Nutrigenômica, também conhecida como genômica nutricional, é a área da nutrição que estuda a influência da dieta na expressão genética. Ela foi introduzida pelo Human Genome Project (Projeto Genoma Humano) de 1990 — que foi responsável pelo mapeamento do DNA do genoma humano.
Segundo especialistas, o estudo da nutrigenômica é capaz de oferecer prescrição de dietas personalizadas de acordo com o genótipo de cada indivíduo. Assim, possibilitando a mitigação dos sintomas de doenças existentes ou prevenção de doenças futuras.
“A nutrigenômica é uma forma de ampliar o que o ajudará a atingir os seus objetivos com base no que sabemos sobre os seus genes e como eles interagem com os alimentos que você ingere”, diz a nutricionista Devon Peart à Cleveland Clinic.
Acredita-se que a busca pela nutrigenômica foi uma resposta ao aumento de doenças crônicas no mundo todo. E, embora tenha o potencial para a prevenção dessas condições, existem algumas questões sobre a sua eficácia em relação às outras áreas da nutrição, como a nutrição de precisão, ou nutrição personalizada.
Além do efeito dos genes na expressão física das características genéticas, os genes também podem responder a outras influências – como a nutrição. Diversas pesquisas já comprovaram a influência de nutrientes como o folato, colina e vitaminas A, B2, B6 e B12 na expressão de genes.
As “mensagens” recebidas pelos genes através dos alimentos possuem um papel no controle das moléculas que compõem o metabolismo. Isso significa que mesmo que certas doenças genéticas ocorram na sua família, a dieta pode influenciar se esses genes são expressos, ou “ligados”, e assim influenciar se você herda ou não as condições.
“[A nutrigenômica] busca elucidar como os componentes de uma determinada dieta (composto bioativo) podem afetar a expressão de genes, que podem ter aumentado seu potencial ou que podem ser suprimidos. Esta resposta dependerá de como os genes mostrarão uma atividade alterada ou alterarão a expressão genética”. (Nutrigenomics: Definitions and Advances of This New Science)
Através desse entendimento, a nutrigenômica foi fundada. Porém, ela é dependente do desenvolvimento tecnológico capaz de compreender as diversas partes da expressão gênica, como a bioquímica, fisiologia, nutrição, genômica, proteômica, metabolômica, transcriptômica e epigenética.
O teste de DNA para nutrigenômica é recolhido do interior da boca e seus resultados são obtidos após a análise laboratorial de aproximadamente 70 genes diferentes.
Variantes dentro dos genes humanos podem prever como o corpo responde a certos nutrientes e compostos bioativos. As variantes genéticas podem sinalizar que o paciente tem maior probabilidade de:
Além disso, a testagem pode mostrar possíveis fatores de risco, como doenças cardiovasculares e doenças crônicas não transmissíveis, e como evitá-las através da dieta.
Uma pesquisa, conhecida como PREDICT 1 Study tentou entender quanto cada componente contribui para a forma como o corpo responde aos alimentos. O estudo reuniu cerca de mil participantes que foram instruídos a consumir muffins especialmente elaborados e, posteriormente, os pesquisadores mediram os níveis de açúcar, insulina e gordura no sangue dos participantes.
Os resultados mostraram que:
Os benefícios da nutrigenômica podem ser comparados aos benefícios obtidos por outras áreas da nutrição, como a nutrição de precisão. Ou seja, ambas essas áreas contam com análises precisas e características, proporcionando planos alimentares específicos para cada indivíduo.
Coincidentemente, uma pesquisa evidenciou as similaridades entre ambos os estudos. O ensaio sugeriu que abordagens nutricionais personalizadas podem oferecer maiores benefícios do que as orientações dietéticas padrão.
Porém, não mostrou nenhuma diferença significativa entre uma abordagem nutricional personalizada baseada no aconselhamento e na nutrigenômica, que leva em conta a expressão genética.
A nutrigenômica não providencia diagnósticos. De fato, muitas pessoas com determinados genes podem nunca desenvolver doenças associadas a esses genes.
Ao todo, o desenvolvimento de possíveis condições de saúde não estão apenas atreladas à nutrição ou à genética. Diversos fatores externos, como o tabagismo, exposição à poluição, atividade física, uso de substâncias e medicamentos podem ter um papel na saúde e também devem ser considerados.
Isso enfatiza a nutrigenômica como apenas uma parte da ciência capaz de oferecer o tratamento e prevenção de doenças e condições de saúde.
Além disso, a complexidade da biologia humana dificulta o processo de entendimento das interações entre a genética e os nutrientes. Portanto, especialistas acreditam que a pesquisa dentro da área da nutrigenômica deve ser priorizada antes de sua disseminação como planejamento nutricional.
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