Óleo da polpa de macaúba é ótimo para a produção do biodisel, enquanto o da semente faz maravilhas ao seu cabelo
A macaúba pode ser encontrada em quase todo o território brasileiro (assim como em alguns países da América Latina), principalmente em Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A espécie de nome científico Acrocomia aculeata é uma planta da família Aracaceae e pode chegar até 15 metros.
A árvore é super resistente a queimadas e momentos de seca e adaptável ao clima; pode ser aproveitada amplamente e tem alto potencial econômico, com todos os seus subprodutos bem valorizados. Vejamos algumas aplicações de suas partes:
- Tronco: pode ser usado para construções;
- Broto: de alto interesse, o palmito;
- Folhas: são matérias-primas para a produção de fibras para linhas, cordas e redes;
- Pecíolo da folha: podem ser produzidos cestos, balaios e chapéus;
- Flores: decoração;
- Estirpe (raiz): confecção de calhas e ripas;
- Espinho: duros e resistentes, são usados como alfinetes para tecer;
- Fruto: parte com mais alto valor comercial, pode ser aproveitado de diversas formas;
- Casca: alto teor de ferro, valioso para o combate à desnutrição infantil;
- Endocarpo: região que protege a amêndoa, produz carvão vegetal e carvão ativado, com elevado poder calorífico;
- Amêndoa: produção de óleo vegetal. Após a retirada do óleo, pode ser usada na produção de ração animal;
- Polpa: contém vitamina A e betacaroteno, atua na prevenção do envelhecimento, no metabolismo de gorduras, aumenta a imunidade e a saúde dos olhos, entre outros. Pode ser consumida in natura ou transformada em óleo vegetal.
A principal utilidade econômica da palmeira é a produção de óleo vegetal a partir do fruto, extraído da polpa ou da amêndoa por prensagem a frio. O óleo pode ser usado para produção de sabão, combustível, cosméticos, ração e também na indústria alimentícia.
O óleo da polpa de macaúba pode ser utilizado para produção de alimentos, como a margarina, óleo de mesa (semelhante ao azeite de oliva) e cremes vegetais – isso devido a algumas de suas propriedades nutritivas e benéficas à saúde, com a presença de oxidantes, ácidos graxos e vitamina A. Sua destinação principal, porém, é para refinamento e transformação em biodiesel. Estudos confirmam que o óleo garante boas propriedades automotivas ao biocombustível e possui características propícias para o processamento industrial. Devido a alta produtividade da macaúba em óleo (em torno de quatro toneladas/hectare/ano), se torna uma boa alternativa aos óleos já utilizados na produção, como os de soja e os de cana-de-açúcar.
Já o óleo da semente tem muitas propriedades cosméticas, principalmente para os cabelos. Dependendo das suas necessidades e objetivos, você não precisa mais querer importar óleos do Marrocos (óleo de Argan) para ter os cabelos macios, nutridos e sem frizz; pode encontrar essas propriedades em um óleo nacional também.
Com seu poder de reparação lipídica, ele recupera fios danificados e evita o envelhecimento dos fios a longo prazo, graças a seus efeitos antioxidantes. Possui também um efeito antisséptico e cicatrizante nos fios, e conseguimos sentir a diferença desde a primeira aplicação.
O óleo pode ser usado em todos os tipos de cabelo; a única recomendação é para cabelos lisos e oleosos: consumir em poucas quantidades e somente nas pontas, para não ficar com o cabelo ensebado. Veja outras dicas para o uso:
- Cabelos cacheados: modela e reduz o volume;
- Cabelos tingidos: antioxidantes previnem o desbotamento da cor e o ressecamento;
- Cabelos com química: confere hidratação, brilho e maciez; ameniza os efeitos da progressiva ou de alisamentos.
Quem quer fazer uma hidratação pode utilizar o óleo misturado no produto para potencializar os efeitos e ainda garantir um aroma natural. Como o óleo é termoativado, pode ser usado também entre a escova e a chapinha, já que protege os fios do calor e facilita a escovação. Pode ser utilizado nos cabelos secos ou úmidos.
Para o uso mais proveitoso do óleo e de suas propriedades, recomendamos conversar com seu cabeleireiro, de modo a encontrar a melhor forma de utilizá-lo nos seus cabelos.
Lembre-se de sempre consumir óleos 100% naturais para que não contenham substâncias nocivas ao corpo.
Para o descarte correto, certifique-se de colocar os resíduos em recipientes plásticos e levá-los a um local adequado. O descarte indevido de óleos vegetais influencia na contaminação de águas e solos, além de poder entupir ralos e encanamentos. Saiba onde descartar aqui.