Você já se perguntou por que a música é algo tão comum no dia a dia de tanta gente? Basta entrar em um vagão de metrô ou num ônibus que é possível observar várias pessoas com seus fones de ouvido. Beatriz Ilari, pesquisadora de educação musical da University of Southern California, nos Estados Unidos, expõe em seu artigo “Música, comportamento social e relações interpessoais” uma análise psicológica sobre a ação da música na vida em conjunto. Segundo ela, a música contribui para a preservação da nossa espécie e também para a evolução. Ela afirma que os indivíduos costumam utilizar a música como uma forma de aproximação de semelhantes e que ela nos ajuda a criar diversos tipos de laços afetivos. Além disso, ouvir música para trabalhar também está associado com benefícios, como aumento da concentração e produtividade.
A música no trabalho auxilia no convívio entre os colegas, mesmo agindo de forma específica em cada pessoa – a música gera diferentes reações a partir de gostos e das memórias afetivas particulares. Essas reações podem ser aferidas quimicamente: o caso mais comum é a liberação de dopamina – hormônio que motiva e dá prazer – quando uma música agradável ao gosto do indivíduo é reproduzida (seja no trabalho ou em casa).
Mas, afinal, como a música pode ajudar no trabalho? Segundo um estudo do Journal of Music Therapy, quando uma pessoa ouve uma música que a agrada, ela tende a diminuir a percepção sobre a tensão, fazendo com que fique mais feliz e seja mais ágil e produtiva em situações de estresse – como é comum no ambiente de trabalho.
Mas não basta apenas ouvir qualquer música, alguns artigos científicos ajudam a escolher a melhor música para trabalhar. Existe uma playlist ideal para cada tipo de produção. Vamos lá:
Um estudo publicado no Journal of Neuroscience of Behaviour and Physiology observou que a habilidade de indivíduos em reconhecer imagens, letras e números era mais rápida quando ouviam rock ou música erudita em comparação com um ambiente sem música. Outro estudo notou que trabalhadores de uma linha de montagem ficavam mais felizes, eficientes e menos propensos a erros enquanto ouviam música. Pesquisadores também documentaram que a performance melhora quando a tarefa a ser realizada é tida como simples ou monótona (como responder e-mails ou copiar conteúdo em uma planilha) se os indivíduos que vão realizá-la estão ouvindo música.
Para tarefas imersivas e que exijam mais do intelecto, músicas eruditas ou instrumentais se mostraram como mais indicadas para elevar a performance mental do que músicas com letras cantadas.
Para trabalhar em tarefas realmente muito complexas, o melhor a se fazer é tentar fugir de qualquer tipo de ruído (inclusive música). Mesmo uma música bem fraquinha ao longe pode interferir em termos cognitivos – já que nesses casos sua performance pode começar a diminuir porque o seu cérebro irá dedicar recursos para te ajudar a processar a tarefa difícil e a música.
A “mágica” da música aparece muito quando você já domina completamente a tarefa que irá realizar, mesmo que seja algo desafiador, como uma cirurgia. Um estudo publicado no Journal of the American Medial Association relatou que cirurgiões trabalharam de forma mais precisa quando estavam ouvindo músicas das quais gostavam. Mas você não precisa ser um médico para se beneficiar das maravilhas da música. O autor de best-sellers Stephen King, por exemplo, afirma ouvir as bandas de rock Metallica e Anthrax enquanto escreve. Ou seja, sua música preferida será ótima para trabalhar com o que você adora.
Quando você precisa se focar, estudos sugerem que músicas com frequências de 50-80 batidas por minuto são as melhores. A Dr. Emma Gray, do British CBT and Counseling Service, trabalhou com a rede de streaming de músicas Spotify para conduzir pesquisas sobre os benefícios de certos tipos de música. A pesquisa de Gray concluiu que as músicas com frequências de 50-80 batidas por minuto ajudam a induzir o estado alfa no cérebro, desse modo, a mente se torna calma, alerta e com alto nível de concentração. Para a autora, não é o gênero musical, mas o ritmo que ajuda a criar um estado de concentração.
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