Especialistas em direitos humanos querem mais regulamentação das propagandas que têm os menores de idade como alvo
Imagem: Pixabay / CC0
Dois especialistas da ONU em direitos humanos fizeram um alerta sobre o impacto dos comerciais direcionados a crianças que “incutem uma cultura de alto consumo e de endividamento”.
A declaração foi feita na semana do Dia Internacional da Juventude, comemorado em 12 de agosto, pelo especialista independente sobre dívida estrangeira, Juan Pablo Bohoslavsky, e pelo relator especial sobre direito à saúde, Dainius Püras.
Brasil
Eles pediram aos países que regulem as propagandas direcionadas aos menores de idade.
Os especialistas citaram o Brasil, o Canadá e a Dinamarca como exemplos de países com restrições a comerciais para crianças. Um estudo recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, mostrou que as crianças não se tornam mais felizes apenas por adquirir mais e mais produtos.
Muitas nações proibiram comerciais de TV para crianças em certos horários ou em conexão com programas infantis.
Eles pediram aos governos mundiais que proíbam a propaganda, promoção ou patrocínio de fabricantes de bebidas alcoólicas, fumo e alimentos não saudáveis em escolas e em eventos relacionados a crianças.
Potencial
Segundo os especialistas, “as mensagens desses comerciais têm o potencial de formar o hábito de consumo e financeiro das crianças de longo prazo e essas propagandas estão aumentando em número e alcance”.
O resultado será visto mais tarde quando essas crianças, já na fase adulta, se sentirem estimuladas a comprar produtos ou serviços desnecessários sem se importarem com suas finanças a longo prazo.
Além disso, muitas das propagandas direcionadas às crianças promovem o consumo de alimentos não saudáveis, com alto teor de açúcar e pouco valor nutritivo.
Depois de expostos a esses tipos de comerciais, as crianças pressionam os pais a comprar itens que estão fora do orçamento e sem qualquer necessidade pedagógica. Isso geralmente acontece em detrimento de outros produtos importantes para a família.
Fonte: Rádio ONU
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