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É preciso alinhar ações empresariais com a preservação da natureza para transformar mercados e promover inovação

Após a COP16, conferência de biodiversidade da ONU realizada em Cali, Colômbia, ficou evidente a ausência de medidas urgentes para combater a crise ambiental. Enquanto governos e grandes corporações demonstraram lentidão no progresso, algumas pequenas e médias empresas (PMEs) destacaram-se por assumir responsabilidades e adotar práticas que colocam a biodiversidade no centro de suas estratégias.

A relação entre negócios e natureza é intrínseca e reflete-se tanto em oportunidades quanto em desafios. Exemplo disso está no setor de vestuário para atividades ao ar livre, onde a valorização de ambientes naturais não se limita à propaganda. Sem ecossistemas saudáveis, o interesse por aventuras em trilhas ou montanhas pode desaparecer, impactando diretamente a demanda por seus produtos. Da mesma forma, empresas locais que dependem de paisagens preservadas para atrair clientes e talentos precisam entender que a degradação ambiental ameaça sua sobrevivência no longo prazo.

Muitas PMEs estão liderando uma mudança de paradigma, transformando paixão ambiental em ações concretas. Um estudo identificou casos como o de uma empresa que, ao observar o declínio da população de abelhas, converteu metade de suas terras em um prado e criou um lago, equilibrando conservação e operação. Iniciativas como essa vão além do marketing: elas incorporam a natureza como elemento central do modelo de negócios.

Esse movimento também expõe o desafio de alinhar práticas empresariais às demandas ambientais. Uma empresa de eventos, por exemplo, enfrentou dificuldades para encontrar informações e implementar um sistema eficiente de gestão de resíduos. Após anos de pesquisa e adaptação, alcançou sua meta de desperdício zero, mudando embalagens de alimentos, trabalhando com fornecedores locais e educando clientes sobre descarte correto.

Esses casos demonstram que iniciativas empresariais com foco na biodiversidade exigem inovação, colaboração e paciência. Fornecedores, funcionários e especialistas externos são peças fundamentais nesse processo. Além disso, consumidores estão se tornando mais exigentes, valorizando marcas que atuam de forma genuína pela preservação ambiental, o que reforça a importância de ações concretas.

Embora a COP16 tenha deixado lacunas, as PMEs oferecem um caminho inspirador para integrar conservação ambiental e negócios. Elas provam que preservar a biodiversidade não é apenas benéfico para o planeta, mas também uma vantagem competitiva que atrai clientes fiéis e fortalece reputações. Empresas que enxergam a natureza como parceira de valor mostram que é possível prosperar em harmonia com o meio ambiente, moldando mercados e influenciando políticas públicas.4o


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