Reservatórios estão com o nível mais baixo do que em 2013, ano que antecedeu a última crise hídrica; cenário é preocupante e demanda uma gestão mais intensiva da Sabesp, segundo Côrtes
Com a crise hídrica na Bacia do Paraná, cresce a preocupação de que a região metropolitana de São Paulo enfrente um cenário semelhante ao da crise de 2014 a 2016. Os reservatórios estão com o nível mais baixo — com cerca de 82% da capacidade — do que em 2013, ano que antecedeu a crise hídrica.
“Se hoje os reservatórios estão em um nível abaixo do que seria desejável e não tivermos uma recarga adequada, a projeção é de que daqui um ano o nível esteja ainda mais baixo do que atualmente”, comenta o professor Pedro Luiz Côrtes, do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição.
Ele destaca que as previsões climáticas para o segundo semestre apontam exatamente para uma situação desfavorável na recarga dos mananciais na primavera e no próximo verão. “Para chegarmos a um cenário de crise de abastecimento, desse cenário de crise hídrica, é um passo muito curto”, alerta Cortês.
Para o professor, essa situação demanda uma gestão mais intensiva por parte da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). À imprensa, a instituição tem se manifestado dizendo que não há motivos para preocupação e que o abastecimento está garantido para 2021. “Ela não se posiciona a respeito do que pode acontecer em 2022 e, obviamente, isso causa uma dissonância na comunicação”, diz Côrtes.