Um estudo, publicado na revista Nature no final do mês passado, investigou a proporção de pessoas que vivem em Michigan que não desejam ter filhos e a intensidade do afeto sentido por pais em relação a adultos com e sem filhos e vice-versa. A pesquisa, que foi realizada com mil pessoas, revelou que 21,64% da população adulta de Michigan, nos Estados Unidos (EUA), não possui filhos.
No entanto, a decisão sobre não ter filhos é mais prevalente em mulheres com menos de 40 anos. Aproximadamente 30% das mulheres em idade reprodutiva vivendo em Michigan não desejam ter filhos. Além disso, o estudo revelou que adultos com filhos gostam mais de outros adultos que também são pais, em comparação com aqueles que não têm filhos.
Para examinar a cordialidade interpessoal entre adultos com filhos e adultos sem filhos, os pesquisadores perguntaram aos pais e aos entrevistados sem filhos se eles sentiam afeto um pelo outro. Primeiro, os pesquisadores descobriram que os adultos com filhos sentem mais afeto positivo com outros adultos com filhos do que com os adultos sem filhos. Em contraste, adultos sem crianças não apresentam diferença significativa no afeto sentido em relação aos adultos com e sem filhos. Ou seja, foi observado favoritismo intragrupo entre os pais, mas não entre os adultos sem filhos.
A análise sugere adultos que não possuem filhos são ou se tornaram mais comuns nos EUA do que se pensava anteriormente. Existem várias explicações possíveis para isso, incluindo que estimativas anteriores subestimaram sistematicamente os adultos sem filhos, excluindo adultos inférteis que não queriam filhos, e que a prevalência de adultos sem filhos cresceu ao longo do tempo.
Em ambos os casos, os achados sugerem que uma grande proporção da população adulta não tem filhos e não os quer. Isso é importante porque sugere que o tamanho dessa população foi subestimado, o que pode ter implicações nas tendências demográficas e políticas. Por exemplo, embora os políticos dos EUA muitas vezes desenvolvam políticas destinadas a apoiar pais e filhos, eles raramente se concentram nas necessidades da grande e potencialmente crescente população de adultos que não desejam ser pais.
De acordo com os autores do estudo, os resultados são importantes porque sugerem que médicos que atendem aos pedidos de esterilização de mulheres sem filhos com hesitação (devido ao medo de que elas mudem de ideia mais tarde), eles estão sendo paternalistas e desinformados.
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