Bacias sedimentares são regiões onde há depressões que, com a erosão de milhões de anos, acumulam sedimentos orgânicos e rochosos deslocados de relevos acima. Elas apresentam uma grande importância econômica, pois abrigam minérios e combustíveis fósseis.
Ao tomar banho de rio, normalmente é possível ver diversas pedras e restos de plantas que irão ser depositadas em algum ponto do rio ou no deságue do mar. Em uma escala de milhões de anos, essa deposição é responsável pela criação das bacias sedimentares.
A formação das bacias sedimentares começa na interação entre as placas tectônicas. Assim são criados os relevos, como planaltos, depressões e montanhas. Todo esse processo, que ocorre em diferentes eras geológicas, resulta em uma configuração onde as montanhas e planaltos serão fortemente erodidos e seus sedimentos serão transportados para áreas de menor altitude (abaixo das montanhas e planaltos).
As bacias sedimentares se originam a partir de duas estruturas geológicas: os escudos cristalinos e uma depressão. Os escudos cristalinos são as rochas mais rígidas localizadas no solo. A parte acima da depressão é lentamente desgastada por diferentes agentes erosivos e transportada, por efeito da gravidade, para as regiões de depressão. Essas regiões de depressão acumulam, durante milhões de anos, os sedimentos erodidos, dando origem a uma bacia sedimentar.
Por se tratar de um evento que acontece em diferentes eras geológicas, as bacias sedimentares acumulam os sedimentos de forma desigual, já que a intensidade da erosão muda de acordo com o tempo. Essa diferença de intensidade gera várias camadas de sedimentos, que carregam em si informações importantes para o estudo da história do planeta Terra e a evolução do relevo local.
Esse processo fica nítido na imagem abaixo, onde é possível visualizar camadas de rochas com diferentes cores, que mostram o diferente acúmulo do relevo ao longo do tempo.
Elas são classificadas em quatro grandes grupos, que se diferenciam pela localização em relação às placas tectônicas: a bacia sedimentar extensional (localizada nas margens divergentes); bacia sedimentar colisional (presentes nas bordas convergentes);bacia sedimentar transtensional (nas bordas transformantes da placa tectônica e bacia sedimentar intra-cratônica (localizada no interior das placas tectônicas).
As bacias sedimentares também podem ser separadas de acordo com sua formação, evolução e localização, sendo divididas em:
Fossas de afundamento: são formadas a partir do afastamento de placas tectônicas, gerando duas áreas distintas de horst (relevos mais altos) e gráben (relevos mais baixos). Elas se diferem das bacias oceânicas, pois não se localizam nos fundo do oceano (como as fossas marianas), além das bacias oceânicas serem mais instáveis e profundas.
Bacias intracratónicas: situam-se longe das bordas tectônicas, em áreas estáveis, com depressões ovais ou arredondadas que recebem sedimentos de feições geológicas que as rodeiam. A Bacia do Paraná é um exemplo desse tipo de bacia no Brasil.
Margens continentais: são as bacias localizadas nas margens continentais. Elas podem ser passivas (associadas à expansão do assoalho oceânico, movimento de separação de placas) ou ativas (associada aos processos de convergência e subducção das placas).
Bacias frontais: estão localizadas entre a fossa oceânica e o arco insular vulcânico, nas regiões de convergência de placas, onde os sedimentos vem em sua maioria do arco insular vulcânico, e se localizam entre a fossa oceânica e o arco insular. Com o passar de milhões de anos, essa bacia se afasta dos arcos insulares vulcânicos, dando origem às bacias de retroarco.
Bacias intramontanhosas: são formadas pela deposição de sedimentos entre duas montanhas ou cordilheiras.
Bacias de pull-apart: são formadas nos limites de falhas transcorrentes, onde há o deslocamento horizontal entre os dois blocos.
As bacias sedimentares brasileiras são responsáveis por ocupar cerca de 60% do território nacional, podendo ser separadas entre bacia sedimentar de grande extensão, bacia sedimentar de menor extensão e bacia sedimentar muito pequena. Elas foram formadas a partir das eras Paleozoica, Mesozoica e do Cenozoica.
No Brasil, há 11 principais bacias sedimentares, sendo elas: a Bacia Amazonas, Plataforma Pará, Barreirinhas, Mundaú, Potiguar, Sergipe/Alagoas, Recôncavo/Tucano Sul, Jequitinhonha, Espírito Santo, Campos e Santos. Para saber mais sobre a classificação dessas bacias, acesse o pdf.
Como visto anteriormente, a bacia sedimentar é um acúmulo de sedimentos rochosos (partes de rochas que vem da erosão) e orgânicos (como restos de animais e plantas). Por isso, as bacias sedimentares acumulam sedimentos que possibilitam estudos sobre o desenvolvimento do relevo local, revelando os momentos de maior ou menor erosão de um relevo.
Além disso, o acúmulo de sedimentos é importante pois, quando é dado por rochas sedimentares, gera um agregado de recursos minerais. Já quando os sedimentos “enterrados” são orgânicos, eles podem gerar, dependendo das condições de temperatura e pressão, os fósseis. Se esse processo for muito intenso, esses restos de organismos se litificam, tornando-se combustíveis fósseis como o petróleo, gás natural e carvão mineral.
No Brasil, existem nove bacias sedimentares produtoras de petróleo, são elas: Campos, Espírito Santo, Tucano, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas, Potiguar, Ceará e Solimões. Contudo, é importante salientar que esses combustíveis de origem fóssil são extremamente danosos ao meio ambiente, sendo responsáveis por grande parte da emissão de carbono para a atmosfera. No último relatório do IPCC, foi alertado sobre os perigos da emissão de gases do efeito estufa por essa matriz energética, que retira o carbono que está armazenado no solo, que demoraria milhões de anos para retornar à atmosfera.
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