Ser eco-friendly é seguir um caminho permeado por escolhas socioambientalmente mais harmoniosas
O termo eco-friendly significa “amigável ao meio ambiente”, de acordo com a língua inglesa. Em outros termos, tudo aquilo que não causa danos socioambientais, ou tem impactos reduzidos em comparação a um produto, evento, situação ou postura equivalente, é eco-friendly. No Brasil, esse conceito também está presente nos termos “ecológico”, “sustentável”, “consumo consciente”, “verde”, entre outros.
A escolha por uma atuação no mundo de modo eco-friendly, com suas limitações, é uma postura que pode ser adotada tanto por empresas, governos e organizações quanto por pessoas, em várias situações. Entenda:
Alimentação
Adotar uma postura eco-friendly vai além de adquirir um produto com uma etiqueta da cor verde e depois de um tempo esquecê-lo no armário. Na verdade, uma atuação socioambientalmente responsável deve ser perene e constante, e não se encerrar em uma compra, por exemplo. Por isso, repensar a forma de alimentação, que é a ação mais simples e recorrente que todos os seres humanos praticam (ou pelo menos deveriam) é o primeiro passo.
Nesse processo, é importante entender que todo alimento, antes de ser consumido, percorreu um longo caminho e, dependendo de sua origem, causou mais ou menos impactos socioambientais. Mas o que seria um alimento eco-friendly?
Nesse caso, não tem como especificar, mas existem diversas evidências que já mostraram qual é o melhor caminho. As pessoas que buscam seguir esse caminho adotam práticas sustentáveis que incluem a maior redução possível do consumo de produtos de origem animal como carne, ovos e leite; priorizando alimentos de origem vegetal produzidos localmente e de modo orgânico; e adotando o desperdício zero.
Dessa forma, seja na hora de escolher almoçar na segunda-feira, ou planejar o cardápio de reunião da empresa, que tal levar esses aspectos em consideração? Para saber sobre esse tema com mais profundidade, dê uma olhada nas matérias:
Certificação B
Uma empresa B é aquela que possui certificação B. Essa categoria de empreendimentos visa como modelo de negócios o desenvolvimento social e ambiental. O sistema B é um movimento que pretende disseminar um desenvolvimento sustentável e equitativo por meio da certificação de empresas no âmbito global.
Toda empresa do sistema B possui como objetivo solucionar problemas socioambientais. Dessa forma, por que não aderir à certificação B (se você tiver um empresa) e incentivar empreendimentos com sistema B? O Portal eCycle é um deles. Para saber mais sobre esse tema, dê uma olhada na matéria:
Lixo zero
Para reduzir o lixo orgânico doméstico é necessário evitar o consumo desnecessário e o desperdício – e praticar compostagem. Da mesma forma, para reduzir a quantidade de outros tipos de lixo, como o de plástico, o primeiro passo é evitar o consumo.
Você precisa mesmo utilizar canudos de plástico? E copos, pratos e talheres descartáveis? Uma opção é carregar com você um kit de alimentação para evitar os descartáveis quando estiver na rua.
Prefira materiais menos danosos. Ao fazer suas compras, prefira embalagens de vidro, papel e papelão. Tome cuidado com algumas embalagens de molho e itens longa vida, que, apesar de parecerem ser apenas papelão, possuem finas camadas de BOPP, um plástico que dificulta a reciclagem. Preste atenção nos rótulos das embalagens e, se não for possível evitar o consumo de embalagens plásticas, procure embalagens recicláveis.
Produtos de higiene pessoal e limpeza
Troque sua escova de dentes de plástico por uma de bambu. Em vez de comprar lâminas de barbear descartáveis, use um barbeador de metal – o produto é durável, compensa financeiramente em bem pouco tempo de uso e você evita o descarte de produtos feitos por plástico e metal, cuja separação para reciclagem dificilmente ocorre.
Existem outros itens muito comuns em nosso dia a dia que causam um grande impacto ambiental, como é o caso de absorventes e fraldas descartáveis. Mas já existem produtos eco-friendly que reduzem os impactos desses produtos, como o coletor menstrual, o absorvente de pano, a calcinha absorvente e as biodegradáveis.
Zere o consumo de cosméticos com esfoliantes sintéticos, pratique upcycle, troque a esponja de louça de poliuretano pela bucha vegetal, pratique plogging e, se não for possível evitar o consumo ou reutilizar, encaminhe seus descartes para a reciclagem. Confira no mecanismo de busca do Portal eCycle quais são os postos de coleta mais próximos de você.
Dê prioridade aos bioplásticos. Conheça o plástico verde, o plástico PLA e o plástico de amido. Mas evite alguns biodegradáveis como os plásticos oxibiodegradáveis, que não chegam a se biodegradar completamente e acabam provocando danos ambientais. Saiba mais sobre o tema na matéria:
Alimentação
Para evitar os descartáveis que costumam vir com os lanches na rua e junk food, que tal fazer suas compras a granel e cozinhar em casa, evitando a geração de tanto lixo? De quebra, sua saúde também agradece. Procure lojas em que seja possível levar seus próprios recipientes e saquinhos de pano para comprar grãos e frutas secas, por exemplo.
Para os lanches rápidos, leve seus próprios utensílios duráveis. Na hora de embalar sua comida, evite também o filme plástico e os saquinhos de plástico, que podem ser substituídos por sacos de pano para pão, potes reutilizáveis ou opções como uma cobertura semelhante ao filme plástico, mas reutilizável e feita de cera de carnaúba.
