A quantidade de pessoas obesas no planeta dobrou desde a década de 80. Esses dados motivaram críticas em relação aos tipos de alimentos que estamos consumindo e propostas de mudanças profundas nos estilos de vida adotados mundo afora. E, como se os problemas com os humanos não bastassem, outros animais estão engordando. Diversas pesquisas atestam que bichos de estimação e até espécies que vivem em seus ambientes naturais estão ficando obesas.
Os autores do estudo indicaram que os aumentos não são uma coincidência estatística. Dentre os 20 mil animais pesquisados, divididos em 24 populações de machos e fêmeas, todos apresentaram acréscimo de peso.
O que intriga os cientistas é que tanto os animais em cativeiro quanto os soltos na natureza tiveram suas dietas e atividades físicas mantidas no tempo decorrido. Isso levou à proposição de que o quadro de referência para se avaliar ganho de peso corporal talvez não esteja completo.
A tendência do sobrepeso vem sendo seguida pelos países ocidentais em geral, mas os Estados Unidos são o destaque, com 36% da população obesa e 70% dos adultos acima do peso. Esses números motivaram campanhas como o Let’s Move, da primeira dama Michelle Obama.
Apesar de ser noticiada como surpreendente, essa epidemia é apontada como um resultado óbvio por especialistas. Pessoas estão ficando gordas porque consomem mais calorias do que gastam, sendo que as duas causas desse ganho são atribuídas a fatores genéticos e ambientais. Em termos biológicos, o funcionamento do metabolismo de cada indivíduo pode ser uma causa. A herança genética também é relevante, já que pode fazer variar a resposta do organismo a exercícios físicos e o tempo até a sensação de satisfação surgir, quando uma pessoa está se alimentando.
A parte ambiental leva em consideração o baixo custo e o fácil acesso a alimentos muito gordurosos e calóricos. Estudiosos também declaram que o ganho de peso pode estar mais ligado a inatividade física do que aos produtos que consumimos. A infância e a adolescência são períodos críticos para estabelecermos rotinas de exercício. Essa fase inicial da vida é um grande indicador do perfil que iremos assumir quando crescermos. O ambiente de trabalho também mudou – hoje em dia, a atividade cerebral é responsável pela maior parte dos nossos esforços.
Os pesquisadores indicam como resultado que fatores não identificados ou ainda mal-entendidos estão contribuindo para o aumento do peso das populações de animais observadas, que incluem primatas e roedores vivendo em colônias de pesquisa, roedores em ambiente selvagem e cães e gatos domésticos. Os fatores listados incluem desde infecções virais e mecanismos epigenéticos, até a influência do clima customizado, que caracteriza tantos ambientes criados por seres humanos. Em suma, os estudiosos indicam que outros fatores, além do ambiente e da genética, devem ser considerados em pesquisas futuras.
Pela primeira vez na história desse país, mais da metade da população de humanos está acima do peso e 17% dela cai na categoria de obesos, sendo que as mulheres estão com uma percentagem de 18% e os homens com 16%. O Ministério da Saúde começou a fazer as medições em 2006, quando a taxa de obesidade era de 11% para homens e para mulheres. Fazendo uma comparação com outros extremos, em 2012, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura publicou que a fração de pessoas subnutridas no Brasil está em 6,9% da população.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais