Detergente, sabão em pó, sabão em pedra, sabonete. A vida moderna ficou muito mais higiênica e prática com esses produtos, mas como agem e quais implicações das reações químicas dessas substâncias que, em contato com a água, podem trazer para a nossa vida e para o meio ambiente em geral?
A eCycle inicia hoje uma série de matérias sobre sabões e, em primeiro lugar, é preciso dar uma breve aula de química. Mas fique tranquilo, nada complicada.
Os sabões são substâncias denominadas tensoativas, ou seja, diminuem a tensão formada entre dois líquidos. Assim, elementos como a água e o óleo perdem a capacidade de se manterem separados. Não é à toa que costumamos usar o produto para limpeza em geral.
Os sabões são produzidos a partir da reação de gorduras e óleos com uma base (geralmente hidróxido de sódio ou de potássio) dando origem a um sal, que é o sabão, e glicerol, da família do álcool.
ÓLEO OU GORDURA + BASE –> GLICEROL + SABÃO
A fórmula é basicamente esta de cima, porém, dependendo da base que usamos, o resultado é um tipo diferente de sabão. Se colocarmos soda cáustica (NaOH), o sabão fica duro igual ao usado para lavar roupa. Agora, se colocarmos hidróxido de potássio (KOH), o sabão fica mole tipo sabonete, portanto é o sal mais comum em produtos de higiene pessoal.
A água, sozinha, até tira um barro aqui e outro lá das mãos, mas quando é pra deixar bem branca uma camisa de futebol do Santos, do Corinthians, do Vasco, enfim… dos milhares de times que usam camisas brancas, aí é outra história. O nosso corpo libera gordura através da pele, que acaba grudando junto com a poeira, no tecido das roupas, e para limpar essa bagunça, só mesmo com um tensoativo; água só não dá conta. Nesse caso, o sabão desempenha um papel fundamental porque ele é capaz de interagir tanto com a água (substância polar), quanto com a gordura (apolar). Fazendo com que a “cola” que une as moléculas de água e gordura formem novos agrupamentos, saindo do tecido e indo ralo abaixo. Resultado: roupa limpa e água suja.
Agora, imagine um país, como o Brasil, com 190 milhões de habitantes que lavam, semanalmente, suas camisas de futebol, da escola, do trabalho, enfim. É muita água suja! Dados da Sabesp mostram que no tanque, com a torneira aberta por 15 minutos, o gasto de água pode chegar a 279 litros.
Essa água despejada, sem tratamento adequado, causa graves impactos nos rios e mares. A sujeira de sabão, em alguns casos, pode conter fosfato, que é um nutriente encontrado em pequena escala no meio ambiente. Quando esse elemento é acrescentado, em larga escala, no ecossistema de um rio, acaba gerando um processo chamado de eutrofização.
Significa mais comida para as algas, que crescem de maneira desordenada. Isso gera falta de oxigênio para os peixes, alteração de PH e escurecimento da água, que podem causar a morte dos seres vivos nativos daquele meio.
O correto seria termos um bom e confiável sistema de tratamento de esgoto que fosse capaz de tratar a água de maneira adequada antes de ser jogada nos rios. Mas isso, infelizmente, está longe de ser alcançado.
Fique ligado nas próximas matérias da eCycle sobre sabões! Ótimas dicas sobre o melhor uso desta substância.
Pesquisa: Silvia Oliani
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