Por que há certas pessoas que preferem produtos ambientalmente corretos aos itens comuns? Se você chutou que é porque elas se importam com o meio ambiente… Errou feio, errou rude. Parece senso comum, mas, na verdade, as pessoas costumam fazer isso para serem vistas com bons olhos por outras. Ou seja, o objetivo principal, muitas vezes, é postar uma selfie com alguma hashtag ambientalmente correta.
Pelo menos é isso que dizem cientistas da Escola de Negócios John Molson, da Universidade de Concórdia, em Montreal, Canadá. Eles realizaram estudos para entender o que nos faz gastar um pouquinho a mais em produtos verdes. Descobriram que pessoas que se importam com a opinião alheia são o público-alvo perfeito para as estratégias de marketing ecológicas.
A ocorrência é muito comum em culturas nas quais a identidade de alguém está diretamente relacionada com seu êxito social, ou com a falta dele. Baseamos nossas vontades no que os outros pensam de nós, em vez de nos perguntarmos do que realmente precisamos. Porém, existem culturas em que isso é mais forte, como as orientais, que costumam ter mais senso de coletividade do que as ocidentais.
A culpa pode ser muito motivadora, por isso, às vezes, ela é usada na publicidade. Um anúncio que alerte as pessoas para a importância da compostagem, da reciclagem ou da compra consciente faz as pessoas pensarem a respeito do que aconteceria se elas não procederem da forma mais ambientalmente correta. Só de refletirem, as chances dos indivíduos realmente colocarem essas atitudes em prática aumenta muito. Trata-se do fator chamado “auto-profecia”, que é mais certeiro ainda quando existem pessoas observando a escolha de um indivíduo.
Onur Bodur, professor de marketing na Universidade e coordenador do estudo, aponta: “Embora o efeito da ‘auto-profecia’ já tenha sido experimentado em um contexto de compra anteriormente, nosso estudo é o primeiro a examinar se, de fato, ele consegue aumentar a consciência sustentável nos consumidores.”
Ele e as colegas Kimbery Duval e Bianca Grohmann mostraram anúncios para dois grupos de voluntários: um com uma mensagem de ecologia e outro neutro, perguntando a todos, em seguida, se eles fariam compras conscientes. O primeiro grupo foi fortemente influenciado a dizer sim. Em seguida, os pesquisadores acrescentaram rostos de pessoas aos anúncios, que olhavam diretamente para os voluntários, e isso aumentou ainda mais a ênfase nas compras sustentáveis.
“Esses resultados são particularmente bons para as economias emergentes da Ásia que estão sofrendo com poluição e ameaças ambientais”, observa Bodur. Se funciona, pode até ser uma boa… Mas o melhor mesmo seria as pessoas pensarem mais nas questões ambientais sem se preocuparem sobre a imagem individual.
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