Imagem de Myriam Zilles no Unsplash
Saber onde doar remédios dentro do prazo de validade é uma forma de evitar o desperdício, diminuir os impactos do descarte de medicamentos e ajudar quem precisa. Remédios em desuso, armazenados em casa, podem ficar esquecidos. Dessa forma, grandes quantidades de medicamentos fora de validade acabam sendo descartados. O problema é que, se não descartados corretamente, podem gerar graves impactos ambientais e problemas à saúde humana.
Visando a diminuição do desperdício desses medicamentos, muitas pessoas procuram como fazer o descarte correto de medicamentos. Já se perguntou “o que fazer com remédios que não uso mais?” As doações de medicamentos são uma forma de tentar evitar o desperdício e ajudar a população mais carente, que muitas vezes não tem condições de adquirir certos fármacos.
Ainda não há uma legislação nacional que proíba ou libere doações de medicamentos, portanto não existe regulamentação ou diretrizes sobre boas práticas relacionadas às doações de remédios.
Essa prática, apesar de ser feita com boas intenções, pode trazer problemas a quem se beneficia dos medicamentos doados, principalmente pela doação de pessoa física para pessoa física. Geralmente os medicamentos doados para o setor público ou para organizações vêm de indústrias farmacêuticas, distribuidores e laboratórios, pois essas instituições possuem práticas de armazenamento corretas, o que muitas vezes não ocorre em residências.
Farmácias comunitárias e hospitais públicos, ao receberem as doações, fazem uma triagem dos medicamentos que estão apropriados para uso. Caso o local de doação não exija prescrição médica, tome cuidado, provavelmente a triagem dos medicamentos não foi feita e a qualidade do medicamento pode estar comprometida, pondo em risco a saúde do paciente.
Um profissional habilitado é responsável por avaliar a qualidade do medicamento recebido através das doações de remédios, de modo a fazer a classificação e o redirecionamento do uso, disponibilizando aqueles medicamentos não encontrados na rede pública e outros para a população.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aceita somente doações em grandes quantidades de ONGs, indústrias farmacêuticas, associações, entre outros. Há diversos pré-requisitos para doar medicamentos visando garantir a origem e qualidade dos produtos. Este exemplo demonstra como a doação de medicamentos deve ser levada a sério.
Além do comprometimento, da qualidade e da eficácia do produto, a doação entre pessoas físicas também é perigosa, pois quando um paciente está tomando um medicamento, a prescrição é realizada exclusivamente para as condições dele, como dosagem e tempo de tratamento. Se outra pessoa utilizar este medicamento, os efeitos podem ser diferentes, principalmente se não houver acompanhamento médico (saiba mais em: “Cuidados com os medicamentos“).
Se você quiser saber como descartar remédios ou receber seus medicamentos, pesquise bem sobre o lugar. O Instituto Central do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com o Programa de Devolução Segura de Medicamentos, incentiva pacientes a devolverem os medicamentos que não foram usados e após considerados estar em perfeito estado são dispensados para outros pacientes. Outros programas, como em Criciúma (SC), também recebem e doam medicamentos.
A atitude mais correta e segura é consumir conscientemente e aprender como fazer descarte consciente de medicamentos. Compre somente a quantidade indicada para o tratamento. Caso não haja fracionamento do medicamento, compre a quantidade mais aproximada possível para evitar ou diminuir as sobras. Lembre-se de sempre armazenar o medicamento em sua embalagem original em local seco e fresco para manter suas propriedades terapêuticas, e longe do alcance de crianças e animais.
Mas como devemos descartar os medicamentos? Se o medicamento está vencido ou em mau estado de conservação, não doe e descarte corretamente em um posto de coleta de medicamentos vencidos próximo a você. Caso sua cidade não conte com lugares onde entregar medicamentos dentro do prazo, leve os medicamentos em desuso — dentro do prazo — para os pontos de descarte de medicamentos.
É preciso tomar muito cuidado ao fazer este tipo de doação, pois medicamentos fora de validade podem afetar a saúde de quem recebê-los. Se você optar pelo descarte, evitará o risco de alguém tomar remédio vencido, e seus impactos à saúde ou problemas relacionados a eventuais efeitos adversos dos medicamentos. Mesmo que seja um medicamento vencido há 2 meses, ou menos, seu compartilhamento não pode ser feito.
Quando for limpar sua caixa de remédio, a popular farmacinha doméstica, lembre-se de procurar por aqueles com prazo de validade expirado, e realize o descarte de medicamentos vencidos.
Na hora de descartar as embalagens secundárias de medicamentos — aquelas que não tem contato com o remédio, como as caixinhas — jogue-as no lixo reciclável. Isso porque essas embalagens costumam ser feitas a partir de papel, papelão ou plástico. As embalagens primárias (blisters, frascos e vidros) precisam ser descartadas junto com os medicamentos, afinal elas tem contato direto com os resíduos.
O descarte incorreto de medicamentos é um perigo para o meio ambiente, animais e seres humanos. Se você costuma jogar seus medicamentos no lixo, pia ou privada, tenha em mente que pode estar ajudando a piorar problemas ambientais. A contaminação do solo por medicamentos podem prejudicar a reprodução de animais e contaminar a água, e é resultado do descarte de remédios no meio ambiente.
Por isso, encoraje seus amigos, familiares e conhecidos a aprenderem onde jogar remédio fora com responsabilidade e o que fazer com a embalagem de medicamentos depois do uso. Conversar sobre o descarte de medicamentos ajuda a disseminar o debate e conscientizar mais pessoas sobre descarte de medicamentos e seus impactos socioambientais.
Se quiser saber mais sobre o assunto, confira as matérias sobre caixa de medicamentos, onde jogar remédio vencido e embalagem de remédio.
Empresas especializadas na destinação e coleta de medicamentos vencidos conceberam o projeto de descarte de medicamentos. A ideia é evitar o impacto ambiental de medicamentos, garantir o planejamento e a execução para que os produtos sejam coletados nos varejistas, concentrados em um local secundário, para depois serem encaminhados à destinação final, segundo o que diz a legislação estipulada tanto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e pelo decreto n.º 10.388.
A importância dessas instituições se dá pela responsabilidade ambiental para designar um local apropriado para os fármacos. Além da disponibilização de contêineres de descarte, divulgação de dados sobre os programas e o planejamento de todo esse processo.
Quando o consumidor faz o descarte correto, as transportadoras fazem a coleta dos medicamentos e oferecem o destino adequado para os produtos. Nesse destino, os remédios são incinerados, coprocessados e levados a disposição final, em aterros de classe I, para resíduos perigosos.
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