O óleo de mamona, também chamado de azeite de mamona e óleo de rícino, é extraído da planta pertencente à espécie de nome científico Ricinus communis L. É uma planta arbustiva que se desenvolve em diversas regiões do mundo. No Brasil, por exemplo, é encontrada principalmente na Bahia e no Ceará. Mas acredita-se que a mamona possa ser originária da Ásia ou da África.
O fruto dado pela mamoeira é chamado de mamona ou rícino. É uma cápsula que pode ter diversos tamanhos, com espinhos na parte externa, e que possui, em seu interior, sementes ovais e lisas.
A extração pode ser feita por prensagem a frio ou a quente, ou por solvente. Primeiramente, as sementes passam por uma limpeza e são cozidas. Na prensagem, elas são degomadas para a obtenção do óleo. A torta que sobra da prensagem segue para a extração por solvente, onde é utilizado hexano ou etanol.
O óleo de mamona para fins medicinais é extraído por prensagem a frio, pois é mais límpido, incolor, livre de ricina e isento de acidez e impurezas. Já o óleo de mamona para fins industriais utiliza a prensagem a quente das sementes, obtendo-se um óleo límpido, brilhante, mas podendo ter, no máximo, 1% de acidez e 0,5% de impurezas.
Ele é composto por 95% de ácido ricinoleico, o que confere suas aplicações e diversos benefícios, o restante é dado pelos ácidos linoleico, oleico e palmítico. Devido ao ácido ricinoleico, o óleo de mamona possui largo emprego na indústria química e também é o responsável pela alta viscosidade e solubilidade em álcool. Pode ser usado como matéria-prima para o biodiesel.
Industrialmente, o óleo de mamona é utilizado na fabricação de tintas, vernizes, plásticos, colas, como matéria-prima de náilon e lubrificantes, pois é estável tanto em baixas como em altas temperaturas, e pode ser utilizado em compressores, transformadores e também na formulação de lubrificantes biodegradáveis.
Ele também tem uso cosmético e medicinal. No antigo Egito, o óleo de mamona era queimado como combustível em lâmpadas, usado como remédio natural para tratar doenças como irritação nos olhos e até mesmo dado a mulheres grávidas para estimular o trabalho de parto (confira aqui estudo a respeito: 1).
Veja outros usos e benefícios do óleo de mamona:
Um dos usos medicinais mais conhecidos do óleo de mamona é como laxante natural. Ele aumenta o movimento dos músculos intestinais, ajudando a expelir o bolo fecal e aliviar a constipação intestinal.
Quando ingerido, o óleo de mamona é digerido no intestino delgado, liberando o ácido ricinoleico. O ácido ricinoleico é então absorvido pelo intestino, estimulando um forte efeito laxante (confira aqui estudo a respeito: 2).
Um estudo mostrou que idosos que tomaram óleo de mamona apresentaram redução nos sintomas de constipação intestinal, incluindo a necessidade de menos esforço durante a defecação e diminuição na sensação de evacuação incompleta.
A recomendação é tomar uma colher de sopa, ou 15 ml. Por ter ação laxante rápida, espera-se que a evacuação aconteça entre uma e três horas após a ingestão do óleo de mamona.
Embora possa ser usado para aliviar a constipação ocasional, o óleo de mamona não é recomendado como tratamento para problemas de longo prazo.
O ácido ricinoleico é um ácido graxo monoinsaturado, um tipo de gordura que atua como umectantes e podem ser usados para hidratar a pele.
Os umectantes retêm a umidade evitando a perda de água através da camada externa da pele (confira aqui estudo a respeito: 3).
O óleo de mamona é muito usado em cosméticos para promover a hidratação e muitas vezes adicionado a produtos como loções, maquiagem e produtos de limpeza. Ele tem um preço acessível e pode ser usado tanto no rosto quanto no corpo.
O óleo de rícino também ajuda a suavizar a pele seca e irritada. É rapidamente absorvido, estimulando a produção de colágeno, o que reduz rugas e estrias.
Como óleo de massagem, é ótimo para o relaxamento do corpo e para curar inflamações, como artrite, proporcionando uma sensação de bem-estar. No entanto, devido à alta viscosidade do óleo de rícino, ele deve ser misturado com outros óleos vegetais mais leves, como o óleo de semente de uva ou de amêndoas doces, para facilitar no deslizamento da massagem.
Aplicar óleo de mamona nas feridas confere umidade à pele, melhorando o processo de cura. O óleo de mamona promove o crescimento do tecido, e ainda protege a mucosa, pois cria uma barreira entre a ferida e o ambiente, diminuindo o risco de infecção.
Também reduz a secura e a cornificação, o acúmulo de células mortas da pele que podem retardar a cicatrização de feridas (confira aqui estudo a respeito: 5).
As pomadas contendo óleo de mamona ajudam na cicatrização de escaras, um tipo de ferida que se desenvolve a partir de uma pressão prolongada na pele. Um estudo que analisou a cicatrização de escaras de 861 residentes de casas de repouso mostrou que as feridas que foram tratadas com a pomada contendo óleo de mamona apresentaram maiores taxas de cura e menor tempo de cicatrização do que aquelas tratadas com outros métodos.
O ácido ricinoleico possui propriedades anti-inflamatórias impressionantes. Estudos têm demonstrado que, quando ele é aplicado topicamente, há redução de inflamação e alivia a dor.
As propriedades analgésicas e anti-inflamatórias do óleo de mamona podem ser particularmente úteis para quem possui doenças inflamatórias, como artrite reumatoide ou psoríase.
