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Teste de mentalização mediu a habilidade de leitura da mente de autistas e não autistas nos EUA e no Reino Unido

Imagem de Taylor Deas-Melesh em Unsplash

Psicólogos das universidades de Bath, Cardiff e Londres, no Reino Unido, desenvolveram em conjunto o primeiro “questionário de leitura da mente”, com o objetivo de avaliar quão bem as pessoas são capazes de decifrar o que os outros estão pensando. E, aparentemente, as mulheres têm essa competência muito mais desenvolvida do que os homens. O teste e os resultados da pesquisa foram publicados ontem (12) na revista Psychological Assessment.

A leitura da mente, referida na Psicologia como Mentalização ou Teoria da Mente, é uma habilidade que nos permite captar pistas comportamentais muito sutis, mas que são capazes de indicar quando alguém está sendo sarcástico ou mentiroso em uma conversa. Segundo os pesquisadores, todos os seres humanos têm diferentes habilidades de leitura da mente.

Evidentemente, no entanto, alguns são melhores nisso do que outros. Um desenvolvimento deficiente dessa competência – em particular para pessoas com autismo, que costumam ter dificuldade para compreender nuances na linguagem verbal e corporal – pode levar a problemas na construção, na comunicação e na manutenção de relacionamentos.

Pensando nisso, a equipe de Bath desenvolveu um questionário de leitura da mente, baseado em dados de mais de 4.000 pessoas autistas e não autistas no Reino Unido e nos Estados Unidos. Os participantes deveriam responder a um teste, composto por quatro afirmações, marcando, para cada uma delas, a opção com que se identificassem mais: “Discordo muito”, “Discordo”, “Concordo muito” ou “Concordo”:

1) Acho fácil me colocar no lugar dos outros.

2) Às vezes acho difícil ver as coisas do ponto de vista dos outros.

3) Às vezes tento entender meus amigos imaginando como as coisas são da perspectiva deles.

4) Eu normalmente consigo entender outros pontos de vista, mesmo que sejam diferentes dos meus.

Os resultados foram avaliados com pontuações de 4 a 16 (com 4 indicando habilidades ruins de leitura da mente e 16 indicando habilidades excelentes). A pontuação média ficou entre 12 e 13. Ao final da análise, a equipe descobriu que as mulheres relataram melhor leitura da mente do que os homens – e confirmam algumas das características sociais relatadas como desafios enfrentados pela comunidade autista.

O Dr. Punit Shah, autor principal do estudo e especialista em processamento cognitivo social do Departamento de Psicologia da Universidade de Bath, explica que o sucesso da comunicação humana depende, em grande parte, de entender efetivamente aquilo que os outros estão pensando. Para compreender esse complexo processo, ele aponta, é necessário distinguir o que é leitura da mente e o que é empatia.

De acordo com Shah, a leitura da mente consiste em captar o que as outras pessoas estão pensando; já a empatia tem a ver com a compreensão do que os outros estão sentindo. A diferença, ele explica, é sutil, mas envolve redes cerebrais muito diferentes. Ao se concentrar cuidadosamente na medição da leitura da mente, sem confundi-la com empatia, a equipe acredita ter sido capaz de medir a habilidade de ler pensamentos.

E os resultados não deixam dúvidas: as mulheres relataram habilidades muito mais desenvolvidas de leitura da mente do que suas contrapartes masculinas. Para Rachel Clutterbuck, o estudo tem um grande potencial para contribuir na compreensão da experiência de vida de pessoas com dificuldades de leitura de mentes, como aquelas com autismo.

Além disso, o teste produz uma pontuação quantitativa precisa que poderá ser utilizada por médicos para identificar indivíduos que, porventura, necessitem de intervenção para melhorar suas interações sociais e sua qualidade de vida.


Fontes: Psychological Assessment e Medical Xpress


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