O mais importante reservatório de abastecimento de água da cidade de São Paulo opera atualmente com 47,2% de sua capacidade total. Esse volume, que não inclui a reserva do chamado volume morto (acionada na crise hídrica de 2014 e 2015), é considerado pelos órgãos reguladores como “estado de atenção”, já próximo do “alerta”.
No final de maio do ano passado, depois de uma estação de chuvas farta, a Cantareira estava com 67,7% de sua capacidade total. Este ano, com um volume de chuva acumulado de apenas 13,7 mm em maio, o nível preocupa – a média pluviométrica esperada era de 78,6 mm. O atual cenário é parecido com o que antecedeu a crise de 2014 e 2015, já que no final de maio de 2013 o volume de chuvas acumulado também foi baixo, de apenas 10,4 mm frente um total esperado de 83,2 mm. O volume do sistema como um todo, porém, estava em 59,3% no dia 25 de maio de 2013.
No site da Sabesp (estatal paulista de abastecimento), é possível acompanhar dia a dia a situação dos mananciais que abastecem a região de São Paulo. Entre maio de 2013 e maio de 2014, com uma sequência de menos chuvas do que o esperado, em especial no alto verão, o volume do Cantareira passou de 59,3% no final de maio de 2013 para 8,2% em 15 de maio de 2014. No dia 16 daquele mês foi acionada a primeira reserva técnica do chamado volume morto.
O professor Pedro Luiz Côrtes, do Programa de Ciência Ambiental (Procam) da USP e coordenador da Rede Internacional de Estudos sobre o Meio Ambiente, disse em entrevista ao UOL que o atual cenário pode indicar um prenúncio de crise. Ele analisa que a região Sudeste está propensa a ter um período severo de estiagem, como indicam os dados do índice pluviométrico ao longo de 2017 e neste começo de 2018.
Uma sequência de meses em que choveu menos do que o esperado, com quedas sucessivas do nível do Sistema Cantareira, reforça a preocupação de que uma nova crise pode estar a caminho. O ideal, diz o professor, seria entrar no período de estiagem com o volume operacional entre 60% e 70%, “para que ficássemos mais tranquilos”.
A Sabesp considera “normal” o volume operacional com mais de 60%; entre 60% e 40% é “atenção”, passando a “alerta” entre 40% e 30%. De 30% a 20% já se fala em “restrição” e com menos de 20% inicia-se o estado “especial”. Por enquanto, a Sabesp diz que não há motivo para preocupação. Ainda assim, faça sua parte e pratique o consumo consciente de água.
É possível consultar as informações detalhadas sobre o nível de água e a captação de chuva no Cantareira e também nos outros sistemas de abastecimento do estado de São Paulo no site da Sabesp.
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