Estudos que concluem que óleo de coco deve ser recomendado para emagrecer vão de encontro com o posicionamento da Associação Brasileira de Nutrologia
O óleo de coco é uma fonte de gordura vegetal extraída do fruto Cocos nucifera e passou a ser conhecido por sua fama de proporcionar benefícios para a saúde e ajudar a emagrecer. Entretanto, essa fama é polêmica, pois há quem questione algumas de suas propriedades – inclusive alguns especialistas da área da saúde. Por outro lado, estudos sugerem que o óleo de coco é capaz de tratar e prevenir doenças, devendo ser reconsiderado.
O óleo de coco é rico em ácidos graxos e ácido láurico, compostos que proporcionam benefícios para a saúde e ajudam a evitar doenças cardiovasculares. Porém, é preciso fazer uma série de considerações antes de decidir usar o óleo de coco para emagrecer. Entenda:
Tipos de óleo de coco
Apesar do óleo de coco mais conhecido ser o óleo de Cocos nucifera, que pode ser extraído tanto do coco verde quanto do coco seco (ou copra), há também outros tipos de coco que dão origem a óleos, como é o caso do coco babaçu – cujo nome científico é A. speciosa -, entre outros.
Entretanto, o óleo desse tipo de coco é mais citado como “óleo de coco babaçu”. Os óleos de coco disponíveis no mercado possuem composições distintas – o que proporciona propriedades diferentes de acordo com cada modo que foram produzidos.
O óleo de coco extravirgem, orgânico (que não utiliza agrotóxicos no plantio) e prensado a frio é o óleo que melhor mantém as propriedades originais do fruto e causa menos impactos ambientais. Já o óleo de coco hidrogenado é, de modo unânime, nocivo para a saúde.
Polêmica
O óleo de coco apresenta benefícios cientificamente comprovados. Estudos sugerem que ele pode ser usado para cuidar dos cabelos, prevenir Alzheimer e tratar doenças de pele. Utilizar o óleo de coco para emagrecer, entretanto, é polêmico.
Depois que ele passou a ser indicado por médicos e nutricionistas como um alimento saudável, surgiram algumas oposições dentro da própria área médica e de nutrição. Isso porque esse tipo de óleo é rico em gordura saturada, um tipo de gordura que, até então, era tido como agente elevador de colesterol.
Óleo de coco para emagrecer
A gordura saturada presente no óleo de coco é diferente da gordura saturada presente nos alimentos de origem animal (embutidos, cremes, queijos, manteigas, banha e carnes).
Ela possui ácidos graxos de cadeia média (como o ácido láurico, o ácido mirístico e o ácido caprílico), que são os únicos que podem ser absorvidos e metabolizados pelo fígado sendo convertidos em cetonas – importantes fontes de energia alternativa para o cérebro.
Além disso, um estudo sugere que os benefícios do óleo de coco devem ser reconsiderados. Isto porque, de acordo com o mesmo estudo, que foi realizado em mulheres filipinas pré-menopáusicas, o consumo de óleo de coco pode reduzir o colesterol total, o que contribui para a diminuição do risco de doenças cardiovasculares – sendo um ótimo substituto para manteigas e gorduras vegetais hidrogenadas.
O mesmo estudo apresenta a informação de que dados da Pesquisa Nacional de Nutrição das Filipinas, de 2003, mostram uma incidência relativamente baixa de hipercolesterolemia (colesterol alto), hipertensão, acidente vascular cerebral e angina (enfraquecimento dos músculos do coração) na região de Bicol, onde as dietas apresentam níveis altos de consumo de coco em relação às demais regiões.
Entretanto, usar o óleo de coco ajuda a emagrecer? Apesar desses aspectos considerados benéficos do óleo de coco, a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) considera que os estudos realizados até então são controversos e inconclusivos. E recomenda que o óleo de coco não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento de obesidade (para emagrecer).
A ABRAN ainda afirma que:
- Quando o óleo de coco é comparado a óleos vegetais menos ricos em ácido graxo saturado, ele aumenta o colesterol total.
- Estudos que concluem que o óleo de coco possui atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral e imunomoduladora são predominantemente experimentais, notadamente in vitro, não havendo estudos clínicos demonstrando esses efeitos.
- Até o momento, não existem evidências clínicas de que o óleo de coco possa proteger ou atenuar doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer.
- Um número muito pequeno de estudos, com resultados controversos, têm relatado os efeitos do óleo de coco sobre a perda de peso corporal em seres humanos.
Se você tem mais interesse nesse assunto, confira o vídeo do médico Juliano Pimentel questionando o posicionamento da Abran: