas plásticas, transformando-as em produtos úteis como bolsas, tapetes e carteiras. Ela fundou a One Plastic Bag na Gâmbia. Por meio desse movimento, Ceesay educou mulheres a reciclar resíduos de plástico em produtos vendáveis que lhes retornavam renda.
Além de seu trabalho na área ambiental, Ceesay também é uma defensora dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Ela promove a participação das mulheres na tomada de decisões sobre questões que afetam suas comunidades e trabalha para garantir que as mulheres tenham acesso à educação, saúde e oportunidades econômicas.
Ceesay recebeu diversos prêmios e honrarias por seu trabalho, incluindo o Prêmio Ambiental Goldman em 2019, que reconhece líderes ambientais em todo o mundo por seu trabalho em prol da sustentabilidade e da justiça ambiental.
Greta Thunberg (2003)
Greta Thunberg é uma ativista ambiental sueca nascida em 3 de janeiro de 2003. Ela se tornou conhecida internacionalmente em 2018, quando começou a faltar às aulas nas sextas-feiras para protestar contra a falta de ação dos governos em relação às mudanças climáticas.
Thunberg é conhecida por sua postura firme e suas críticas diretas a líderes políticos e empresariais por não estarem fazendo o suficiente para combater a crise climática. Ela iniciou o movimento “Greve pelo Clima” (“Fridays for Future”, em inglês), que inspirou estudantes em todo o mundo a faltar às aulas para protestar contra a inação climática.
Thunberg participou de diversas conferências e eventos importantes relacionados ao meio ambiente, incluindo a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2018, na Polônia, e a Cúpula de Ação Climática da ONU de 2019, em Nova York. Ela também foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz em 2019 e 2020.
Além de suas atividades como ativista, Thunberg é autora de dois livros: “No One Is Too Small to Make a Difference” e “Our House Is on Fire: Scenes of a Family and a Planet in Crisis”, que abordam sua jornada como ativista e o impacto das mudanças climáticas em todo o mundo.
Ana Maria Primavesi (1920-2020)
Ana Maria Primavesi (1920-2020) foi uma importante agrônoma, pesquisadora e educadora brasileira, conhecida por seu trabalho pioneiro em agroecologia e por defender uma abordagem mais sustentável e integrada da agricultura.
Nascida na Áustria, Primavesi estudou Agronomia e doutorou-se em Agricultura Tropical no Brasil. A partir da década de 1950, começou a estudar os solos brasileiros e a influência do manejo agrícola sobre sua qualidade, tornando-se uma das primeiras pesquisadoras a estudar agroecologia no país.
Ao longo de sua carreira, Primavesi publicou diversos livros e artigos sobre o tema, além de ministrar palestras e cursos sobre agroecologia e agricultura sustentável em diversas partes do mundo. Sua obra mais conhecida é o livro “Manejo Ecológico do Solo: a agricultura em regiões tropicais”, publicado em 1984, que se tornou uma referência na área.
Além de sua contribuição para a ciência e a educação, Primavesi também foi uma importante ativista ambiental e defensora dos direitos das mulheres na agricultura. Sua trajetória inspirou muitas pessoas a repensar a forma como produzimos alimentos e a importância de uma abordagem mais sustentável e integrada da agricultura.