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Especialista em sustentabilidade elaborou guia de perguntas e respostas para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre o lixo eletrônico

O lixo eletrônico é um problema crescente em nossa sociedade, já que o descarte incorreto de itens como celulares, computadores e outros eletroeletrônicos, cada vez mais presentes em nosso dia a dia, causa diversos impactos ambientais. O especialista em logística reversa de eletroeletrônicos Henrique Mendes elaborou uma série de perguntas e respostas para esclarecer as dúvidas mais comuns no que diz respeito ao descarte e à reciclagem do lixo eletrônico. Confira!

Tire suas dúvidas sobre o lixo eletrônico

1. O que são resíduos eletroeletrônicos e quais equipamentos posso descartar?

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE). Este é um termo usado para se referir a todos os equipamentos elétricos e eletrônicos, suas partes e assessórios, que foram descartados pelo seu proprietário como resíduos, sem a intenção de reutilizá-los. São também chamados de “Lixo Eletrônico”.

Segundo a maioria das leis que tratam deste assunto, maior atenção é dada ao descarte de equipamentos eletrônicos de uso doméstico, tais como celulares, computadores, ferro de passar, chapinha, sanduicheiras, TVs, DVDs, geladeiras, máquinas de lavar roupa, controle remoto, aparelho de som, fones, dentre outros tipos de equipamentos que temos em nossas casas. No entanto, os equipamentos eletrônicos de uso corporativo também devem ser descartados adequadamente pelas empresas, que são responsáveis pela gestão de todos os resíduos gerados em sua operação.

2. Porque o lixo eletrônico é um problema?

Os REEE ganharam uma atenção crescente ao longo dos últimos 10 anos, uma vez que representam um tipo de resíduo que tem crescido continuamente no mundo. Estima-se que, em 2018, serão geradas 50 milhões de toneladas de REEE em todo o mundo e não há sinais de diminuição da geração deste tipo de resíduo no curto prazo. Ao contrário, cada vez mais vemos nossa sociedade baseada no uso destes equipamentos, os quais, mais cedo ou mais tarde, serão descartados.

3. Quais são os riscos ambientais de não realizar o descarte correto?

Os REEE não representam danos imediatos ao meio ambiente. O equipamento quando intacto é inerte, ou seja, não libera substâncias potencialmente poluidoras no ambiente. O problema são as práticas inadequadas de pessoas que desejam recuperar metais e outras substâncias destes equipamentos, sem o devido cuidado.

De fato, eles possuem uma grande quantidade de substâncias e materiais em sua composição, alguns com potencial de toxicidade, mas o problema maior reside nas práticas inadequadas de reciclagem artesanal destes equipamentos, que se utilizam de soluções ácidas e com potencial de contaminação ainda maior, além de expor os trabalhadores a riscos por trabalhar de modo equivocado.

4. Onde posso descartar e como é feito este descarte?

As empresas fabricantes e importadoras que atuam no Brasil estão iniciando um movimento para promover o descarte adequado dos equipamentos que colocam no mercado. Diversas destas empresas já possuem canal de contato direto com seus clientes, permitindo que o equipamento seja entregue em assistências técnicas, lojas parceiras ou até facilitando o envio pelos correios.

Além disso, novas associações de fabricantes e importadores têm sido criadas, como a Green Eletron, que irão instalar pontos de entrega nas cidades, principalmente em lojas onde estes equipamentos são vendidos.

A dica é primeiro procurar o fabricante dono da marca e cobrar uma orientação/solução. O descarte é quase sempre gratuito. Lembre-se também de apagar eventuais dados sigilosos, fotos e outros arquivos de uso pessoal que possam estar salvos em seu aparelho.

5. O que acontece depois? Como é feita a reciclagem?

Após este descarte, os equipamentos são encaminhados para empresas brasileiras que se especializaram em desmontar estes equipamentos e reciclar os materiais que fazem parte do Resíduo Eletrônico. Os eletrônicos contem partes e peças feitas de plástico, vidro e metal, além de outras substâncias. Praticamente 100% do aparelho pode ser reciclado, quase tudo aqui mesmo no nosso país.

