A notificação foi recebida dois meses após o anúncio do presidente Donald Trump da intenção do governo norte-americano de abandonar o Acordo de Paris para o clima
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu uma notificação oficial da delegação dos Estados Unidos expressando a intenção do país de se retirar do Acordo de Paris para o clima, assim que for elegível para fazê-lo, informou o porta-voz do secretário-geral, no dia 4 de agosto.
A notificação foi recebida dois meses após o anúncio do presidente Donald Trump sobre a intenção do governo estadunidense de abandonar o acordo.
“Como o secretário-geral disse numa declaração em 1º de junho deste ano, a decisão dos Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris é uma grande decepção para os esforços globais de redução das emissões de gases de efeito estufa e de promoção da segurança global”, disse em nota o porta-voz do secretário-geral, Stáphane Dujarric.
Segundo o artigo 28 do Acordo de Paris, um membro pode se retirar a qualquer momento após três anos da data em que o acordo entrou em vigor para tal membro, e a retirada ocorre após o término de um ano da data de recepção da notificação pelo depositário. Os Estados Unidos aderiram ao acordo em 3 de setembro de 2016, que começou a valer para o país a partir do dia 4 de novembro do mesmo ano, o que significa que o país deverá permanecer no pacto pelo menos até 2019.
O comunicado norte-americano afirma que os Estados Unidos pretendem exercer seu direito a se retirar do acordo, a menos que identifique termos adequados para sua reincorporação.
De acordo a Dujarric, o secretário-geral dá boas-vindas a quaisquer esforços por parte dos EUA de retomarem o acordo.
“É fundamental que os EUA se mantenham na liderança do desenvolvimento climático e sustentável. A mudança climática está afetando a todos agora. O secretário-geral espera poder reunir tanto o governo norte-americano como todos os demais atores ao redor do mundo para construir um futuro sustentável para nossas crianças e para as futuras gerações”, disse o porta-voz da ONU.