Construção carioca é marcada pela arquitetura sustentável, que dialoga com o seu conteúdo
Imagem: Tomaz Silva/ Agência Brasil
Seis meses após sua inauguração, o Museu do Amanhã se tornou o primeiro museu do Brasil a conquistar o selo ouro na certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED – ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental, em português), no segundo mais alto nível de classificação. São quatro: certificado, prata, ouro e platina.
Emitido em mais de 130 países de todo o mundo, o selo LEED é considerado a principal certificação de construção sustentável para os empreendimentos do Brasil, onde é representado oficialmente pelo Conselho de Construção Sustentável do Brasil, criado no país em 2007.
Para conquistar o selo Ouro, o projeto foi avaliado desde sua concepção, em sete categorias:
- Uso racional da água;
- Espaços sustentáveis;
- Qualidade dos ambientes internos da edificação;
- Inovação e tecnologia;
- Atendimento a necessidades locais;
- Redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos;
- Eficiência energética.
Arquitetura sustentável
Uma das âncoras da revitalização da região portuária, o Museu do Amanhã é marcado pela arquitetura sustentável, que dialoga com o seu conteúdo. Assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o projeto é voltado para o melhor aproveitamento de recursos naturais da região.
Entre seus diferenciais, destacam-se a tecnologia empregada na captação da energia solar e o uso das águas da Baía de Guanabara no sistema de ar condicionado. A estimativa é que, por ano, sejam economizados 9,6 milhões de litros de água e 2.400 megawatt/hora (MWh) de energia elétrica, o que seria suficiente para abastecer quase 600 residências.
A água da baía é captada pelo museu com duas finalidades: abastecer os espelhos d’água e alimentar o sistema de refrigeração, onde é utilizada na troca de calor.
O uso racional da água também se dá no tratamento e na reutilização das águas de pias, lavatórios, chuveiros e chuvas, além do volume proveniente da desumidificação do ar (o “pinga-pinga” do ar condicionado) – que, sozinho, pode render até quatro mil litros de água ao dia.
Energia solar
Parte da energia utilizada no edifício é gerada pela captação de energia solar: as grandes estruturas de aço instaladas em sua cobertura móvel servem de base para placas fotovoltaicas e, ao longo do dia, se movimentam como asas para acompanhar o posicionamento do sol. O projeto também prioriza a entrada de luz natural. Já o paisagismo, assinado pelo escritório Burle Marx, traz espécies nativas, que necessitam de pouca rega, ressaltando a vegetação típica da região costeira da cidade – são mais de 5,5 mil metros quadrados de área de jardins.
Reciclagem e reaproveitamento de materiais
A partir da preocupação do museu com a redução e a correta destinação de resíduos para reciclagem, sobras das estacas das fundações, por exemplo, foram utilizadas na construção dos barracões utilizados durante a obra. Foram poupadas toneladas de aço com essa ação. A seleção de materiais também foi realizada a partir de critérios ambientais, dando preferência a materiais com componentes reciclados, baixa toxidade, alta durabilidade e produzidos próximos ao local da obra, além da utilização de madeira certificada FSC.
Fonte: Museu do Amanhã
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