Por Luísa Hirata em Jornal da USP | Saúde do solo é um termo recente na ciência para definir a capacidade continuada do solo de funcionar como um ecossistema vital que sustenta a produtividade de plantas e animais e mantém ou melhora a qualidade da água e do ar. Um solo saudável é essencial para alcançar a segurança alimentar da população e combater as mudanças climáticas. Essa e outras explicações estão no e-book gratuito Saúde do solo: múltiplas perspectivas e percepções, que tem o objetivo de contribuir para a conscientização dos profissionais da área e da população geral sobre a importância de manter os solos saudáveis para aumentar a produtividade da agricultura de forma harmônica com o meio ambiente. A publicação está disponível neste link.
Ilustrado por fotografias e infográficos, o livro presta homenagem ao Dia Mundial do Solo (celebrado em 5 de dezembro), e tem autoria de Maurício Roberto Cherubin, professor do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, e de Bruna Emanuele Schiebelbein, pesquisadora do Soil Health & Management Research Group (Sohma) da Esalq. “A saúde do solo é reconhecida como um bem comum da humanidade”, afirma Maurício Cherubin.
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A obra está dividida em quatro seções. A primeira parte apresenta os conceitos e a importância da saúde do solo a partir de sua multifuncionalidade e inter-relação com a saúde das plantas, animais, pessoas e meio ambiente, ou seja, com a saúde do planeta como um todo. São funções do solo a estocagem de carbono, regulação do fluxo de água e ciclagem de nutrientes, além de ser um suporte ao crescimento das plantas, habitat para a biodiversidade e matéria-prima para a indústria farmacêutica, cosmética e da construção civil.
Na sequência, o livro conta com o material gráfico. A segunda seção reúne fotografias que representam a saúde do solo e a terceira seção traz infográficos que ilustram como se identificam os solos saudáveis. Por fim, na última seção o leitor conhece mais sobre as condições que compõem a fertilidade de um solo.
É possível descobrir através das imagens, por exemplo, que o bioma do Cerrado, que envolve 23,9% da área total do Brasil, tem papel fundamental para o crescimento econômico, por possuir maior biodiversidade e heterogeneidade de paisagens, além de contar com a produção de grãos como soja e milho. Ainda segundo a publicação, a mudança no uso da terra promove alterações na saúde do solo, e o manejo intensivo pode favorecer a homogeneização do sistema, alterando seu funcionamento. Como mostra um infográfico, “os sistemas mistos são uma boa estratégia para integrar o que a natureza construiu ao longo de milhões de anos com ambientes de altas produtividades, melhorando a saúde química, física e biológica do solo”.
Além disso, solos descobertos estão propensos à degradação, que leva à erosão, ao seu esgotamento nutricional e à perda de biodiversidade. “Precisamos recuperar para prosperar: solos saudáveis precisam de raízes crescendo o ano todo, diversidade de culturas, solo coberto, práticas que irão restabelecer a biodiversidade e matéria orgânica do solo permitindo que ele desempenhe suas funções”, ensina outro infográfico.
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A centena de imagens que compõem o livro é resultado do I Concurso Criativo de Saúde do Solo, concurso de fotografias e infográficos organizado pelos autores que questionava “Como um solo saudável se parece para você?”. Mais de 250 imagens foram enviadas, de 18 Estados do Brasil e outros cinco países. A iniciativa teve patrocínio da Mosaic Fertilizantes.
O e-book está disponível no Portal de Livros Abertos da USP neste link.
O Sohma (Soil Health & Management Research Group) está sediado no Departamento de Ciência do Solo da Esalq, e vem realizando pesquisas voltadas ao monitoramento dos impactos de sistemas agrícolas e práticas de manejo na saúde do solo, por meio de avaliações integradas de propriedades e processos químicos, físicos e biológicos do solo, suas interações com o crescimento das plantas e impactos na provisão de serviços ecossistêmicos associados ao solo e à sustentabilidade ambiental.
O grupo trabalha em colaboração com pesquisadores e instituições de renome nacional e internacional, e atua na formação e capacitação de pessoas na temática da saúde do solo, além da geração de trabalhos científicos que contribuam para a preservação do solo e o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira. Globalmente, as linhas de pesquisa estão conectadas com as estratégias para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelas Nações Unidas, até 2030.
Acompanhe as atividade do Sohma na página do grupo e no Instagram.
Este texto foi originalmente publicado por Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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