Técnicas de neutralização de carbono: captura e armazenamento de carbono (CCS)

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Nosso modo de vida atual ainda é muito dependente de combustíveis fósseis (gás natural, petróleo e carvão mineral), e esses são os grandes vilões do aquecimento global e das mudanças climáticas. A combustão dessas fontes tradicionais emite grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera e é alvo de preocupação de governos e especialistas que tentam desenvolver mecanismos para minimizar os impactos no meio ambiente, principalmente através da neutralização de carbono.

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Segundo relatório do International Energy Agency (IEA), a solução de geoengenharia de captura e armazenamento de carbono – CCS (sigla em inglês para carbon capture and storage) é a única tecnologia que pode trazer reduções significativas das emissões provenientes de combustíveis fósseis. Sem essa técnica, os objetivos de longo prazo para frear o problema do aquecimento global talvez não sejam alcançados.

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Além de reduzir emissões de geração de energia, a tecnologia também pode ser aplicada em grandes fontes poluidoras, como indústrias de aço e ferro, cimento, refinarias, entre outros. O CCS tem capacidade de reduzir 13% a concentração de dióxido de carbono na atmosfera necessária para limitar o aquecimento global em 2°C previsto para 2050. As energias renováveis irão contribuir para a redução de 30% de CO2 atmosférico.

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O que é a técnica de captura e armazenamento de carbono (CCS)?

Essa tecnologia consiste, basicamente, em três partes: captura, transporte e armazenamento. O sistema pode retirar CO2 diretamente do ar ou até antes da fumaça entrar em contato com o ar, ou seja, antes da emissão sair da chaminé de uma indústria, por exemplo. É necessário primeiro separar o CO2 dos outros gases produzidos e convertê-lo do estado gasoso para forma líquida por processos físico-químicos.

Assim, ele pode ser transportado através de tubulações e armazenado em reservatórios geológicos, ou seja, em compartimentos subterrâneos. As reservas geológicas têm uma capacidade enorme de armazenamento de carbono, na ordem de vários milhares de gigatoneladas – volume maior que a capacidade do oceano. Em 2015 já havia a implementação de 15 projetos em larga escala de CCS em diferentes países, capturando mais de 27 megatoneladas (Mt) de CO2 por ano.

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Uso de biomassa

Outra importante técnica que pode realizar a neutralização de carbono é o uso da biomassa combinada com o CCS, chamada de Bio-CCS (biooenergy with carbon dioxide capture and storage). A biomassa utilizada para biocombustíveis é proveniente de plantas, ou seja, durante seu crescimento já há a captura de carbono, mas este é novamente lançado na atmosfera quando convertido em energia, mesmo que em quantidades menores que os combustíveis fósseis.

Entretanto, se este CO2 for capturado e transportado para um local de estoque permanente, como o subsolo, isso irá resultar em uma remoção negativa de CO2, ou seja, será capturada uma quantidade maior do que foi emitido. As barreiras encontradas para essa técnica são a disponibilidade de terra para a plantação da biomassa, um cultivo sustentável e a capacidade de armazenamento.

Na Islândia, pesquisadores conseguiram pela primeira vez injetar CO2 nas reservas geológicas de basalto vulcânico e convertê-lo em sólido. O processo de converter CO2 em sólido, na teoria, levaria de centenas a milhares de anos, mas ao testar a técnica na prática os pesquisadores tiveram uma surpresa.

Pelo método de carbonatação mineral, 95% do CO2 injetado se converteu em sólido em cerca de um ano e meio. Isso prova que essa técnica pode se tornar comercialmente viável, sem contar a diminuição dos riscos ambientais, pois o CO2 estaria armazenado permanentemente sem o perigo de vazar.

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As técnicas de captura e armazenamento de carbono se mostram promissoras, pois possuem grande potencial de contribuição para reduzir o aquecimento global, além de proporcionarem benefícios econômicos. O CSS é predominante em cenários para compensar emissões residuais onde a mitigação é mais cara.

É claro que, como toda tecnologia, o CCS possui vantagens e desvantagens que precisam ser levadas em conta na hora de escolher investir em projetos de neutralização de carbono. O CCS já é uma realidade, é uma opção que pode nos levar a uma produção de carbono-negativo, estabilizando o ciclo natural do carbono com o tempo.

Alguns dos desafios para o futuro são sua aceitação pelas populações e aprimoramento da pesquisa e desenvolvimento da técnica. Entretanto, existem outras técnicas de neutralização de carbono como o plantio de árvores, a aceleração do intemperismo, a fertilização oceânica, entre outras.

Como saber se produzo emissão de carbono? Preciso neutralizar?

A pegada de carbono (carbon footprint – em inglês) é uma metodologia criada para medir as emissões de gases estufa – todas elas, independente do tipo de gás emitido, são convertidas em carbono equivalente. Esses gases, incluindo o gás carbônico, são emitidos na atmosfera durante o ciclo de vida de um produto, de processos ou de serviços.

São exemplos de atividades que geram emissões a queima de combustíveis fósseis como as viagens de avião e a colheita mecanizada, consumo de qualquer natureza (alimentação, vestimenta, entretenimento), produção de eventos, a criação de pastagem para gado, o desmatamento, a produção de cimento, entre outras. Atividades que emitem carbono podem ser realizadas tanto por pessoas, quanto por empresas, ONGs e governos – por isso, todas essas entidades podem realizar a neutralização de carbono.

Se você come um prato de arroz e feijão, saiba que houve uma pegada de carbono para essa refeição. Se em seu prato contiver alimentos de origem animal, essa pegada é ainda maior (plantação, cultivo e transporte). Conhecer a emissão de carbono, direta ou indiretamente, é muito importante para reduzi-la com a finalidade de desacelerar o aquecimento global cada vez mais, melhorar a qualidade de vida do planeta, reduzir a pegada ecológica e evitar o overshoot, conhecido como a sobrecarga da Terra.

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Reduzir o consumo supérfluo e optar por uma postura mais amigável ao meio ambiente, praticando o descarte correto e a compostagem, por exemplo, são formas de evitar a emissão de carbono. Já a emissão de carbono que não foi possível evitar, é preciso neutralizar.

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Como posso fazer a neutralização de carbono?

Algumas empresas, como a Eccaplan, oferecem o serviço de cálculo e neutralização de carbono para indivíduos e empresas. As emissões inevitáveis podem ser compensadas em projetos ambientais certificados, como a compra de créditos de carbono. Dessa forma, a mesma quantidade de CO2 emitida nas empresas, produtos, eventos ou no dia a dia de cada pessoa, é compensada com incentivo e uso de tecnologias limpas.

A compensação ou neutralização de carbono, além de viabilizar financeiramente projetos ambientais, melhora a qualidade de vida das pessoas e promove o uso sustentável de áreas verdes. Para saber como começar a fazer a neutralização do carbono emitido por você, sua empresa ou evento, e diminuir seus impactos ambientais, assista ao vídeo e preencha o formulário a seguir:

Equipe eCycle

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