O que cidades e empresas devem fazer para diminuir seus danos ambientais?

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Em 2023, o grupo Earth Commision emitirá seu primeiro relatório em como evitar e desacelerar a sua ultrapassagem dos limites planetários. Criado em 2019, o time internacional composto por especialistas da área do meio ambiente e sociologia foi encarregado de estabelecer barreiras científicas para os sistemas de suporte à vida da Terra.

Os cientistas serão responsáveis pela divulgação de novas soluções para cidades e empresas de como evitar os danos planetários. Desse modo, essas entidades serão obrigadas a reconhecer a sua responsabilidade dentro das ações que podem comprometer a saúde do planeta. 

Os limites planetários foram reconhecidos em 2009 e levam em conta a resiliência do planeta em relação aos danos criados pelo ser humano. Eles indicam qual o máximo de prejuízo que a Terra pode suportar até se tornarem irreversíveis. 

A abordagem do grupo será de evidenciar o que é necessário para que os órgãos permaneçam dentro dos orçamentos globais de carbono, água, nutrientes, solo e outros recursos naturais. Porém, essas medidas devem ser mensuráveis, acionáveis e dentro do prazo estabelecido pelo Earth Commission. 

Poluição por plástico e outros poluentes atingiu limite irreversível

Até então, a maioria das empresas e cidades não possuíam alvos dentro da redução de seus danos ambientais. Dados de pesquisas anteriores conseguiram provar que das 500 companhias mais emissoras de gases do efeito estufa, apenas 22 possuem metas de acordo com a Iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SCTis, na sigla em inglês). 

Além disso, dentro das cidades com os maiores níveis de emissões, apenas 110 de 200 cidades definiram metas de emissões líquidas zero de gases do efeito estufa que são baseadas no que foi estipulado pelo Acordo de Paris

De acordo com o portal Nature, existem sete etapas que podem ser tomadas para que esses órgãos diminuam significativamente seus impactos ambientais. São eles: 

  1. Desenvolver procedimentos comuns: se refere ao desenvolvimento de metas plausíveis e palpáveis com métodos, métricas e suposições esclarecidas para que as entidades não minimizem sua responsabilidade. 
  2. Concentração nas interações: os limites planetários estão vinculados e precisam ser associados entre si para que metas possam ser criadas e, eventualmente, alcançadas. Um dos exemplos citados pelo site é a das mudanças climáticas, que dependem de processos baseados em terra – como emissões de metano derivadas do degelo de permafrost e sumidouros de carbono enfraquecidos por meio do desmatamento.
  3. Reconhecer dinâmicas: as dinâmicas terrestres, como o aumento da população, devem ser reconhecidas dentro da estipulação de metas para que elas sejam realistas em relação ao que está acontecendo no mundo. 
  4. Alocar por justiça e equidade: as metas precisam refletir contextos socioeconômicos, como níveis de renda e consumo, impactos ambientais ou capacidade de ação. Ou seja, cidades e empresas responsáveis por mais danos significantes devem adotar medidas mais rigorosas. 
  5. Apoiar o monitoramento e a responsabilidade: órgãos responsáveis devem manter o progresso de suas metas de maneira pública e transparente, para que seja possível contabilizar e provar os seus atos dentro da diminuição de seus impactos ambientais. 
  6. Estabelecer mecanismos de governança: reforça o reconhecimento dos limites planetários como um bem comum global. O portal reforça que colocar esses limites dentro da agenda política criará uma certa pressão para que os órgãos reconheçam seu papel na definição de metas. 
  7. Projetos de incentivo: adoção do estabelecimento de metas com embasamento científico que façam com que cidades e empresas trabalhem juntas e incentivem umas às outras no seu cumprimento. 
Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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