6. O que diz a lei no Brasil? O que é o Acordo Setorial?

No Brasil temos a lei 12.305/2010, chamada de Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nesta lei, foi criada a obrigação de se implementar a logística reversa, que nada mais é do que a criação de caminhos para que o consumidor possa descartar seus equipamentos de forma correta, sendo assegurada uma destinação ambientalmente adequada. Vários tipos de produtos estão citados nesta lei, como eletroeletrônicos, pilhas e baterias.

Ainda segundo a lei, para ser criado este sistema de Logística Reversa, existem algumas regras mínimas que os responsáveis pelo sistema deverão seguir, como metas de quantidade a ser coletada, número mínimo de Pontos de Entrega a serem criados no país e um cronograma a ser seguido pelas empresas. A este conjunto de regras foi dado o nome de Acordo Setorial. Este é o documento que será assinado entre o governo e as empresas, para assegurar a implementação da Logística Reversa de Eletroeletrônicos no país.

7. Por que as empresas devem aderir?

A Logística Reversa já é uma obrigação legal no Brasil. Logo, acima de tudo, as empresas já deveriam ter o seu próprio sistema para coleta e reciclagem dos aparelhos que colocam no mercado. Além disso, temos visto que nosso modelo de produção e consumo atual não é sustentável, ou seja, não temos como continuar a produzir e consumir como se todos os recursos fossem infinitos, pois claramente não são.

Ainda por cima, não podemos continuar a descartar nossos produtos desta forma irracional, desperdiçando enormes quantidades de matéria-prima, energia e mão de obra, que foram necessários na produção dos equipamentos novos Recuperar estes (e outros materiais) já é uma preocupação de vários governos, uma vez que para seguirmos com a evolução tecnológica que tanto nos auxilia, precisaremos manter os recursos naturais disponíveis (os quais estão cada vez mais escassos).

8. Qual a responsabilidade de cada um na Logística Reversa?

Segundo a nossa lei, a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos é compartilhada. Logo, todos somos parte deste processo. Cabe ao consumidor, entregar os eletrônicos que deseja descartar, em locais adequados, que não o lixo comum. Tais locais deverão ser criados e disponibilizados pelo setor produtivo. Os comerciantes e distribuidores são responsáveis por receber estes equipamentos e entregar aos fabricantes e importadores, que, por fim, são responsáveis por assegurar a destinação final ambientalmente adequada a estes equipamentos, como a reciclagem, por exemplo

9. Por que a logística reversa de eletroeletrônicos ainda não é uma realidade no país?

Como mencionado acima, segundo nossa lei, ainda precisamos assinar o chamado Acordo Setorial. Lembra que comentei que é este Acordo que trará as regras do jogo? Logo, é isso que falta para o “jogo” começar. Esta negociação não é simples e envolve uma série de mudanças que precisam ser feitas no governo e nas agências ambientais, para assegurar que toda a coleta, transporte e reciclagem serão realizadas da forma adequada e segura para todos. Esta negociação está em fase final, mas existem ainda alguns entraves a serem resolvidos.

10. Como a Logística Reversa é feita em outros países?

Existem diversos modelos de como os eletrônicos são descartados e coletados em outros países. Países da Europa e o Japão foram pioneiros neste assunto. Em alguns casos, o poder público atua diretamente e com papel fundamental, fornecendo os locais para descarte correto e assegurando o transporte deste material. Em outros, toda a responsabilidade recai sobre os fabricantes. E existem exemplos onde o consumidor assume boa parte da responsabilidade, pagando pela coleta dos equipamentos que quer descartar.

O Brasil tem observado e testado alguns destes modelos, para desenvolver algo que seja adaptado à cultura local e às dimensões continentais de nosso país.


Faça o download do Guia de perguntas e respostas elaborado por Henrique Mendes. O especialista trabalha na área da sustentabilidade há mais de nove anos, tendo atuado em diferentes projetos, como gestão de emissões de gases de efeito estufa, gerenciamento de resíduos, consumo consciente e educação ambiental. Recentemente está focado na área de logística reversa, em especial na logística reversa de eletroeletrônicos.


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