Relatório usa o conceito de riqueza inclusiva, que foca em bens de capital manufaturado, humano e natural
Coreia do Sul, Cingapura e Malta ficaram no topo de uma pesquisa bienal de crescimento da riqueza de países, cujos resultados preliminares foram apresentados pela ONU Meio Ambiente e parceiros na segunda-feira (26), em Paris.
O Relatório de Riqueza Inclusiva 2018, que será divulgado nas próximas semanas, mostra que, embora a riqueza média global esteja aumentando, o crescimento para muitos países acontece à custa de ativos ambientais, como água, ar limpo, florestas e biodiversidade.
O documento, que tem curadoria de mais de 200 economistas de todo o mundo, explora alternativas ao uso do Produto Interno Bruto (PIB) como medida da riqueza de um país, afirmando que este mede o tamanho da economia, mas não sua base oculta de ativos. Em vez disso, o relatório usa o conceito de riqueza inclusiva, que foca em bens de capital manufaturado, humano e natural.
Por esta medida, 44 dos 140 países – mais de um terço – ranqueados no Índice de Riqueza Inclusiva do relatório tiveram queda em riqueza inclusiva per capta desde 1998, mesmo com o PIB aumentando em muitos deles.
“A saúde de uma economia é extraída da saúde do meio ambiente”, disse Pushpam Kumar, assessor econômico sênior da ONU Meio Ambiente e coordenador do relatório.
“Para fazer as escolhas certas que nos deixarão em um caminho sustentável, precisamos ter capacidade de medir corretamente nosso progresso. Esse relatório irá equipar tomadores de decisão com os números corretos, para que possam tomar as decisões certas para entregar resultados para as gerações que estão por vir.”
O relatório – que segue uma publicação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que concluiu que restam apenas 12 anos para limitar o aquecimento global a 1,5°C, e outra da mais recente Avaliação Científica da Depleção do Ozônio, revelando uma recuperação da camada de ozônio, potencial de redução do aquecimento global e opções para ações climáticas mais ambiciosas – revela efeito mais forte dos danos provocados pela emissão de carbono em países menores, porque suas tendências de riqueza inclusiva não são suficientemente grandes para absorver tal choque. O relatório acrescenta que, em termos absolutos, os danos provocados pelas emissões de carbono são relativamente mais altos em países de alta renda.
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