Foto de Francesco Ungaro no Pexels
Por ONU News | A poluição e as mudanças climáticas estão colocando em risco a maior barreira de corais do Hemisfério Ocidental, o recife mesoamericano, que se estende por 1 mil km ao longo das costas de Belize, Guatemala, Honduras e México.
Os recifes de coral, cobrem menos de 1% do fundo do oceano, mas sustentam 25% de toda a vida marinha e desempenham um papel crítico na segurança alimentar e proteção costeira em regiões vulneráveis ao clima.
Nos últimos 15 anos, o mundo perdeu 14% de seus recifes de coral, alguns dos quais existem há mais de 5 mil anos. Eles foram destruídos pelo aumento da temperatura do mar, poluição e práticas de pesca insustentáveis.
Diversas iniciativas apoiadas pela ONU estão sendo implementadas para salvar o recife mesoamericano, com recursos do Fundo Global para Recifes de Coral, Gfcr.
Um dos projetos se concentra na criação de caranguejos-rei para soltá-los nos recifes visando combater o crescimento excessivo de macroalgas, que prosperam devido ao aumento da temperatura do oceano associado às mudanças climáticas.
As macroalgas expulsam os corais, enfraquecendo os ecossistemas dos recifes. Os caranguejos-rei, que são nativos da região, têm apetites vorazes por algas e podem ajudar a controlar a proliferação delas sem prejudicar os corais.
Ao introduzir os caranguejos para restaurar o equilíbrio do ecossistema, o projeto também proporciona uma fonte de renda sustentável para os pescadores locais.
Um outro projeto, no México, está apoiando uma empresa que transforma um tipo de alga marinha, conhecida como sargaço, em matéria-prima para vários produtos, incluindo biocombustíveis, ração animal, fertilizantes, têxteis e cosméticos.
Isso evita que o sargaço sufoque os corais e a vida selvagem ou acabe em aterros sanitários onde se decompõe, potencialmente poluindo as águas subterrâneas.
Um dos produtos criados a partir do sargaço é o “Sarga Extra”, um fertilizante orgânico. O produto também reduz o uso de fertilizantes à base de nitrogênio pelos agricultores, impedindo assim um escoamento químico que exacerba a proliferação de sargaço e pode criar zonas mortas no oceano.
O Fundo Global para Recifes de Coral, Gfcr, é um fundo fiduciário multiparceiro apoiado pela ONU, que fornece subsídios e empréstimos para empresas, apoiando iniciativas que vão de ecoturismo a aquicultura sustentável.
O objetivo do Gfcr é apoiar mais de 400 empresas com atuação positiva em recifes e criar mais de 30 mil empregos até 2030.
Em relação ao recife mesoamericano, o fundo está fornecendo consultoria técnica e financiamento para 50 empresas que contribuem com a preservação dos corais da região. O trabalho abrange 1,7 milhão de hectares de recifes e está criando oportunidades econômicas para 15 mil pessoas.
A longo prazo, os esforços voltados para este ecossistema no Caribe têm como objetivo alavancar US$ 60 milhões em capital privado e aumentar a resiliência de mais de 3 milhões de residentes costeiros.
A diretora da Divisão de Ecossistemas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, disse que recifes saudáveis “significam mais peixes, proporcionando às famílias melhor nutrição e renda mais alta, fundamental para o acesso à saúde, educação e construção de resiliência”.
Susan Gardner ressaltou que investir em organizações locais, com profundo conhecimento e experiência na conservação de recifes de coral, é fundamental para proteger o recife mesoamericano.
Este texto foi originalmente publicado pela ONU News, de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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