O narcisista é uma pessoa que tem um tipo de transtorno de personalidade, caracterizado por sentimentos de grandeza e superioridade. O transtorno de personalidade narcisista faz com que o indivíduo, muitas vezes, ignore a necessidade daqueles ao seu redor e se sinta incomodado quando não é o centro das atenções.
É preciso ter em mente que o narcisismo é um traço de personalidade que está presente em todos os seres humanos, em quantidades diferentes. Ou seja, esse conceito é tratado como um espectro, onde o indivíduo pode ter uma ou duas características narcisistas ou ter um transtorno relacionado a ele.
Assim como em outros transtornos de personalidade, borderline e bipolar, por exemplo, as pessoas narcisistas encontram dificuldades em manter relações. Isso porque a sua falta de empatia e a necessidade de admiração constante e excessiva pode danificar permanentemente seus vínculos.
Identificar os sintomas do transtorno de personalidade não é fácil no começo. Afinal, esses indivíduos se cercam de pessoas que alimentam o seu ego, constroem relações que reforçam ideias pré-estabelecidas sobre si mesmo e, por muitas vezes, essas interações costumam ser superficiais.
Alguns estudos apontam que o narcisismo é mais comum em homens do que em mulheres e, por ser um transtorno de personalidade,costuma ser diagnosticado apenas na vida adulta.
O narcisismo é um conceito que surgiu ainda na Grécia Antiga, com o mito de Narciso. Segundo a história, Narciso era um belo homem, tão cheio de amor próprio que acabou se apaixonando pelo seu reflexo, o que causou o seu fim. Esse juízo ajuda a humanidade a entender algumas atitudes individuais em relação à natureza, a questões sociais e econômicas. Para saber mais sobre o assunto confira a matéria: “Narcisismo: o que é e relação com o meio ambiente”
Não existe exatamente uma única causa para o narcisismo. Na verdade, o transtorno é o resultado de uma série de fatores genéticos e ambientais. Logo, um indivíduo está propenso a ser narcisista se alguém em sua família — geralmente o pai ou a mãe — também tem o diagnóstico ou sofre com outros transtornos de personalidade.
Além disso, especialistas defendem que a criação de um filho é importante para determinar se uma pessoa vai ter personalidade narcisista. Isso porque crianças que são negligenciadas, abusadas e/ou muito admiradas e elogiadas costumam desenvolver o transtorno na vida adulta.
Assim como em outros casos de transtornos de personalidade, a primeira infância é o período fundamental para determinar o desenvolvimento da personalidade narcisista.
Os narcisistas podem apresentar dois tipos diferentes de transtorno, o grandioso e o vulnerável. No caso do narcisismo grandioso, a pessoa espera ser tratada como superior a todos e é comum que ela tenha atitudes elitistas e pretensiosas Para a psicologia, esse tipo de narcisismo acontece em indivíduos que foram “mimados” na infância.
Aqueles que são diagnosticados com esse tipo de personalidade narcisista têm atitudes agressivas, dominantes e exageradas. Eles costumam ser muito confiantes e pouco sensíveis.
No quadro do transtorno vulnerável, a personalidade é muito sensível, flutua entre os sentimentos de inferioridade e superioridade e se ofende facilmente quando não é tratada como especial. O narcisismo vulnerável é causado pela negligência e pelo abuso recorrente na infância.
É baseado na rivalidade, competição e na agressividade. Pessoas com transtorno narcisista antagônico geralmente têm mais facilidade em causar conflitos e discussões. Além de terem excesso de competitividade e tendência de se envolver em disputas e em brigas.
Se caracteriza pela dissimulação, apresentando sentimentos de vingança, sadismo, agressividade, paranoia e mania de perseguição. O narcisismo maligno tem forte comportamento hostil e atitudes insensíveis, com comportamentos anti-sociais.
Está fundamentado na ideia de exaltação da justiça social. Nessa situação, a pessoa narcisista prega algo, mas tem uma atitude totalmente contrária. Suas ações tem raízes no moralismo, falsa generosidade e mania de justiceiro.
O indivíduo com narcisismo não costuma procurar ajuda para os seus sintomas. Afinal, essa ação faria com que ele admitisse uma falha em sua vida, o que é incomum para pessoas com esse quadro psicológico. Por isso, a maioria das vezes que uma pessoa recebe esse diagnóstico em consultas psicológicas ou psiquiátricas é devido a presença de sintomas depressivos ou vício em substâncias ilícitas.
O tratamento do transtorno de personalidade é feito por um profissional da saúde mental, depois de uma série de testes e entrevistas que determinam o diagnóstico. Para identificar os traços, o psicólogo ou psiquiatra, irá analisar as atitudes do indivíduo baseando-se no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição (DSM-5).
A terapia cognitiva comportamental é um dos métodos usados para tratar os sintomas do narcisismo, porém também pode ser aplicado a psicoterapia dinâmica e a psicoterapia focada em transferência — que consiste na interação entre o paciente e o terapeuta.
Tentar convencer um narcisista a tratar o seu transtorno de personalidade não é a coisa mais fácil do mundo. Isso ocorre porque esses indivíduos têm dificuldade em aceitar críticas e admitir que não são “perfeitos”, e dessa forma, também de aceitar o diagnóstico. No entanto, não buscar ajuda psicológica pode causar complicações na vida social e causar o surgimento de quadros de ansiedade, depressão, isolamento social e ideação suicida.
A única maneira de prevenir o desenvolvimento do transtorno de personalidade narcisista é mantendo a parentalidade positiva e evitando experiências muito traumáticas ainda na primeira infância.
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