O ômega-3 é um conjunto de ácidos graxos polinsaturados essencial para o bom funcionamento do corpo humano. Ele mantém a saúde das membranas celulares, das funções cerebrais e a qualidade da transmissão de impulsos nervosos, agindo diretamente no sistema nervoso central. Porém, como tudo na vida, é importante manter a medida certa. O consumo excessivo de ômega 3 pode causar contraindicações e malefícios.
A ingestão de ômega 3 é associada à prevenção e ao tratamento de doenças, por isso seu consumo é estimulado. É possível encontrar uma gama de suplementos alimentares à base de óleo concentrado de peixe ou microalga disponíveis no mercado, assim como produtos industrializados enriquecidos com ômega 3. No entanto, já está comprovado que o excesso de ômega 3 no organismo traz problemas à saúde. Portanto, a suplementação deve ser feita somente se houver recomendação médica.
A suplementação de ômega-3 é recomendada como método auxiliar de tratamento de doenças já existentes. Por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia indica a ingestão de um grama por dia de ômega 3 para auxiliar no tratamento de doença coronariana e para impulsionar a saúde cardiovascular.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a suplementação de ômega 3 é benéfica para mulheres grávidas, uma vez que esta substância é fundamental para o desenvolvimento do cérebro do indivíduo ainda na fase fetal.
Segundo a OMS, a mulher que está no período gestacional deve consumir entre 133 mg e três gramas de ômega 3 diariamente. A dosagem ideal varia de acordo com o peso e a dieta da gestante, devendo portanto ser especificada pela médica ou médico que acompanha o pré-natal.
A questão acerca da dosagem máxima de três gramas se deve às propriedades anticoagulantes do ômega 3. Segundo informações da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, uma dosagem superior a três gramas diários de ômega 3 seria suficiente para favorecer a ocorrência de episódios hemorrágicos em algumas pessoas.
O excesso de ácido eicosapentaenóico (EPA) e de ácido docosahexaenóico (DHA) no organismo (presentes no ômega 3) está sendo relacionado ao desenvolvimento e ao agravamento de doenças.
Alimentos naturalmente ricos em EPA e DHA, como peixes e algas marinhas, não contêm quantidades tão elevadas dessas substâncias a ponto de seu consumo representar um risco. Portanto, para pessoas que não estão sob tratamento médico, e não tiveram a recomendação de um profissional de saúde para suplementar o ômega 3, recomenda-se que seu consumo seja feito por meio de alimentos naturalmente ricos nessa substância, e não por meio do consumo de suplementos alimentares.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, é recomendável o consumo de duas porções de peixe por semana, o que forneceria de 200 mg a 500 mg de EPA e DHA – quantidade considerada suficiente para auxiliar na prevenção de doenças.
Pessoas que não incluem peixes na dieta devem optar pela inclusão de algas marinhas, que também são fontes de EPA e DHA e de alimentos ricos em ALA (veja aqui quais alimentos são fontes de ALA) que, uma vez no organismo, é convertido em EPA e DHA através da ação de enzimas.
Abaixo estão listados os possíveis problemas de saúde relacionados ao excesso de ômega 3 no organismo:
Como já mencionado, o excesso de ômega 3 no organismo pode levar à ocorrência de episódios hemorrágicos em determinados indivíduos. Isto ocorre devido às propriedades anticoagulantes do ômega 3.
Ainda que o ômega 3 tenha o potencial de aumentar o HDL (colesterol bom) e reduzir os triglicérides, o excesso de ômega 3 no organismo está relacionado ao aumento do colesterol no sangue, como descrito no estudo dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
Um estudo recente apontou a relação entre quantidades muito altas de ômega 3 no organismo e o aparecimento de tumores malignos. Um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute relaciona o excesso de ômega 3 no organismo à maior incidência de câncer de próstata. Porém, esta relação ainda não está totalmente clara e não deve ser estabelecida com base em apenas um estudo. Dessa forma, o tema deve ser mais explorado em pesquisas futuras.
A peroxidação lipídica é a destruição dos lipídios (ácidos graxos poli insaturados) que constituem as membranas das células pela ação dos radicais livres. Este processo favorece o estresse oxidativo (desequilíbrio entre nível de radicais livres e agentes antioxidantes no organismo), pois a insaturação dos ácidos graxos ômega 3 torna a membrana mais fluida e, portanto, mais suscetível à ação dos radicais livres. De acordo com estudo publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, o excesso de ômega 3 no organismo tende a levar à peroxidação lipídica das membranas. O fenômeno de peroxidação lipídica está associado ao início de processos inflamatórios como a aterosclerose que, em estados avançados, contribui para a ocorrência de infartos e AVC isquêmico.
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