Net Zero, ou Net Zero Carbon (Emissões Líquidas Zero, em tradução livre) é uma expressão em inglês que se refere a um estado em que a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) é equilibrada pela sua remoção da atmosfera com métodos de captura de carbono. O termo “Net Zero” representa o estado em que o aquecimento global cessa. O Acordo de Paris sublinha a necessidade de um acordo Net Zero, exigindo que as nações alcancem um equilíbrio entre as emissões e seus sumidouros de gases de efeito estufa.
O Net Zero é um consenso científico internacional que busca evitar piores danos climáticos como deslizamentos de terra causados por fortes chuvas, tempestades de poeira, enchentes, insegurança alimentar, desaparecimento de cidades pela elevação do nível do mar e extinção de espécies.
As emissões globais líquidas de dióxido de carbono (CO2) geradas pela atividade humana precisam cair cerca de 45% em relação aos níveis de 2010 até 2030, chegando a zero por volta de 2050. Essa meta é conhecida como Net Zero 2050.
Em um contexto Net Zero, é preciso reduzir ao máximo as emissões de GEEs, e, a partir daí, compensar o que não for possível reduzir. Apenas neutralizar carbono não é suficiente, é preciso compensar, também, as emissões indiretas, geradas por toda a cadeia produtiva envolvida nas atividades do emissor.
O GHG Protocol, método de quantificação de emissões compatível com a norma ISO 14.064, estabelece três escopos de atuação para reduzir as emissões de GEEs. O escopo 1 diz respeito às emissões diretas, como o uso de combustíveis fósseis para o transporte. O escopo 2 diz respeito às emissões indiretas de gases-estufa, como a compra de eletricidade. Já o escopo 3 inclui todas as emissões indiretas que são geradas pela prestação de serviços, compra de bens e serviços e distribuição de itens.
O diferencial da abordagem Net Zero em relação à neutralidade de carbono é que ela inclui o escopo 3.
Existem tecnologias que podem zerar as emissões, como a energia renovável, o uso de hidrogênio verde e processos industriais baseados em eletricidade em vez de gás.
No entanto, em setores como aviação e agricultura, é altamente improvável que as emissões sejam reduzidas a zero. Para compensar isso, uma quantidade equivalente de CO 2 precisará ser retirada da atmosfera – emissões negativas, ou sumidouros. Assim, a meta é torna-se ‘zero líquido’ na economia como um todo.
As diferentes maneiras pelas quais as fontes e sumidouros de emissões são contabilizados ajudam a indicar o que está e o que não está incluído no cálculo ou meta. Muitos atores serão capazes de atingir emissões zero ou zero absolutas no processo, daí a escolha dos termos na campanha global ‘Corrida para Zero’ focada em aumentar a ambição climática. Outros precisarão aumentar as remoções diretamente ou apoiar outro projeto, daí a “rede zero” do termo “net zero”, em inglês.
A meta está alinhada com o que a ciência do clima mais recente considera necessário para cumprir as metas do Acordo de Paris – limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aquecimento a 1,5 ° C, com nenhuma ou baixa ultrapassagem dessa meta.
Empresas do setor da aviação, construção civil, têxtil e agropecuária têm contribuições para a sociedade, entretanto, são geradoras de externalidades negativas, atrasando o mundo a atingir a meta Net Zero.
Uma análise concluiu que as empresas de carnes e laticínios demoram a se comprometer com as emissões líquidas zero Talvez isso signifique que os consumidores devam reduzir o seu consumo de produtos de origem animal, o que também implicaria em benefícios éticos para os animais.
O estudo, publicado na revista Climatic Change, examinou os impactos climáticos das 35 maiores empresas de carnes e laticínios ao redor do mundo, bem como sua influência na formulação de respostas políticas às mudanças climáticas.
A conclusão do estudo mostrou que os compromissos dessa indústria estão centrados na mitigação do uso de energia, com pouco foco nas emissões resultantes do uso de animais terrestres, que dão as maiores contribuições para o aquecimento global do setor agrícola, representando 15% de todas as emissões antrópicas.
Em geral, as empresas focam em emissões de dióxido de carbono (CO2), e não no mais preocupante, que é o metano.
De acordo com o estudo publicado pela revista Phys, estas empresas fazem lobby para barrar a legislação ambiental. A National Cattlemen’s Beef Association, o National Pork Producers Council, o North American Meat Institute, o National Chicken Council, a International Dairy Foods Association e a American Farm Bureau Federation e seus grupos estaduais gastaram juntos cerca de US $ 200 milhões em lobby desde 2000, fazendo lobby anualmente em questões relacionadas ao clima, como cap-and-trade, Clean Air Act e regulamentações de gases de efeito estufa.
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