Daqui a uns anos, espera-se que a ideia de ter um carro próprio e usá-lo para praticamente tudo ao longo do dia seja extinta, relegada às histórias que o pai contará aos filhos nos domingos em família nas casas futuristas flutuantes e servidas por robôs. Atualmente, muito se faz mundo afora em ações que visam evitar o uso do automóvel como um veículo individual, como mostramos aqui e em muitas outras. Mas com certeza algo que realmente pegou em diversos lugares foi a ideia da carona solidária e do carsharing (o compartilhamento de carros, em bom português); temos um grande número de serviços que oferecem a carona solidária aqui no Brasil (dê uma olhada aqui) e o carsharing já é realidade na França e nos EUA.
O compartilhamento de carros é uma ideia que visa diminuir tanto o tráfego quanto as emissões de poluentes: e usar combustíveis fósseis, apesar de amenizar, não elimina de fato o problema. Por isso que, de uns anos para cá, as companhias de carsharing têm incluído mais e mais EVs (veículos elétricos – da sigla em inglês para Eletric Vehicles) nas suas frotas, e isso é completamente sensacional se não contarmos os problemas de infraestrutura.
Mas precisamos contar com esses problemas, pois são eles que impedem uma adoção maior de veículos elétricos pela indústria de carsharing. Os dois principais são: a falta de estações de recarga (a principal razão para utilização em massa desses veículos) e a ausência de um rentável e eficiente sistema para rastrear o veículo e conectá-lo aos outros e à infraestrutura. E é em volta da solução dessas questões que o German Fraunhofer Institute desenvolveu um novo projeto, que combina oito tecnologias desenvolvidas nos últimos anos em um carro-conceito, em que todas essas tecnologias estão integradas num único sistema que permite a comunicação veículo-veículo e veículo-infraestrutura, compartilhamento de dados e recarga de bateria por rede sem fio. O carro-conceito foi apresentado na eCarTec, em Munique (Alemanha), no final de 2014.
O e-car desenvolvido contém um computador de bordo que conecta o veículo a diferentes serviços na nuvem, mandando e recebendo informações que serão cruciais para a eficiência do sistema. Os usuários terão a capacidade de rastrear o veículo por um aplicativo de celular e ainda conferirem quanto de bateria o carro possui. Por falar em bateria, ela poderá ser recarregada enquanto o carro estiver em movimento, graças à tecnologia de recarga por indução; e o próprio veículo devolverá eletricidade para a rede. Essa forma de recarga promete ser muito mais rápida do que a feita nas atuais estações.
Os criadores desse projeto acreditam que, com isso, a adoção dos carros elétricos nas frotas de carsharing será enorme, reduzindo o espaço que um único veículo ocupava nas vias e abrindo caminho para pedestres e ciclistas, além de diminuir o tráfego e poluição do ar. Mas para isso, governos deverão colocar um bom dinheiro na implantação dessas ideias e nada disso acontece sem um cidadão atento aos seus representantes.
Para saber mais sobre o projeto Shared e-Fleet, acesse o site oficial aqui.
Fonte: Greener Ideal
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