Olestra é um aditivo alimentar que substitui a gordura utilizada principalmente em batatas chips
Olestra é uma substância usada como substituto de gordura em salgados prontos e congelados. Ela apresenta risco à saúde humana e é banida em diversos países, como Reino Unido e Canadá.
Essa substância é motivo de debates no mundo devido aos seus efeitos nocivos à saúde. Porém, no Brasil seu uso foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a instituição, as empresas podem colocar olestra nos produtos alimentícios desde que avisem aos consumidores em sua embalagem.
A sua criação envolve uma mistura de duas substâncias naturais, a sacarose e o óleo vegetal. Juntos, esses dois formam uma molécula que não se encontra na natureza. Essa molécula criada de forma sintética acaba por ter o mesmo sabor de outras gorduras reais. Ou seja, ela pode substituir as gorduras encontradas em alimentos como batatas fritas.
Como o corpo humano não consegue digerir a olestra, ele acaba obtendo o sabor da gordura do alimento. No entanto, não acumula nenhuma caloria em decorrência do consumo daquela comida.
Como surgiu?
A olestra foi descoberta por dois pesquisadores chamado Fred Mattson e Robert Volpenhein. Ambos os estudiosos trabalham na empresa Procter & Gamble (P&G), e começaram pesquisar gorduras que poderiam ser facilmente digeridas por crianças.
A empresa viu um grande potencial na olestra como aditivo alimentar, e assim, encontrou com um pedido de registro pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. A ideia era registrar e comercializar o substituto de gordura com o nome Olean®, que é usado até hoje.
Em 1971 as investigações começaram para dar início ao processo de legalização. Porém, foi apenas em 1996 que a FDA aprovou o uso e a venda da olestra como aditivo alimentar. A primeira marca de alimentos a aderir a olestra foi a WOW® de batatas fritas da Frito-Lay®.
Assim que as vendas iniciaram em 1998, houve um estouro na venda de produtos, e a marca chegou a vender cerca de 400 milhões de dólares na época. Mas isso durou pouco, já que devido alguns efeitos colaterais, os produtos passaram a usar um aviso na embalagem sobre a adição de olestra. O que fez com que as vendas caíssem.
Quais os efeitos negativos?
Devido ao fato da molécula de olestra não ser digerida pelo organismo humano, ela apresenta certos efeitos colaterais. Normalmente, uma molécula de gordura é formada por três moléculas longas feitas de carbono e hidrogênio. Na olestra, são encontradas seis dessas moléculas, em vez de três, o que a torna muito diferente e impossível de ser digerida pelo corpo humano.
A olestra possui moléculas tão grandes que nem o estômago nem o intestino conseguem produzir enzimas que consigam digeri-la. Os principais efeitos colaterais causados pelo consumo de olestra são:
- Diarreia;
- Cólicas abdominais;
- Interferência na capacidade da absorção de certas vitaminas cruciais (vitaminas A, D, E, e K)
Alguns estudos apontaram que o consumo de olestra pode reduzir a absorção de vitaminas carotenóides como o beta-caroteno. Esses nutrientes são essenciais para a saúde e previnem o organismo de diversas doenças, como o câncer e a catarata.
Uma pessoa com grande consumo de olestra pode acabar desenvolvendo uma deficiência nutricional, causada pela falta de micronutrientes. Diversas doenças estão ligadas a essa deficiência, como a anorexia. As vitaminas que são afetadas são apenas aquelas conhecidas como lipossolúveis.
As pesquisas realizadas com olestra mostram que um consumo reduzido da substância não tem tantos efeitos negativos no corpo. No entanto, quando um indivíduo consome esse aditivo alimentar em grandes quantidades, ele pode mostrar um dos sintomas citados acima. Ou até mesmo acabar confundindo seus efeitos com doenças gastrointestinais graves.
Quais os alimentos com adição de olestra?
Quando foi inserida no mercado, a olestra foi usada como substância de composição de batatas chips. Até os dias atuais ela é muito encontrada em diversas marcas deste tipo de alimento. Porém, ela também está presente em cookies, margarina e pipoca de micro-ondas.
Para saber se um alimento contém olestra, basta checar a embalagem.