O pacu-de-seringa é um peixe de água doce da família Characidae e de nome científico Myloplus rhomboidalis. De formato arredondado, escamas acinzentadas e cintilantes e grandes olhos escuros, este tipo de pacu é apenas uma das 31 espécies encontradas na bacia amazônica.
O nome “pacu-de-seringa” está relacionado a árvore da seringueira, comumente encontrada na região amazônica. Durante as cheias dos rios, a espécie solta suas sementes na água. Elas são levadas até o fundo dos corpos d’água, onde se tornam alimentos para o pacu. Graças a mandíbula forte desse peixe, ele consegue quebrar a casca da semente com facilidade e usá-la em sua dieta.
Além das sementes de árvore, o pacu-de-seringa se alimenta de plantas aquáticas, gastrópodes e peixes durante a época de seca. Devido a alta incidência na região do Xingu, Tocantins e Amazonas, o peixe é muito importante na dieta de comunidades ribeirinhas. O local com maior presença da espécie é o rio Xingu, que começa na região central do estado do Mato Grosso e parte em rumo ao norte da Amazônia.
O pacu-de-seringa também é considerado um peixe brigador. Isso significa que ele pode se tornar violento em certas situações. Sendo assim, as pessoas encontram dificuldade na pesca, pois ele luta para não ser pego. O maior tamanho que a espécie pode alcançar é 40 cm, podendo pesar até 5 quilos.
A principal diferença entre o pacu e o tambaqui, duas espécies da família Characidae, é a espessura das escamas. O tambaqui tem escamas maiores e mais grossas, com um corpo áspero e fácil de segurar. Outro ponto importante é que o Pacu tem resistência a águas frias, enquanto o tambaqui é um peixe de águas quentes que não aguenta grandes quedas na temperatura.
Na região de Altamira a pesca esportiva de pacu-de-seringa é incentivada pelo governo. A prática acontece da seguinte forma: todo ano a cidade realiza um torneio de pesca do pacu-de-seringa.
Vence aquele que conseguir pegar a maior quantidade de peixes. É regra da competição que os pescadores mantenham os animais vivos para que eles possam ser medidos e pesados e depois retornados para o rio.
O objetivo do evento não é matar os animais, mas sim conscientizar a população sobre a importância da espécie e da pesca sustentável. Além disso, o torneio promove o turismo ecológico local e incentiva os pescadores a optar por uma forma menos agressiva de pesca. Por fim, o evento não possui fins lucrativos e prioriza a preservação ambiental da região, bem como combate do uso de materiais poluentes.
A maior preocupação dos pesquisadores em relação à ameaça da biodiversidade do pacu-de-seringa é a transformação do seu habitat. Esse fator é apontado por ambientalistas da região desde a chegada da Usina Bela Monte. Ela foi responsável por reduzir consideravelmente o número de peixes nos rios. Além de dificultar o sustento das diversas famílias que dependiam do peixe para sobreviver.
A pesca predatória também é considerada um possível problema para a manutenção da espécie.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais