Nova York se torna o primeiro estado dos EUA a proibir o gás natural em novos edifícios

Uma nova lei nova-iorquina proibirá o uso de gás natural na maioria dos novos edifícios com menos de sete andares em 2026 e em 2029 para edifícios maiores, o que significa que esses edifícios não poderão mais usar fogões a gás, fornos e aquecimento a propano no estado de Nova York. Isso segue a legislação aprovada em 2021 que proíbe as conexões de gás natural em novos edifícios até o final do ano e pode marcar um ponto de virada em nossa busca por tornar os edifícios mais sustentáveis.

A nova lei incentiva o uso de aparelhos como bombas de calor e fogões de indução na maioria dos edifícios residenciais em todo o estado. No entanto, existem algumas exceções. Grandes prédios comerciais e industriais, como hospitais, restaurantes, lojas e lavanderias, ficarão isentos da nova legislação.

Mais sustentabilidade?

O metano, o principal componente do gás natural, tem mais de 80 vezes mais poder de aquecimento do que o CO2 nos primeiros 20 anos. Não é tão duradouro quanto o CO2, mas também é um fator importante para as mudanças climáticas. É por isso que os cientistas estão pedindo aos governos que abordem esse combustível fóssil como uma maneira rápida de diminuir as emissões – uma espécie de “fruto mais fácil” para reduzir as emissões.

De acordo com o jornal ZM Science, os fogões a gás também são responsáveis ​​por problemas de saúde como a asma e são considerados um problema de saúde há vários anos, o que os torna um alvo ainda maior para regulamentação.

A lei surge depois que o comissário de segurança de produtos de consumo dos EUA, Richard Trumka Jr, disse em janeiro que os fogões a gás eram uma fonte significativa de poluição interna ligada à asma infantil. Ele sugeriu que o governo Biden poderia estar trabalhando para bani-los em novas casas, mas depois esclareceu que o governo não levaria nenhum item que já estivesse lá.

Nova York é o sexto maior consumidor de gás natural entre os estados, de acordo com a US Energy Information Administration . O gás natural abastece 46% da geração de eletricidade do estado. O sector residencial é o maior utilizador, representando mais de um terço de todo o gás natural utilizado. Três em cada cinco domicílios usam gás natural para aquecimento.

A legislação de emissão zero do estado evitaria mais de seis milhões de toneladas métricas de emissões de carbono, de acordo com estudos da organização sem fins lucrativos RMI. Isso equivale às emissões anuais de mais de 1,3 milhão de carros. A proibição do gás natural também ajudará o estado a cumprir sua promessa de obter 70% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis ​​até 2030.

Enquanto grupos ambientalistas comemoravam a medida, os republicanos a condenavam como um exagero federal. Sindicatos, grupos empresariais e empresas de gás disseram que uma proibição provocaria custos mais altos para os edifícios, embora isso não esteja claro. O mandato também parece impopular entre os residentes. Mais de 50% disseram em uma pesquisa recente que se opõem à eliminação gradual de fogões a gás em novas residências.

No entanto, o movimento contra os fogões a gás está ganhando força.

Em 2019, Berkeley se tornou a primeira cidade nos EUA a aprovar um código que proíbe conexões de gás natural em novos edifícios. Outras cidades, como São Francisco e Nova York, seguiram em 2020 e 2021. Mas muitos que tentaram fazer o mesmo se depararam com paredes de tijolos. Mais de uma dúzia de estados, principalmente em áreas controladas pelos republicanos, aprovaram leis que proíbem as cidades de proibir o gás natural.

“O estado de Nova York está liderando o caminho para acabar com o vício devastador da América em combustíveis fósseis. O resto do país deve agora recuperar o atraso. O movimento ousado de Nova York para se tornar o primeiro estado do país a proibir o uso de combustíveis fósseis em novas construções é inegavelmente enorme”, disse o diretor da Food & Water Watch na Região Nordeste, Alex Beauchamp, em um comunicado.