Por Rodrigo Santos de Jesus em Geenpeace – Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), divulgado nesta quarta-feira (23), traz informações relevantes sobre os eventos extremos de chuva e temperatura em algumas cidades do Brasil. O objetivo do documento é fazer uma interpretação e comparação entre as médias históricas, chamadas de normais climatológicas, medidas nas 271 estações meteorológicas distribuídas pelo território brasileiro.
As normais climatológicas são as médias históricas consideradas a partir da medição de elementos do clima como chuva, temperatura, umidade, pressão, radiação, entre outros. Essas médias foram estabelecidas no período de intervalo de 30 anos e de acordo com o padrão da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), que segue diretrizes internacionais de medição.
No Brasil, as médias consideradas no levantamento do Inmet foram estabelecidas a partir dos seguintes intervalos de tempo: 1931 – 1960, 1961 – 1990, e 1991 – 2020.
Entre os resultados, destacamos:
Outra informação relevante é o aumento do volume de chuvas torrenciais, ou seja, aquelas que acontecem em um único dia e em determinado território.
Quantos documentos técnicos e científicos mais serão necessários para que os líderes globais tomem alguma atitude diante da gravidade da situação?
Este não é o primeiro e nem será o último documento que comprova a intensidade dos eventos extremos. O IPCC também traz dados que escancaram os riscos e a intensidade desses eventos extremos para o Brasil e a América Latina, como secas frequentes ou extremas, danos à vida e à infraestrutura das cidades em consequência de inundações, deslizamentos de terra, elevação do nível do mar, tempestades e erosão costeira, que já são consequências desse desequilíbrio.
Quando o poder público (e econômico) vai acordar para a realidade e adotar medidas efetivas contra a crise climática?
Fica cada vez mais evidente que a variabilidade do clima é reflexo direto do atual modelo econômico hegemônico que destrói e transforma em mercadoria os nossos ecossistemas marinhos e terrestres. Um sistema que coloca o lucro acima da vida.
Todos nós sabemos quem são os principais impactados, e precisamos reverter essa situação para que as pessoas em situação de vulnerabilidade social possam criar resiliência frente ao aumento dos eventos extremos.
O Greenpeace pede à população que pressione os governadores a decretarem emergência climática com investimentos para adaptar a realidade à crise que já nos atinge, e que, segundo os cientistas, terá piores consequências cada vez mais rápido. O momento é de repensar as políticas que nos trouxeram até aqui. O Brasil e o mundo precisam, mais do que nunca, de mudanças. Ainda é possível! É necessário que sejam colocadas em prática medidas eficazes de enfrentamento ao atual cenário de catástrofe.
Chega de descaso político com a crise climática! Não podemos permitir que o poder público se mova somente pela urgência da catástrofe. É nosso dever pressionar os governadores para que Decretem Emergência Climática e coloquem em prática medidas de adaptação para as cidades. Assine o abaixo-assinado e ajude a pressionar.
Este texto foi originalmente publicado por Greenpeace de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original.
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