Estudos em animais e em tubos de ensaio mostraram que o ácido ricinoleico reduz a dor e o inchaço. Além disso, um outro estudo mostrou que o tratamento com gel contendo ácido ricinoleico levou a uma redução significativa da dor e da inflamação quando aplicado à pele, em comparação com outros métodos de tratamento.
O óleo de mamona tem várias qualidades que podem ajudar a reduzir os sintomas da acne. Acredita-se que a inflamação seja um fator no desenvolvimento e na gravidade da acne, portanto, aplicar óleo de mamona na pele pode ajudar a reduzir os sintomas relacionados à inflamação (confira aqui estudo a respeito: 6).
A acne também está associada a um desequilíbrio de certos tipos de bactérias normalmente encontradas na pele, incluindo o Staphylococcus aureus (confira estudo a respeito: 7). Portanto, as propriedades antimicrobianas do óleo podem ajudar a combater o supercrescimento bacteriano, quando aplicado na pele.
Um estudo em tubo de ensaio revelou que o extrato de óleo de mamona apresentou considerável poder bactericida, inibindo o crescimento de várias bactérias, incluindo Staphylococcus aureus.
Um estudo em tubo de ensaio revelou que o óleo de mamona combateu a Candida albicans de raízes dentárias humanas. Ele também pode ajudar a tratar a estomatite relacionada à prótese, uma condição dolorosa que se acredita ser causada pelo supercrescimento da Candida, um problema comum em pessoas idosas que usam dentaduras.
Um estudo em 30 idosos com estomatite relacionada à prótese mostrou que o tratamento com o óleo levou a melhorias nos sinais clínicos de estomatite, incluindo a inflamação.
Outro estudo descobriu que a escovação e a imersão das próteses em uma solução contendo óleo de mamona levaram a reduções significativas na Candida em idosos que usavam dentaduras.
Muitas pessoas usam óleo de mamona como um condicionador de cabelo natural.
Ele é ótimo para aplicar em cabelos secos, pois ajuda a lubrificar a haste capilar, aumentando a flexibilidade e diminuindo as chances de quebra (confira aqui estudo a respeito: 8).
Devido às suas propriedades anti-inflamatórias e hidratantes, ele também pode ser um tratamento eficaz para a caspa causada por dermatite seborreica e descamação.
Ele também ajuda no fortalecimento do couro cabeludo e no crescimento dos fios. Como apresenta propriedades antibacterianas e antifúngicas, devido à elevada composição de ácido ricinoleico, o óleo de rícino combate infecções e o crescimento de bactérias e fungos que poderiam impedir o crescimento capilar.
Portanto, se você está com problemas de queda e falhas nos cabelos, o óleo de mamona é um ótimo aliado. Ele ameniza a queda, acelera o crescimento e faz o cabelo crescer mais forte e espesso. É possível também aplicá-lo em locais onde há ferimentos, como cicatrizes ou queimaduras no couro cabeludo (locais em que o cabelo não cresce), o óleo de mamona pode auxiliar no crescimento. Se o caso for genético, como calvície, o óleo não irá curar o problema, somente retardará.
Esfregue o óleo de mamona nas mãos, massageie o couro por cinco minutos e deixe agir nos cabelos por mais alguns minutos. Massagear o couro estimula a circulação sanguínea e, consequentemente, estimula o crescimento por causa da presença de ácido linoleico (ômega 6), que fortalece e nutri os fios. Você pode aplicá-lo de duas a três vezes por semana, usando continuamente por um período de tempo prolongado. Os resultados aparecem após alguns meses de tratamento.
O óleo de rícino também serve para cabelos ressecados, pontas duplas e coceira. Ele proporciona hidratação, deixando os cabelos sedosos e brilhantes. O óleo apresenta um odor forte, que pode incomodar algumas pessoas, portanto, evite sua inalação e utilize-o com algumas gotas (três gotas de óleo essencial para cada colher de óleo de mamona) do óleo essencial de sua preferência.
E não é só no crescimento dos cabelos que o óleo de mamona pode ser utilizado. Ele também pode ser aplicado nos cílios, sobrancelhas e barbas, auxiliando seu crescimento. Não existem estudos científicos que comprovem tal fato, porém, há relatos de que o uso do óleo de rícino pode ser eficaz para esses casos.
O maior risco da mamona está na ingestão das sementes. Elas são venenosas devido à presença da proteína tóxica ricina, conhecida por ser inativadora de ribossomos – ela penetra na célula e a paralisa. Mesmo em pequenas doses, pode levar à morte. A ingestão de três sementes pode matar uma criança e, oito sementes, um adulto.
Outro componente ativo na mamoeira é a ricinina, presente em toda parte da planta, como nas flores e folhas. A ricinina apresenta efeitos no sistema nervoso quando ingerida.
Muitas pessoas usam óleo de rícino para tratar uma variedade de problemas, seja ingerindo-o ou aplicando-o na pele. Embora ele seja geralmente considerado seguro, pode causar reações adversas e efeitos colaterais indesejados em algumas pessoas.
A ingestão em altas doses pode causar efeitos colaterais como cólica abdominal, náusea, vômito e diarreia (confira aqui estudo a respeito: 4).
O consumo de óleo de rícino para fins medicinais é contraindicado para grávidas, lactantes, crianças e pessoas com obstrução ou perfuração intestinal, cólon irritável, doença de Crohn, colite ulcerativa ou qualquer outro problema no intestino
Ele também pode causar uma reação alérgica em algumas pessoas quando aplicado na pele. Primeiro, tente aplicar uma pequena quantidade em um pequeno pedaço de pele para ver como seu corpo reage (confira aqui estudo a respeito: 10).
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