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O orgasmo feminino refere ao clímax sentido por pessoas com vagina ao chegar ao ápice do prazer sexual

O orgasmo feminino é o nome comumente usado para se referir a reação do corpo ao chegar no auge do prazer para pessoas com vagina. Por diferir em certos aspectos do orgasmo masculino, nome geralmente usado para pessoas com pênis, ele tem sido objeto de estudo há anos, afinal, suas singularidades causam dúvidas a respeito de seu funcionamento. 

Apesar de ter certas características específicas, o orgasmo feminino não é o mesmo para todas as pessoas. Afinal, a forma como um indivíduo sente prazer pode ser totalmente diferente de como outros sentem. Por isso, se a forma como você tem orgasmo for diferente daqueles ao seu redor não se preocupe, cada corpo lida com o prazer de forma única. 

No caso de pessoas com vulva, o orgasmo dura cerca de dois a 35 segundos, menos do que para pessoas com pênis. Uma das diferenças mais perceptíveis entre o orgasmo feminino e o masculino é a ejaculação. No segundo caso, a ejaculação é parte inerente do orgasmo, e essencial para a reprodução humana — sem a liberação do sémen não é possível fecundar o óvulo. 

Porém, no orgasmo feminino a ejaculação é bem menos frequente, e pode ser conhecida como “squirting”. O líquido liberado nessa ocasião é uma mistura de urina com substância ejaculatória formada pela glândula de skenes, encontrada dentro do canal vaginal. 

Não é preciso se desesperar, a quantidade de urina na ejaculação feminina não é um problema para a saúde dos envolvidos, afinal, o pré-gozo em pessoas com pênis também contém certa quantidade da substância. 

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As fases do orgasmo feminino

Em 1996, os pesquisadores William Masters e Virginia Johnson determinaram um modelo de orgasmo que conta com quatro fases. Logo, o orgasmo feminino pode ser divido da seguinte forma: 

Excitação 

Em estado de desejo ou excitação, a pessoa com vagina foca apenas no estímulo sexual. Assim, o fluxo de sangue começa a se concentrar nas regiões do clitóris, vagina e dos mamilos. O batimento cardíaco tem uma elevação significativa enquanto a produção de testosterona e neurotransmissores, como dopamina e serotonina, também aumenta.

Plateau

A tensão sexual se acumula antes do orgasmo. A região da vulva fica “inchada” devido ao maior fluxo sanguíneo na região, e a respiração fica mais forte. Além disso, o clitóris se aproxima do osso pubico, quase desaparecendo. 

Orgasmo 

O corpo passa por uma série de contrações rítmicas dos músculos da vagina, assoalho pélvico e do útero. A tensão causada pelo ato sexual faz com que os músculos se contraiam, enquanto uma sensação de “calor” é liberada da pelve para o resto do corpo. O orgasmo feminino pode durar cerca de uns 20-35 segundos.

Resolução 

O corpo relaxa depois de ter passado pelo orgasmo, os batimentos diminuem, o fluxo sanguíneo se equilibra e a respiração volta ao normal. O período de recuperação feminino é menor do que o masculino, o que pode resultar em múltiplos orgasmos quando a pessoa se mantém excitada. 

O orgasmo feminino múltiplo 

O orgasmo múltiplo ocorre quando uma pessoa chega ao ápice do prazer mais de uma vez em um curto período de tempo. Essa sensação é mais comum em pessoas com vulva do que com pênis, pois o seu período de recuperação é curto, podendo durar alguns segundos ou minutos. 

Isso significa que se o indivíduo se mantiver excitado e estimulado mesmo durante o orgasmo e a recuperação, a probabilidade de ter outro ápice de prazer é real. Porém é importante ter em mente que o orgasmo múltiplo não é uma experiência universal, nem todos têm a mesma facilidade para continuar estimulado.

Para pessoas com pênis o orgasmo múltiplo é menos recorrente. Afinal, esses indivíduos costumam ter um tempo maior de recuperação, que dura minutos ou até mesmo 12 horas. Aqueles com menor tempo refratário são mais propensos a passar por este tipo de orgasmo. Para saber mais a respeito confira a matéria: “O orgasmo múltiplo é mito ou verdade?”.

Quais os tipos de orgasmo feminino? 

Um estudo, publicado na revista Journal of Sexual Medicine, apontou que existem três tipos de orgasmos femininos: onda, vulcão e avalanche. Segundo os pesquisadores eles podem ser descritos como:

Onda: é uma série de contrações sucessivas que finalizam com o ápice do prazer, o orgasmo;

Avalanche: uma tensão grande no assoalho pélvico com contrações menores durante o orgasmo;

Vulcão: tensão mais leve sobre a pelve, que se transforma drasticamente em uma sensação de “tensão e liberação” durante o orgasmo;

Essas categorias foram determinadas depois de uma série de análises onde voluntárias faziam o uso de vibradores diariamente e relataram suas experiências. Ao final da pesquisa, foi apontado que mais de 50% dos orgasmos femininos eram compostos por ondas, 17% de avalanches e 11% de vulcões. 

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A desigualdade de orgasmo

Ao longo dos anos, estudiosos que se dedicaram a entender o orgasmo feminino perceberam que havia uma diferença gritante entre a forma como homens e mulheres passam  pela sensação. 

Os dados apontam que mulheres cisgênero e heterossexuais são menos propensas a terem um orgasmo do que mulheres lésbicas, bissexuais, homens gays e homens heterossexuais. Esse descuido com o orgasmo feminino faz com que essas mulheres passem a não priorizar o próprio prazer, se relacionando sem a intenção de alcançar suas vontades sexuais. 

Para Grace Wetzel, pesquisadora do orgasmo feminino, a quantidade de clímax que uma pessoa sente em seus atos sexuais faz com que ela sinta mais vontade de repetir a sensação. Desta forma, quanto menor a frequência do orgasmo, mais a mulher vai deixar de priorizar o próprio prazer.  

Disfunções sexuais 

Pessoas com vagina podem sofrer com disfunções sexuais que afetam a forma que elas têm orgasmo. Algumas são acometidas por ansiedade e depressão, condições que afetam a forma com que a pessoa processa a libido. Quem sofre com o tabu relacionado ao prazer feminino também pode ter dificuldade em alcançar o orgasmo devido ao sentimento de culpa e a distração durante a relação.

Para tratar essas disfunções sexuais é possível fazer o uso de medicamentos, como os usados para disfunção erétil em pessoas com pênis. Educação sexual e terapia cognitivo comportamental também ajudam com as dificuldades, através da investigação daquilo que pode estar impedindo a pessoa de ter seu ápice de prazer. 

Em mulheres que sofrem com o pós-menopausa e tem baixa libido, a aplicação de testosterona também é uma alternativa. Desde que seja acompanhada por um profissional especializado. 


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