Ao pesquisar sobre a produção de fertilizantes fosfatados na região de Sichuan, a maior produtora do insumo na China, a ONG Greenpeace descobriu gigantescos depósitos de fosfogesso (subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados) ao ar livre e próximos a aldeias locais. Esse material é altamente poluente e se trata de um subproduto da fabricação de fertilizantes fosfatados (bastante utilizados na reparação de solos agrícolas).
Algumas rochas fosfatadas contêm pequena quantidade do metal pesado cádmio, extremamente tóxico para os seres humanos. Pesquisas recentes mostraram que o uso intensivo de fertilizantes fosfatados na região de Yangtze-Huaihe aumentou o nível de cádmio em bacias hidrográficas. Isso acontece porque, quando fertilizantes fosfatados são aplicados, somente uma pequena parte deles fica disponível para as plantas. O restante é armazenado no solo. A partir de então, por meio de escoamento, lixiviação ou erosão, os resquícios vão parar em lagos, rios e oceanos. É comum ainda, apesar dos riscos, que agricultores apliquem fosfato em excesso, cuja importância para a planta está relacionada ao aceleramento do crescimento e maturação, a fim de que cresçam com maior velocidade.
Desde 2001, a China duplicou sua capacidade de fabricação de fertilizantes fosfatados, convertendo-se na líder mundial desse setor, com 40% da produção mundial. De acordo com alguns pesquisadores, o país asiático já acumulou aproximadamente 300 milhões de toneladas de fosfogesso, o que representa cerca de 200 kg por habitante no país de maior população mundial. Análises de amostras de fosfogesso dessa região revelaram níveis de flúor, uma substância potencialmente perigosa, acima dos limites nacionais chineses para resíduos perigosos, além da presença de metais pesados tóxicos, como arsênio, cádmio, cromo e mercúrio.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais