Orgasmo: tipos, fases, benefícios e tabus

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O orgasmo é uma reação do corpo ao chegar no auge do prazer, geralmente relacionado a um estímulo sexual. Ele acontece quando o corpo libera a tensão e contrai os músculos perineais, esfíncter anal e órgãs reprodutivos em geral. A forma como as pessoas experienciam o orgasmo é individual, o que significa que nem todo ato sexual vai culminar na mesma sensação de prazer para todos.

A sensação do orgasmo costuma durar alguns segundos, cerca de 2-35 segundos para pessoas com vulva e 10-60 para pessoas com pênis, segundo um estudo de 2016. É comum que o indivíduo ejacule durante o orgasmo, inclusive, é nesse momento que o pênis libera o sêmen – utilizado para a fecundação do óvulo. Pessoas com vagina também podem ejacular, apesar de não ser tão comum.

Além disso, a região do pênis e da vagina não é a única que causa orgasmo, devido ao estímulo sexual. Alguns indivíduos não conseguem chegar ao clímax do prazer apenas com o toque desses órgãos, porém, podem se sentir excitados com a estimulação de partes como:

  • Clitóris
  • Mamilos
  • Anus
  • Testículos
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Quais as fases de um orgasmo? 

Em 1996, os pesquisadores William Masters e Virginia Johnson determinaram um modelo de orgasmo que conta com quatro fases. Segundo os estudiosos o fenômeno pode ser dividido da seguinte maneira:

Excitação

Pessoas com vagina: durante essa fase as veias sanguíneas das genitais se dilatam, aumentando o fluxo de sangue que passa pelas paredes vaginais. Por isso, a vulva incha e fica molhada com lubrificação natural. Internamente, a parte superior da vagina se expande. Além disso, os batimentos cardíacos aumentam e a pessoa pode parecer vermelha devido a dilatação nas veias;

Pessoas com pênis: quando esse órgão é estimulado ele fica ereto, também chamado de ereção. Isso acontece porque o fluxo sanguíneo sobe para o corpo do pênis, fazendo com que ele aumente de tamanho e fique rígido e os testículos se contraiam;

Plateau

Em pessoas com vagina: o sangue flui para a abertura vaginal, a tornando firme. Nesse caso os seios podem aumentar de tamanho, e o aumento de fluxo sanguíneo nas auréolas dos mamilos pode fazer com eles pareçam mais eretos. Por fim, o clitóris se aproxima do osso púbico, quase desaparecendo; 

Em pessoas com pênis: as veias ao redor do penis se enchem de sangue, a glande e os testículos aumentam de tamanho. Além disso, os músculos das coxas e as nádegas ficam tensas, pressão sanguínea sobe, o pulso acelera assim como a respiração;

Orgasmo

Em pessoas com vagina: os músculos genitais, como útero e vagina, passam por contrações de oito segundos, que duram pelo menos 20-35 segundos. Diferente dos indivíduos com pênis, essas pessoas têm um período de recomposição mais rápido, podendo ter orgasmos seguidos um do outro;

Pessoas com pênis: o sêmen entra na uretra graças a uma série de contrações pélvicas, que afetam a próstata e as vesículas seminais. Essas contrações fazem com que o sêmen seja expelido do pênis, gerando a ejaculação;

Resolução

Pessoas com vagina: é uma recuperação rápida, cerca de alguns segundos para minutos, que faz com que o inchaço reduza e o pulso e respiração retornem ao normal;

Em pessoas com pênis: ocorre uma fase de recuperação mais prolongada, dependendo do indivíduo, que pode durar mais que alguns minutos. Conforme a idade avança, o tempo de recuperação depois do orgasmo também aumenta. Nesse tempo o pênis e testículos retornam ao tamanho normal e o pulso e respiração desaceleram. 

Quais os tipos de orgasmos? 

Existem diversos tipos de orgasmos, afinal, cada parte do corpo responde de uma forma quando estimulados. A seguir separamos cinco tipos que podem ajudar a entender um pouco das diferenças entre as sensações de prazer e ajudar a conhecer um pouco mais sobre seu corpo:

Clitóris: o orgasmo é sentido na superfície corporal, como uma sensação de cócegas pela pele e cérebro;

Vaginal: são mais profundos e acompanhados de pulsações no canal vaginal. Quando o ponto G, região encontrada dentro do canal, é atingida em meio ao orgasmo, a pessoa pode experienciar ejaculação;

Anal: os músculos se contraem no canal anal e no esfíncter;

Combinado ou misturado: quando a vagina e o clitóris são estimulados ao mesmo tempo, o resultado é um orgasmo múltiplo e explosivo. Na maioria dos casos essa sensação é acompanhada de tremores e fraqueza corporal;

Erógena: acontece quando outras partes do corpo, sem ser as genitais, são estimuladas — como os mamilos. Esses orgasmos são sentidos pelo corpo todo;

Por que não consigo ter um orgasmo?

A discussão a respeito do orgasmo ainda é repleta de tabus. Por esse motivo muitas pessoas alegam nunca terem experienciado um em sua vida. A verdade é que a comunicação é super importante na hora de manter uma relação sexual, em certas ocasiões, o estímulo sendo aplicado pode não ser aquele que gere prazer para o seu corpo. E por causa disso você não alcança o orgasmo.

Nessa situação, a melhor forma de lidar com o problema é conversando com seu parceiro (a/e) para chegar a um acordo. Assim, ambos podem entender qual a melhor forma de dar prazer ao outro, de um jeito que seja adequado. Esperar que a outra pessoa saiba a sua necessidade pode trazer muita insatisfação na relação. 

Em outros casos, o indivíduo também pode sofrer com um transtorno que causa dificuldades de ter orgasmos. Uma das condições conhecidas é a anorgasmia, que acontece de formas diferentes em pessoas com pênis e com vagina.

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Pessoas com vagina: existem dois tipos; a anorgasmia primária, em que a pessoa nunca teve um orgasmo; e a anorgasmia secundária, em que ela já teve, mas depois disso nunca mais teve;

Em pessoas com pênis: nessa situação a condição pode ser crônica ou acontecer depois de um período de vida sexual funcional. Para esses indivíduos acontece a dificuldade de ter um orgasmo ou a falta total dele;

Os dois casos podem ser recorrentes de deficiências hormonais e problemas como ansiedade e uso de medicamentos como antidepressivos. Em quem tem órgãos designados femininos, a condição pode se desenvolver devido a condições ginecológicas. 

Ejaculação precoce

A ejaculação precoce é um problema comum em pessoas com pênis, e está associada a liberação de sêmen antes do tempo adequado. As causas estão ligadas a fatores psicológicos como ansiedade e pressão social, mas também a fatores biológicos como níveis hormonais e danos nos nervos. 

Quais os benefícios do orgasmo? 

Existem estudos que apontam benefícios do orgasmo para a regulação do sono, até mesmo quando ele é alcançado através da masturbação. Isso porque durante a sensação de prazer, o corpo libera um hormônio chamado ocitocina, que ajuda na:

  • Regulação da ansiedade;
  • Redução do risco de problemas cardiovasculares;
  • Diminuição dos níveis de estresse;
  • Redução do risco de câncer, como o de ovário;

Por fim, existem evidências que a ejaculação em pessoas com pênis pode diminuir as chances do desenvolvimento de câncer de próstata. Segundo especialistas, o número de diagnósticos é menor naqueles com maior frequência de ejaculação. 

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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