Para reduzir o desperdício de alimentos, em especial frutas e hortaliças, durante seu transporte, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) do Rio de Janeiro foi responsável pela criação de um novo tipo de embalagem que promete diminuir esse tipo de perda. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 40% da produção atual de alimentos no mundo é danificada devido ao transporte.
De acordo com o INT, a nova embalagem combina uma bandeja reciclável com uma base articulada e retornável, parecida com uma pequena caixa.
As bandejas têm formatos variados, criados a partir do escaneamento 3D de frutas como caquis, mangas e mamões. Desse modo, o encaixe ergonômico evita que haja deslocamentos bruscos durante o período de transporte. Além disso, as bandejas podem ser produzidas em PET transparente e reciclável.
Também foram aperfeiçoadas as bases das embalagens – elas se dobram e se armam com um simples movimento, facilitando a logística, além de ocuparem menor tempo de montagem em relação às caixas convencionais. As bases das caixas também se encaixam entre si, o que permite o empilhamento unificado. Sem contar o fato de que a estrutura é aerada e leve. Tudo isso faz com que o impacto do transporte sobre os alimentos seja reduzido, diminuindo o desperdício ao longo da cadeia de venda e de distribuição.
O tamanho das caixas foi adequado aos pallets nacionais e europeus. As embalagens têm ventilação e resfriamento apropriados para quando as frutas estiverem empilhadas em mais caixas, evitando o amadurecimento precoce.
A embalagem carioca recebeu, em fevereiro de 2013, o prêmio IF Design Award, a mais importante condecoração internacional em design, que dá direito à exibição do selo de qualidade da IF.
Reduzir o desperdício é fundamental para o Brasil. Segundo relatório da FAO, o país está entre os dez que mais desperdiçam no mundo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 50% do total desperdiçado, em relação a frutos e hortaliças, ocorre durante o manuseio e transporte desses alimentos.
A inovação criada pelo INT é apenas uma entre as diversas soluções tecnológicas que estão sendo pesquisadas atualmente. A lista é extensa e inclui embalagens fabricadas com biopolímeros recicláveis, sistemas de fácil abertura, métodos alternativos de fechamento, filmes plásticos de alta barreira a gases e latas com formatos diferenciados.
O Brasil é hoje o sétimo maior mercado de embalagens atrás do Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França e Canadá, tendo evoluído em 30% nos últimos cinco anos. Projeções feitas por consultores especializados indicam que dentro de três anos o país ultrapassará Canadá e França, assumindo assim o quinto posto. Esse crescimento é explicado principalmente pela melhora do cenário econômico e aumento de renda da população, o que tem impulsionado o mercado de bens e consumo.
Apesar de todo esse crescimento e inserção do Brasil na cadeia global de embalagens, a variedade encontrada no Brasil ainda é restrita, pois apesar de possuir produtos de alta tecnologia, algumas tendências para o futuro ainda são raras no país, como o sistemas mais sofisticados de fácil abertura, embalagens ativas e inteligentes – que controlam os gases e a umidade ao redor de frutas ou incorporam absorvedores de oxigênio para preservar alimentos e bebidas por mais tempo – e outras tecnologias de rastreabilidade, como as etiquetas de identificação por radiofrequência.
Como demonstra a caixa criada pelo INT, as embalagens podem ser essenciais para que outros recursos, como água e energia, não sejam desperdiçados ao longo da cadeia de produção. No entanto, é possível evitá-las quando não são necessárias para evitar a poluição – veja mais aqui.
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