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Segundo estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), de 215 países analisados, somente 83 adotam diretrizes alimentares para seus cidadãos, sendo que apenas quatro — entre eles o Brasil — consideram tanto aspectos de saúde como do meio ambiente em suas recomendações

Imagem: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Dietas baseadas em vegetais, cereais e frutas têm vantagens para a saúde e também para o meio ambiente, segundo novo estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que sugeriu aos países a adoção de diretrizes para promover sistemas alimentares saudáveis e ao mesmo tempo sustentáveis.

De acordo com o estudo publicado em 19 de maio, somente quatro países — Brasil, Alemanha, Suécia e Qatar — já adotam diretrizes alimentares que levam em conta tanto a saúde como a sustentabilidade ambiental. Outros, como Holanda e Reino Unido, estão prestes a fazer o mesmo, segundo a FAO.

“Cada vez mais pessoas entendem agora que dietas ricas em cereais integrais, legumes, frutas e vegetais — com consumo reduzido de carne e quantidades menores de alimentos com alto teor de gordura e de açúcar — são boas para o corpo”, disse Carlos Gonzales-Fischer, pesquisador da Universidade de Oxford, que colaborou com o estudo da FAO.

Segundo ele, já existe ampla evidência mostrando que tais dietas têm muito menos impacto ambiental que padrões não saudáveis e insustentáveis de alimentação cada vez mais predominantes atualmente. “Então, ao comer bem para nossa saúde pessoal, estamos também fazendo o melhor pelo planeta”, disse.

Anna Lartey, diretora da divisão de nutrição e sistemas alimentares da FAO, enfatizou que a meta número dois dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas torna evidente a ligação entre a necessidade de uma nutrição saudável e de agricultura sustentável. “É hora de as diretrizes alimentares refletirem essa relação”, disse.

Segundo o estudo da FAO, dos 215 países analisados, somente 83 adotam diretrizes alimentares, sendo 43 países considerados de alta renda. A maior parte das diretrizes existentes, no entanto, ainda não leva em conta os impactos ambientais das escolhas alimentares.

A Suécia passou a oferecer recomendações detalhadas sobre quais tipos de vegetais devem ser mais consumidos, recomendando, por exemplo, raízes em detrimento de folhas. Já o Brasil destacou-se por enfatizar aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade, recomendando aos cidadãos ficar alerta em relação a propagandas e evitar comida ultraprocessada, que não apenas prejudicam a saúde como minam culturas alimentares tradicionais.

De acordo com o estudo, as diretrizes alimentares de um país ficam evidentes em suas políticas públicas como, por exemplo, o cardápio adotado nas escolas e hospitais, assim como na regulação da publicidade e da indústria alimentícia. O Brasil também têm um guia, lançado em 2014, denominado “Guia Alimentar para a População Brasileira — Promovendo a Alimentação Saudável” (acesse aqui).

O relatório sugeriu que os países que já adotam diretrizes alimentares incorporem a questão da sustentabilidade em suas recomendações e aqueles que não têm diretrizes o façam já considerando a questão ambiental.

Acesse aqui o relatório completo da FAO e da Universidade de Oxford.

Fonte: ONUBr

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