Organizações da sociedade civil lançam coalizão latino-americana por ar mais limpo

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Por Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) | O primeiro Foro Internacional Ciudadano por el Aire Limpio aconteceu entre os dias 10 e 12 de agosto, na cidade de Bogotá, Colômbia. A iniciativa teve como objetivo fortalecer a conexão entre qualidade do ar e justiça climática e, também, a troca de aprendizagens e a criação da Coalición Latinoamericana por el Aire Limpio, Coalición ALAIRE. No total, cerca de 200 pessoas estiveram presentes nos três dias de debate.

O encontro reuniu jovens, pesquisadores, representantes da sociedade civil, da cooperação internacional e funcionários públicos da Colômbia, Equador, Peru, Chile, Brasil e México. Foi promovido pela Asociación Interamericana para la Defensa del Ambiente (AIDA), El Derecho a No Obedecer (projeto da Corporación Otraparte), Trébola Organización Ecológica, El Poder del Consumidor, Coalizão Respirar (com a participação presencial de representantes do Instituto de Energia e Meio Ambiente, IEMA, Instituto Alana e Instituto Saúde e Sociedade, ISS) e a Fundação Heinrich Boll.

O primeiro dia foi aberto ao público e contou com quatro conferências, três painéis de debate e exposições de iniciativas. Os demais dias foram encontros fechados entre convidados para realizar acordos entre organizações da América Latina, fortalecer projetos em prol da qualidade do ar e da justiça climática e definir linhas estratégicas de ação conjunta para diminuir a contaminação do ar. 

“São comuns aos países da América Latina muitos problemas de gestão da qualidade do ar, como a falta de monitoramento da qualidade do ar, de inventários de emissões poluentes e de mecanismos eficazes para o atingimento das recomendações da OMS, assim sendo, a criação dessa coalizão pode ajudar a potencializar os avanços em cada país em toda a região”, David Tsai, gerente de projetos do IEMA. Para Alejandro Daly, diretor geral do El Derecho a No Obedecer (Corporación Otraparte), “cada vez mais cidadãos e cidadãs da América Latina sentem e veem que a contaminação do ar e a emergência climática em suas cidades são problemas públicos que estão aumentando”.

Para Daly, “a maioria das fontes de poluição do ar nas cidades está fora do controle das pessoas e enfrentá-las requer medidas estruturais por parte dos governos. Por isso, resolver o problema da poluição do ar requer a articulação de diferentes atores com a missão de proteger os direitos humanos daqueles que estão expostos à má qualidade do ar e contribuir para o cumprimento das metas climáticas dos países”.

“O que mais me impressionou é a pluralidade de atores, vozes e visões que existem em torno de mobilizar por um mesmo interesse. Devemos almejar uma grande convergência latinoamericana de cooperação para esse objetivo comum que é o ar limpo em nossas cidades”, disse Camilo Villa, assistente do fórum

A agenda de atividades do encontro foi finalizada na sexta-feira, 12 de agosto, com uma ação simbólica na Plaza de Lourdes, em Bogotá, na qual 40 pesquisadores e ativistas por ar mais limpo da América Latina se reuniram para interagir com um corpo humano construído com lixo e plástico, dividido em uma parte saudável e uma parte doente. A figura humana foi feita com esses elementos para vincular a má qualidade do ar e a poluição ao uso inadequado desses materiais. Agora, o grupo deve aprofundar a parceria, colocando em prática a troca de experiências e planejar ações conjuntas. 


Este texto foi originalmente publicado por IEMA de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.

Carolina Hisatomi

Graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e protetora de abelhas nas horas vagas.

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