Tome cuidado também na hora de comprar seus utensílios domésticos, preferindo produtos de vidro ou metal aos itens de plástico, que podem liberar bisfenol e outros disruptores endócrinos na sua comida durante o preparo e/ou armazenamento e depois ir parar no meio ambiente. Se você não puder cozinhar, opte por um restaurante com comida de verdade, servida em pratos de louças, talheres de aço e copos de vidro.
Se você tem uma empresa, é ainda mais importante ter uma postura eco-friendly com os resíduos gerados pelo empreendimento. Mas cada em empresa é um caso a ser analisado. Para implementar a coleta seletiva na sua empresa, dê uma olhada na matéria:
Achou que é muita coisa ser eco-friendly com os resíduos? Não se assuste! Comece pelo o que você pode fazer, aos poucos.
Lar e empresa eco-friendly
Com a urbanização das cidades, cada vez mais, a população se adensou em condomínios, sejam verticais (prédios) ou horizontais. Isso faz parecer mais difícil morar ou trabalhar em um lugar que seja eco-friendly. Mas é possível realizar algumas mudanças no local onde você já vive.
Criar abelhas sem ferrão; reutilizar água com cisternas, compartilhar espaços e bens; praticar compostagem e implementar a coleta seletiva no condomínio ou na empresa são algumas práticas possíveis de serem implementadas, seja dentro da sua casa, empresa ou no condomínio como um todo; nesse último caso, depois de uma conversa com o síndico e os outros moradores.
Se você vive em uma casa térrea, também é possível transformá-la em um lar eco-friendly. Você já pensou em ter uma composteira, cisternas e painéis solares? E que tal plantar o alimento das abelhas (manjericão, goiaba, orégano, girassol, hortelã e alecrim) e criar abelhas sem ferrão?
Quando um móvel quebrar, que tal consertar ou reutilizar algo que seria descartado para uma nova função? Os paletes são exemplos de upcycle para a mobília que estão bastante na moda. Com o tempo, quem sabe você não estará até usando banheiro seco e praticando peecycling?
Para saber mais sobre esses temas e como dar os primeiros passos, dê uma olhada nas matérias:
Slow fashion
“Slow fashion” é um termo em inglês que significa “moda lenta”. Ele surgiu como uma contraposição ao fast fashion – sistema de produção de moda atual que prioriza a fabricação em massa, a globalização, o apelo visual, o novo, a dependência, a ocultação dos impactos ambientais do ciclo de vida do produto e o custo baseado em mão de obra e matérias-primas baratas sem levar em conta aspectos sociais da produção.
Adotar o slow fashion é uma postura eco-friendly, pois esse movimento preza pela diversidade; prioriza o local em relação ao global; promove a consciência socioambiental; contribui para a confiança entre produtores e consumidores; pratica preços reais que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas.
Existem várias formas de aderir ao slow fashion que vão da adoção do hábito de remendar roupas; valorizar trabalhadores e culturas locais; optar por peças que não saem de moda; consumir de brechós; apoiar pequenas cooperativas e costureiras; a dar preferência a fibras têxteis com impacto reduzido, como o algodão orgânico. Para entender melhor esse tema, dê uma olhada na matéria:
Cosméticos e saúde
A postura eco-friendly se estende para qualquer tipo de consumo, incluindo os de produtos cosméticos e os que envolvem a saúde. Você já parou para pensar que o autocuidado é uma forma de prevenir doenças e evitar o consumo de remédios, muitas vezes testados em animais de modo cruel e que, após o consumo, ainda causarão impactos, como a geração de resíduos e superbactérias? Isso ocorre principalmente se forem descartados de modo incorreto.
O autocuidado pode ser praticado por meio da redução no uso de cosméticos, produtos de limpeza e hábitos nocivos. Além de fazer bem para você, faz bem para o meio ambiente. Mas quando não for possível prevenir uma doença e for necessário o uso de medicamentos, lembre-se de fazer o descarte correto.
Transporte
Já se sabe que reduzir o consumo de carne vermelha é mais efetivo contra os gases do efeito estufa do que parar de andar de carro. Entretanto, quando uma prática (reduzir o consumo de carne vermelha) se une a outra (deixar de andar de carro), os benefícios aumentam.
A poluição do ar é responsável por danos significativos e muitas vezes irreversíveis, incluindo danos ao meio ambiente e à saúde humana. Ela é responsável, por exemplo, por um em cada sete novos casos de diabetes. Então por que não incluir mais caminhadas ao seu dia a dia? Ou até mesmo usar mais transporte público, bicicleta, patins, skate e patinete?
Viva no modo consciente
Tudo o que você consome é realmente necessário? Toda vez que for comprar algo, repense se vale a pena e o que você financia quanto adquire determinado produto ou serviço. Ele usou trabalho análogo a escravidão? Desvalorizou os trabalhadores da cadeia de produção? Incluiu crueldade animal? Desmatou? Algum item do produto gera resíduos industriais que poluem o ambiente de modo significativo?
A empresa que lucra com a venda do produto se preocupa em oferecer logística reversa? A empresa da qual você consome pratica obsolescência programada? Quanto menos consumo, menor a pegada ambiental.
O consumo consciente é uma premissa para uma atitude eco-friendly. Além disso, é importante estender essa ideia para o coletivo, de modo que a cultura eco-friendly, se institucionalize e seja uma prática acessível a todos e não um nicho de mercado de poucos indivíduos.