Consumidores mais conscientes e exigentes estão fazendo com que o mercado se inove e empresas corram atrás de medidas mais sustentáveis
A necessidade de adotar medidas mais sustentáveis, que preservem o meio ambiente e proporcionem benefícios à saúde da população, e a exposição crescente a informações desse tipo faz com que os novos consumidores prefiram empresas que se importem com o meio ambiente. É o que indica um estudo feito numa parceira entre a Opinion Box, Mundo do Marketing e Dia, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), realizada em 2015.
Na pesquisa, 54% dos entrevistados disseram que costumam dar preferência a empresas ou marcas que são reconhecidas por cuidarem do meio ambiente; 56% afirmaram que procuram formas e embalagens menos prejudiciais de transporte de produtos; e 57% informaram que costumam ler o rótulo para conferência de quantidade de sódio, glúten, lactose e conservantes que os produtos levam. O problema é que, ao mesmo tempo, temos um mercado que prioriza o lucro e empresas que muitas vezes falham em ser transparentes com seus clientes quando adotam ações sustentáveis. Exemplo emblemático aconteceu com a Volkswagen, que fraudou testes de emissões de alguns de seus veículos. Trata-se de uma prática chamada de greenwashing (saiba mais a respeito aqui).
Existe um movimento de grandes companhias comprando empresas menores que tenham uma proposta mais sustentável e de contato mais próximo com o seu cliente, exatamente por entenderem o perfil desse consumidor mais consciente. No setor alimentício, além da preocupação com medidas sustentáveis, também existe a preocupação com saúde, benefícios e malefícios que aquele alimento pode causar. Por isso, também cresce a preferência por alimentos integrais, sem sódio, conservantes, gordura trans, etc.
Alguns exemplos de marcas mais amigáveis tanto com o meio ambiente quanto com seus consumidores que foram compradas por empresas grandes:
“Amacoco”:
A maior produtora de água de coco no Brasil, dona das marcas Kero Coco e Trop Coco sempre teve como proposta encaixotar a água de coco natural para que seus clientes pudessem aproveitar um refresco tão natural quanto aqueles que vêm diretamente do coco, mesmo em cidades grandes. Em 2009, foi comprada pela PepsiCo e começou a investir ainda mais em medidas de sustentabilidade e em uma relação mais próxima com seus fornecedores e clientes. Você pode conferir mais sobre a história da empresa e suas medidas sustentáveis nessa série de vídeos.
“do bem”:
A do bem é uma marca de sucos que foi fundada em 2009, após um jovem estagiário tomar um delicioso suco natural na sua casa de sucos favorita do Rio de Janeiro e pensar “por que não podemos ter um suco como esse em caixinhas?”. Pronto, isso foi o suficiente para o estagiário se demitir do seu trabalho e ir viajar pelo mundo em busca de tecnologias que pudessem transformar seu plano em realidade. A marca rapidamente ganhou a simpatia da população e foi se espalhando pelos mercados de todo o Brasil oferecendo sucos naturais sem água, açúcar ou conservantes em caixinhas descoladas. Em abril desse ano, a Ambev anunciou que compraria a marca.
“Del Valle” e “Suco Mais”:
Ambas as marcas foram compradas pela gigante Coca-Cola Company e se fundiram. A Suco Mais foi comprada em 2005 da miniempresa Mais Indústrias de Alimentos e a Del Valle em 2006, que foi quando juntaram ambas as linhas de sucos e transformaram na Del Valle Mais, uma das principais marcas de suco do Brasil. Em 2014, a marca anunciou que iria começar a usar embalagens de polietileno verde, a base de cana-de-açúcar e, em 2015, lançou uma linha de sucos 100% sem açúcar ou conservantes.
Ao consumidor, resta verificar se a incorporação das pequenas pelas grandes empresas mudou algo na composição dos produtos. Fique atento às informações nutricionais contidas nas embalagens e pesquisa a respeito do item na internet.