Durante a primeira Conferência Global de Transporte Sustentável, realizada em 26 e 27 de novembro, em Ashkhabad, Turcomenistão, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse às delegações presentes que o mundo tem determinação, compromisso, imaginação e criatividade necessários para transformar os transportes em um sistema sustentável.
Ele afirmou que essa mudança consciente é positiva para o bem-estar, para o progresso social e para a proteção do planeta.
“Esse setor é responsável por quase um quarto das emissões de gases do efeito estufa, e deve crescer substancialmente no futuro. Se não agirmos, não seremos capazes de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius nem mantê-lo o mais próximo possível a 1,5 grau Celsius”, disse Ban em discurso de abertura.
Ban também lembrou que muitas pessoas não têm acesso a transporte. “O transporte sustentável não alcança muitas comunidades rurais. Milhões de pessoas com deficiência não podem usar o transporte público porque ele é inacessível. As pessoas mais velhas lutam para se deslocar de um lugar para o outro. Mesmo onde o transporte é disponível, ele não é seguro, especialmente para as mulheres e meninas que muitas vezes enfrentam o medo de serem atacadas”, continuou.
O chefe da ONU também mencionou os impactos do setor para a saúde pública. Os acidentes de trânsito matam 1,25 milhão de pessoas por ano, sendo que nove em cada dez casos acontecem em países em desenvolvimento. Outro problema é o tráfego intenso nas grandes cidades, que prejudica a produtividade. Além disso, o transporte contribui para a poluição do ar, que custa mais de três milhões de vida por ano.
“A resposta para esses desafios não é menos transporte, é transporte sustentável. Precisamos de mais transportes que sejam ambientalmente amigáveis, acessíveis e disponíveis. As tecnologias avançadas poderão nos levar para essa realidade”, acrescentou.
No Turcomenistão, Ban aproveitou para sugerir sete ideias para mudanças no setor. A primeira é a criação de políticas integradas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).
A segunda é para que a comunidade internacional trate das vulnerabilidades dos países menos desenvolvidos, que precisam, segundo ele, de “cruzamento de fronteiras simplificado e leis regionais harmonizadas”.
A terceira ideia é a promoção de sistemas de transportes eficientes nas cidades. Ban pediu melhoras no transporte público e promoção do ciclismo e das caminhadas.
Ban também defendeu uma maior segurança, acessibilidade e sistemas de transportes sustentáveis para todos. A quinta ideia tem a ver com soluções para a contribuição negativa do setor para a mudança climática e poluição do ar.
O secretário-geral pediu que os países “repensem o sistema de transportes, investindo em novos designs, tecnologias e padrões de consumo”. Ele mencionou como exemplos um táxi movido a energia solar e o avião do projeto Solar Impulse, totalmente dependente de energia renovável.
O sexto ponto mencionado por Ban é a necessidade de financiamento. Ele lembrou que são necessários investimentos em dinheiro para que haja resultados.
A sétima e última ideia é a de que as pessoas sejam colocadas no centro do planejamento do setor de transportes. Ban acredita que a união de governos, entidades internacionais, empresas e sociedade civil “pode tornar o transporte sustentável uma realidade”.
A conferência de dois dias reuniu representantes da ONU, de governos, do setor privado e da sociedade civil, com o objetivo de estabelecer novos rumos para os esforços globais para o setor do transporte.
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